Pensamento

"Onde quer que o homem vá , verá somente a beleza que levar dentro do seu coração" . Ralph W Emerson

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Natal - Tempo de Reflexão


Papai Noel é uma fantasia que quase  se transformou em Mito quando souberam utilizar a inocência da representação do "bom velhinho" que se dedicava a dar presentes a todas as crianças que se comportassem bem no mundo inteiro. Mas a bomba estourou e o bom velhinho virou um selo de maketagem para se vender presentes. Em algum lugar a fantasia netuniana da generosidade se diluiu e sobraram as crianças espertinhas que usam o "Papai" Noel para exigirem os brinquedos que desejam.
Crianças tem esses dois lados arianos, o egocentrismo de só pensarem no que desejam, sem levar em conta o que podem receber, são criança, e a real disputa com os coleguinhas do colégio, da rua, que choram e esperneiam para terem os brinquedos que os amigos tem.  Haja esquentação de orelha dos pais quando da proximidade do Natal. Pior é que o povo cai na conversa da mídia, se rende aos pedidos insanos dos filhos e gasta o que não tem, como se pudessem saciar a fome dos 365 dias de ausência, seja pelo trabalho, seja pela intensa vida social, que de alguma forma pudessem comprar "felicidade" num carrinho ou boneca e , estivesse ali cumprindo seu dever de pais. 
Eu acho muito interessante essa coisa de se comprar pessoas, algo bem comum ao signo de Capricórnio, sem precisar ser um uso indevido, é simplesmente uma desculpa para as faltas e ausências de um provedor. É uma compensação, uma armadilha na qual a maioria das crianças caem, são tragadas por imensos sacos de presentes , nem terão tempo em brincar com tudo aquilo, no fundo a presença e atenção dos pais seriam de maior proveito no desenvolvimento emocional dessas crianças.

Os pais meio que esqueceram desse pequeno detalhe, que não basta pagar escola cara, dar presente, compra roupa de grife, viagem para a Disney, excursão com os amigos da Escola. É preciso se doar,  mais do que dar sustento, pois a alma de uma criança carece de atenção, amor, proteção e isso se faz com presença e carinho. A família foi para o espaço, o modelo americano da reunião familiar à mesa nas refeições, dos bairros de casas idênticas, a escola do bairro. O sonho americano não se encaixou nesse país tropical, onde ainda se ganha menos para se trabalhar menos, se trabalha para sustentar as contas, os sonhos exibicionistas, onde se escolhe profissão pelo que menos irá se esforçar e puder ter um diploma fácil.
Mas é Natal e vale sim viver parte do que ainda existe do bom velhinho dentro de nós, a generosidade na lembrança dos que nos são caros, na reflexão de toda essa algazarra de consumismo, quase como uma negação da realidade. É uma frustração de todo mundo querer mostrar o que não tem, salvo os raros que se dão as mãos e se unem em oração antes da grande ceia farta, a agradecer por tudo que ganhou do universo.
Um Natal cheio de paz, amor e esperanças de renovações para o futuro.!
Beijos
San

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Individualidade - Liberdade Uraniana


Venham até a borda, ele disse.
Eles disseram: Nós temos medo.
Venham até a borda, ele insistiu. 
Eles foram. Ele os empurrou...
E eles voaram.


Tudo na vida tem um preço, tudo precisa de um movimento, uma adequação para que haja uma mudança, algo que crie o novo. A vida é um processo cíclico, nascemos e continuamos a viver graças à nossa atitude diante da vida. Respirar é preciso, é preciso oxigenar  as células, renovar, fazer brotar novas instâncias que movam e mantenham o corpo-mente em contínuo trabalho. É preciso mais do homem, é preciso amor à vida, auto-preservação e num mesmo limiar, lá no outro extremo, o desejo de voar mais alto, de crescer, ampliar seus horizontes.
Quem somos nós  é uma eterna pergunta nesse mundo de caos onde somos grãos de areia frente a infinitude do universo e o massacre do poder pela sobrevivência. O homem diante da guerra por ser um "alguém", ele busca roupagens, títulos, acúmulo de valores, ele busca materializar sua identidade através do que faz, do quanto há em retorno de reconhecimento por parte do povo, da comunidade. Quanto maior é sua insegurança, mais é precisará provar sua identidade, mas ele se aprisiona às maquinações, acordos, crediários, modismos que a sociedade impõe e ele acredita que para ser parte dessa comunidade enlouquecida, precisará fazer das tripas, coração, e assim ser participante da roda da vida.
 Não é à toa que  Urano acontece na vida das pessoas, a princípio como um terrorista ou demolidor , talvez haja necessidade desses abruptos movimentos, que destroem as muralhas construídas como defesa  e acintosamente erguidas como forma de poder. O homem termina por se esconder por trás de tantas camadas de maquiagem, de tantas representações simbólicas com as quais ele projeta sua identidade, que termina numa impessoalidade total, onde seu rosto nada reflete de verdadeiro que lhe vai na alma. Ele caminha por entre os transeuntes e inconsciente da realidade que o cerca, seja pelas fortes correntes de crenças que o aprisionam a não questionar sua própria verdade, seja pelo limbo que se vai acumulando nas vidraças de sua janela, onde seus olhos já não alcançam a alma do seu próximo, a opacidade do cristalino minimiza o alcance, distorce os perfis delicados que traduzem emoções e sentimentos. Há um medo dentro de si mesmo de ter que "sentir", se tornar frágil à medida que  se aproxima dessa porosidade humana e antes que sua estrutura se "contamine", ele coloca distanciamento, e segue incólume pela calçada, sem nem mesmo se dar conta do belo que o rodeia em meio ao caos.
Um dia a tsunami bate à sua porte, invade sem pedir licença, indunda sua vida, carrega para longe toda a sua segurança, mistura todo mundo numa poça só, brancos, negros, pobres, ricos. Num minuto você está nú em meio aos destroços, sentindo-se mais um "fragelado", ou seja, o que restou de tudo o que de alguma forma de diferenciava de teu semelhante.
É... a vida é uma escola na qual a gente entra para aprender e não sabe no que sai formado ou formatado, tudo dependerá exclusivamente de nós, assimilar corretamente o ensinamento e usá-lo adequadamente. Essa é a diferença entre aquele que se esconde sob falsos muros de valores e o que busca a si mesmo, a construir seus próprios valores frente ao que lhe são impostos e manipulados pelos que de alguma forma são seus heróis-bandidos.
A diferença é que o caminho da individuação quase sempre acontece na vida através de uma ruptura, de um cotidiano descontinuo que te faz pensar no que era e no que agora destroçado, precisará ser renovado. Seja a busca pela felicidade ou realização profissional, seja pela auto-suficiência e liberdade de ser somente "você" de dentro para fora. O custo é alto, há uma necessidade de esvaziamento, do corte dos elos, de laços que limitam teu crescimento. É um caminho de certa solitude, de desapego sem no entanto haver desconecção, um propósito de transformar o individualismo egóico do "salve-se quem puder" no perseverante caminho da experimentação, renovação e a vida se tornando um carrossel de ondas que te levam no céu e de faz galopar pelo deserto no seu cavalo alado, onde essa liberdade é a união de todas as possibilidades, desde que você ouse ir mais além.







quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Tao Libriano : Amor e Guerra




Diante da dualidade  que o eixo Áries - Libra representa, o Eu versus o Outro, quase todos exergam o egoísta  e o bonzinho. Há uma associação muito superficial que distorce a realidade entre a infantilidade e egocentrismo ariano, que lhe apregoa uma divina intolerância agressiva muito mais como meio de defesa do que o desejo sincero de ira sobre o outro. Da mesma forma é a versão libriana daquela criança  comportadinha, bem educada e tolida em sua espontaneidade para parecer esteticamente perfeita.
Quando comentamos sobre associações da expressão de Libra, quase sempre esquecemos de pensar  do que se compõe esse signo (elemento AR + ritmo Cardinal + polaridade Masculina + regência de Vênus). Existe um movimento articulador na busca de conquistar um equilíbrio estético, se levarmos em consideração a necessidade em se relacionar, em se posicionar de forma a conquistar os outros para sentir-se pertencendo e Vênus é o catalisador da engenhoca sedutora e intelectual. O que Libra mais teme é a ira impulssiva e irracional de Áries, essa coisa largada no mundo, sem eira nem beira, se virando, começando sem terminar nunca. Ah... Libra arquiteta os pontos, liga os fios e programa as coisas, mas o mais importante é que, da mesma forma que Áries (Cardinal-Masculino), depende dele criar sua obra de arte, traçar seu destino. Com ele nada é por acaso, ele aprende desde cedo que precisa ser perfeito no que faz  para ser amado e reverenciado, só assim seu ego vaidoso poderá dormir em paz, e toda sua exigência  começa com ele próprio e Vênus o irá ajudar no jodo Poquer, inteligência, articulação e muita dissimulação.

Um dia Libra desperta depois de um soco no estômago, cara arranhada, nariz sangrando e descobre que a perfeição era só uma estética, ele engole a ira de sua frustração, se vira e vai embora de nariz em pé, orgulhoso e internamente ressentido. Sempre fez de tudo para ser aceito, ser o intermediador da paz na família e ainda não conseguia ser amado, sentir-se seguro com seu parceiro, no fundo todo o esforço nunca alcançou suas espectativas. Ele, diante da falta de atenção, de validação, tornou-se uma pessoa com sua auto-estima avariada, pois sempre via suas falhas, tinha um olho clínico para elas e começou a conviver com suas duas faces, aquela aparentemente "bela" dentro do contexto aceitável de felicidade a dois, seja ele com o outro ou ele consigo mesmo e, do outro lado a face oculta, a da realidade do fracasso, da dor da incapacidade de ser bom, de ser o melhor.

Planos e mais planos, projetos, horas   analisando tintin por tintin da conversa, da entrevista, dos próximos passos, ensaios mentais, discursos, horas gastas nessa complexa rede de intrigas. O desejo é enorme de ser livre de todas as enquetes montadas, mas ele se aprisiona numa camisa de força punitiva por todos os seus erros . É um esforço supremo manter o sorriso de bonzinho diante de uma caixa de pandora se abrindo em suas entranhas e assim começa sua guerra interna, o quanto custa precisar ser um personagem que é fictício e a dor de conviver com essa necessidade de ocultar seu lado fracassado, sua solidão íntima. Mesmo rodeado de amigos, casamento, filhos, uma casa "Claudia", ele sente uma raiva enorme de si mesmo ter construído isso tudo e sem coragem de desmontar o espetáculo.

Planetas pessoais em Libra, Ascendente e Meio do Céu em Libra são frequentemente atraídos por essa busca ilusória que termina num processo pessoal de um desligamento, um alienamento da realidade frustrada, uma falsa alegria sutilmente disfarçada numa pessoa inteligente, carismática, sedutoramente "perigosa" devido à sua extrema carência. Dona de inúmeros atributos, se levada pela mágoa do abandono, da falta de atenção, ela se tornará apenas uma representação, enquanto por trás dos bastidores ela trairá, violentará seu lado bonzinho e poderá se tornar má, extremamente má, detonando a guerra num único e último click no botão da bomba, destruindo quem a destruiu ou a representação daqueles que a rejeitaram.

Logo somente o silêncio reinará dentro dela, enfim a paz tão desejada, conquistada quando validou a si mesma antes de tentar obter esta validação do outro. O Amor próprio, o jogo do se relacionar criando espaço para a individualidade, o amor pondera e convive com a realidade falha do outro. Quanto mais nos vestimos de fantasia, mais difícil de nos reconhecerem como somos, nus.









terça-feira, 17 de novembro de 2009

Um Meme Para os que Pouco Sabem de Mim




Eu sou assim, uma mistura de terra firme, fértil, a rodear minhas águas plácidas à superfícies e profundas mar  adentro, sou pedaços a rolar com o vento, a endurecer com o frio , a se desmanchar sobre as pedras da encosta escarpada pelo tempo.
San_Flower

Meme Que Anjo me deu: 
1) Que horas são?
16:50

2) Nome?
Sandra
3) Quantidade de velas no seu último bolo de aniversário?
51 velinhas, não se enganem lendo "velhinhas".
4) Furos nas orelhas?
Sim
5) Tatuagens?
Nao. Ainda nao me deu vontade.
6) Piercings?
Never.
7) Já foi à África?
Nao, mas ainda irei.
8) Já ficou bêbada?
Nunca, no máximo "alegrinha".
9) Já chorou por alguém?
Sim, muitas vezes.
10) Já esteve envolvido em algum acidente de carro?
Nada drástico. O fusquinha veio a toda e deu com o engarrafamento numa subida e se enfiou na bunda do carro da gente, era Opala, alto, só quebrou o cano de descarga.
11) Peixe ou carne?
Carne.
12) Música preferida?
As Time Goes Bye com Carly Simon, I'm a Blue Bird, I Left My Heart in San Francisco, I Believe I can Fly, Olha - RC, Samarina - Simonal, Todo Azul do Mar - Tim Maia, Beatriz - Chico Buarque, O Amor em Paz - Ivan Lins, Maria Maria - Elis Regina.
13) Cerveja ou Champanhe?
Os 2 em ocasições distintas.
14) Metade cheio ou metade vazio?
Metade cheio.
15) Lençóis de cama lisos ou estampados?
De Listras.
17) Programa de televisão?
CSI, Globo Repórter
18) Filme preferido? 

Os em preto e branco dos anos 40, os musicais com Fred Astaire, os passados na II Guerra Mundial, Lendas da Paixão, O Último Samurai, E o Vento Levou, Cleópatra,  M. Butterfly, Nimitiz.
19) Está ouvindo alguma música agora?
Silêncio.
20) Flor(es)?
Margaridas num buquet enorme e copos de leite.
22) De que pessoa recebeu esse questionário?
Lukas.
23) Qual o amigo mais distante que você tem?
Meu amigo  Miguel em Portugal.
24) O melhor amigo?
Aquele que dá a mão quando a gente precisa.
25) Hora de dormir?
Adoro o frescor da noite, o silêncio da cidade na madrugada, sempre depois das 02:00.

26) Quem acha que vai responder esse questionário mais rápido?
Quem quiser.
27) Quantas vezes você deixa tocar o telefone antes de atender?
Até eu chegar pra atender.
28) Qual a figura do seu mouse-pad?
Liso na cor vinho.
29) CD preferido?
Raramente escuto CD.
30) Mulher bonita?
Sofia Loren, Farrah Fawcett
31) Homem bonito?
Richard Gere, Andy Garcia
32) Pior sentimento do mundo?
Mediocridade.
33) Melhor sentimento do mundo?
Amor de mãe.
34) O que uma pessoa não pode ter para estar com você/ter sua amizade/companhia?
Valores que vão de encontro aos meus num limite bem definido.
35) O primeiro pensamento que você tem ao acordar?

_Que horas são?
36) Se pudesse ser outra pessoa, quem seria?
Eu mesma mais melhorada, mais evoluída.
38) O que é que você tem debaixo da cama?
Os gavetões da cama.
39) Nome da pessoa que talvez não responda ao questionário?
Sei naum.
40) Aquele que com certeza vai te responder?
Xiiiiiiiiiiii, piorou.
41) Quem gostaria que te respondesse?
Quem tivesse tesão de fazê-lo.
42) Uma frase:


“Só se pode chamar sábio aquele que conhece a si mesmo, só forte o que se vence a si mesmo e só rico aquele que sabe o que lhe basta.”
 Lao Tse

terça-feira, 3 de novembro de 2009

De que Mundo Eu Sou? Serão Eles os Pequenos Abutres?



Faz algum tempo que ando me sentindo à margem desse cotidiano do caos. Se no início de minha adolescência eu era uma concha fechada a 7 chaves com medo da vida, era um zumbi a levitar pelo  ritual de estudos, saídas com amigos, muito rock and roll e dance music. Fui gradativamente tendo que encarar minhas escolhas, vivi crises, fugi de caminhos de sucesso, mas enquanto tinha costa quentes, a vida tinha chão, um falso piso vitrificado que não tinha sido construído com minhas mãos. A solidão era minha companheira junto com os romances empilhados na mesinha de cabeceira, mas eu ainda era uma criança num corpo de mulher, precisei estar só e frágil para que pudesse perceber o que me rodeava de verdade. O mar de gente que desde cedo vinha me mostrando e derramando sobre minha cara suas frustrações e azedumes passaram a ser sentimentos na minha carne emocional.  Eu era um alvo nada fácil, pois raramente fui uma pessoa invasiva, fofoqueira, perdi sim muitos amigos pela minha sinceridade, por expor meus valores distinto dos meus amigos. Talvez minha força em conviver com que a vida me traçava no caminho e me vazia defrontar com circunstâncias ou pessoas que muitas vezes eu não compreendia, mas minha atitude era fatalista, nunca corri do inevitável. Talvez essa forma de fuga da minha Lua capricorniana me fazia aos olhos alheios como duas colunas inabaláveis de mármore frio e resistente a quaisquer tempestades. O poder é uma ameaça àqueles que sabem-se fracassados, o ressentimento corrói e o veneno da inveja dilata a veias e faz o mísero arder e desejar de qualquer forma jogar aquele inabalavelmente mais forte no chão. Esse tipo de gente não tem amor, não foi criado com valores pessoais que lhe trouxessem auto-estima, eles mais dependem vencer derrubando os outros, são suas únicas vitórias, amargas por sinal, que raramente os fazem melhor, talvez consigam apenas sentirem-se igualmente frágeis, isso é o mínino que um  complexo de inferioridade ganha na vida, ser igual por baixo.

Eu mesmo que vivi zumbiando por anos, sempre tive amor dentro de mim, uma mãe de voz firme, dura, mas que juntas na dor, nos tonamos cúmplices na compaixão, somente porque desde sempre me senti amada e amparada por ela. Um Sol ariano idealista e inocente, sem muita malícia foi que me fez ser íntima de pequenos inimigos, levei tombos, choquei-me emocionalmente, impactada com a maldade alheia, tinha medo, era covarde e carente, mas enquanto não encontrei eu mesma e meu amor sarou minhas feridas, não pude ser forte interiormente. Hoje ainda peco pela inocência, mas continuo acreditando nas pessoas, acreditando que eu posso mudar as coisas a partir das minhas atitudes, do que eu sou e do que ensino, não como verdade , mas como caminho de auto-descoberta. A menina ainda vive, resiste  e cultivo-a, pois é quem me faz acreditar, me faz seguir e lutar para crescer sem perder a amorosidade. Crescer dói, a responsabilidade da vida é uma atenção constante de amor para com nossos sentimentos, nosso corpo, nosso bem-estar, consciência é lidar com essa realidade mentirosa, falsa, essa forçosa submissão ao poder dos grandes, que nos faz sobreviventes frente a total falta de liberdade de escolha, e nos aprisiona a sermos todos tão aparentemente parecidos, seja ao que nos roubam e ao que nos é imposto.

Por isso que eu continuo acordando a cada amanhecer levando meu barco a navegar, mesmo com medo da travessia por caminhos desconhecidos, mesmo com aqueles que ficam nas margens à espera de um naufrágio meu, eu ainda continuo viva e aceno de longe para todos, que de alguma forma, consciente ou não, me negam suas mãos, me negam uma palavra verdadeira, a compreensão do meu esforço e determinação, se calam numa torcida competitiva até onde irei... Ah mal sabem eles que é nessa minha companhia que me basto, como se agora fosse hora de estar no front da vida, livre dos medos que me atrasaram a chegada, mas que me deram o tempo necessário para crescer. Hoje cada horizonte tem um contador de dias a frente, uma ansiedade perene por tudo a realizar e uma certeza, de que navegarei  até onde tiver meu porto de regaço a me fornecer o conforto da morte serena de um coração satisfeito e pleno de luta e realização. Os fracos são meros espectadores que observam e invejam tudo o que acreditam não poderem ser. Não admitem mudar, encarar suas falhas, ou são vítimas da vid e acreditam que a vida deve a eles alguns privilégios, e mentem a ocultar suas imperfeições de caráter, diluídas em suaves e macias vozes sempre prontas a servirem de bengala aos necessitados. Mal se percebem que fazem de muitos suas próprias bengalas, usando-os  como se assim são "ganhadores".

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Louco - Fuga da Realidade ou Falta de Consciência?


A carta do Tarot de número 0 (zero) - O Louco, representa simbolicamente na maioria dos baralhos, o arquétipo de uma criança pura, a essência do homem diante da jornada da sua vida. Este estado  lembra o de uma pessoa levitando, ainda fora de contato com as experiências da vida, pode-se falar do espírito ainda não encarnado totalmente, não ciente de sua sina. É o bêbado na sua alterada e fantasiosa consciência, aquele ator que se dispõe do seu ego e  encarna os personagens, se acredita apenas um ser etéreo vestindo roupagens e vendendo ilusões,  e também é o equilibrista, na sua habilidade em passear pela linha no picadeiro, praticar esportes radicais e estar a um passo da morte, sem em nenhum momento se dar conta disso, é o palhaço que faz rir a criançada que existe dentro de cada um de nós, com suas piruetas e caras e bocas na sua simplicidade de mendigo bem humorado, mesmo que por trás da maquiagem exista alguém ainda  sem identidade.
O Louco é o nosso ASC no Mapa Astrológico, nossa partida no caminho do crescimento e aprendizado, em busca da consciência de quem ele é, de verdade. Um viajante,  aventureiro sem rumo, a fazer malabarismo nos cruzamentos, a lavar carros nos estacionamentos, mas um bom artista mambembe que leva sua trupe pelas cidades do interior, perseguindo suas ilusões de menino abandonado. O tempo fará do Louco um "Bobo da Corte", aquele que descobre precisar de máscaras e várias histórias para contar para cada gente diferente que ele vá encontrando pela estrada.

Existe um caminho à frente onde o Louco irá vivenciar as experiências de cada arquétipo e no seu dia a dia ele incorporar´aquilo que cada experiência e pessoa que cruza seu caminho lhe soma, faz com que ele se conheça a partir das reações que terá e como absorverá o ensinamento e a consciência de si mesmo diante do outro. Ele é um buscador, ele  encontrará encruzilhadas, obstáculos a contornar, inimigos tentarão lhe interromper sua busca,  mas  seu Eu Interior é seu guia, sua consciência, sua razão e percepção da sua capacidade de seguir adiante. Nesse caminho, que cada um de nós faz, fazemos escolhas que somente no futuro adiante poderemos avaliar, por isso é necessário aceitar os erros e suas consequências, usar do conhecimento adquirido, aquele do observador da vida, e usufruir do que a vida nos oferta a cada instante.
Parece "pobre" encontrar felicidade nas pequenas coisas, a ostentação é máscara do pobre menino rico, carente de amor e atenção, aquele que se enxerga  mendigo vestido com as roupas do Rei.
A loucura, a embriaguez, as drogas, são bifurcações  que optamos quando o caos  preenche e a fuga parece o melhor remédio. Qualquer coisa que cultivamos dentro de nós que nos cause dor, é o nosso limite, é quando não somos mais máscaras, somos alguém que cansou de se esconder. A dor, seja ela de qualquer origem, [e um pedido de socorro mudo, mas que numa curva nós vamos ter que encarar o estouro da boiada. Ou você se dopa, se mata, ou corre e se cura, essa é uma decisão íntima e pessoal, ou você decide a seu favor ou contra você, como diz a frase "Não deixe que nada te desanime, pois até mesmo um pé na bunda te empurra pra frente."
Vai doer, tem sacrifício, você tem que se convencer do que é melhor pra você, por vezes existem umas ajudinhas, alguns GRANDES MOTIVOS  que nos movem a mudar. Cada passo no caminho, existe uma clara visão da sua presença na vida, ali de pé, frente a você mesmo. Enfim você se encontrou e se comprometeu a viver livre de todos os medos que  te impediam de voar, mesmo que seja na mente de um homem digno da vida que ganhou.
Vamos, venha, me dê sua mão, vamos contar histórias, ganhar o mundo e continuar ensinando aos outros que tudo pode ser bem maior do que você enxerga, basta ver para que faça parte de seu mundo interior e, este se refletirá por onde você passa.

sábado, 17 de outubro de 2009

Um desejo...



"Que o caminho seja brando a teus pés.
Que o vento sopre leve em teus ombros.
Que o sol brilhe cálido sobre tua face.
Que as chuvas caiam serenas em teus campos.
E, até que de novo eu te veja, que Deus te guarde na palma da mão. "

Bênção Irlandesa
 Bom fim de semana.
Beijos


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Diante do Nada, Existe o Meu Mundo Interior


Pensava eu como um insignificante grão de areia durante aquelas crises devastadoras que arrancava de mim tudo o que possuía como verdade e nua num deserto eu ficava. Um enorme vazio, um gosto amargo na boca e uma enorme estagnação emocional pelo choque.  Talvez seja minha Lua em Terra - Capricórnio, que a princípio congela, estanca a dor, afastando-a, colocando-a de lado, talvez junto venha minha Vênus pisciana que tende a levar longe essa agonia do sentir e dura o tempo que precisar até se extinguir.


O deserto é um bálsamo para aqueles que sofrem com o orgulho, o silêncio que sopra o que negamos ouvir no turbilhão do cotidiano, os que se protegem em torres por trás de muros altos, vozes autoritárias, rigidez e uma fortaleza aparente, digo aparente, pois ela existe como uma armadura de um cavaleiro romântico. Ao se despir a alma solitária é aquela seguida por sua eterna cúmplice, sua sombra. Uma realidade versada numa dupla cobrança dos erros e de onde houveram falhas que a puseram a vagar pelo imenso deserto. Nessa vastidão  existe uma beleza única, um movimento natural das dunas que se movem ao sabor do vento e em harmonia com a lua do sol. Ali nossas pegadas são passageiras, nada ali existe para sempre, tudo mutável, tudo passível da desordem emocional.
Por algum tempo serão as faltas a reclamarem no seu corpo, depois serão as noites, eterna escuridão, a criar fantasmas, a imaginar oásis, mas o Sol - o Deus Hélio, traz consigo a verdade com sua luz, e em algum momento sou um simples grão de areia nesse imenso universo de iguais, porém, à medida que me ajoelho e me deito nesse chão, meu corpo percebe seus contornos, a pele macia a ser acariciada pela brisa, como se fossem véus a me cobrir a pureza da alma. Eu me volto sobre meus próprios pés descalços e me dou conta de quem sou diante do nada metafórico, se foram pedaços de mim, cá dentro de mim, existe um oásis, meu mundo interior.

Dentro de mim sou nascente, botão em flor, desejo, ânsia, espírito que cresce, que jamais desiste de "morrer" à mingua,  diante da maldade humana, no confronto com a mesquinhês e a ganância daqueles  fracos e carentes de dignidade. Hoje, a dimensão que tenho de minha pessoa é menor do que há 30 anos, quando eu erguia o queixo e nos meus saltos 10, abusava da onipotência como espada. Usei do amor como curativo nas minhas feridas, cultivo meu oásis em pleno deserto e não deixo que contaminem minha nascente de águas transparentes. Sou minha verdade doa a quem doer, minha dignidade está em continuar sendo quem construí de mim, continua a cultivar flores pelo caminho, para nunca esquecer de que ainda posso ser exemplo do bem.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Da Escuridão em Busca da Luz


O Rio da vida carrega a gente  através da força de suas correntes, esse mundo que nos mantém vivos, nos alimenta, é um caminho obscuro quando no leme existe alguém sem ideais, crenças, somente a lua a guiar-lhe  à frente através das sombras e canais  e bancos de areia. O "leme" do homem é  não é sua razão, a mão que decide, que comando milhares de seguidores, é sim, sua capacidade perceptiva, que na falta da "luz" da consciência, essa mão se torna cega, radical e obsoleta, sobrando ao homem captar os sinais da natureza a dizer-lhe o caminho até onde deve chegar.


Dias e noites aquele homem segue em frente, enfrenta tempestades, descobre novas terras, mas pouco percebe de si mesmo no comando de sua vida. Nega a possibilidade de novas descobertas, se retrai diante da própria  evolução, diante do medo, ele trafega por  fortes correntezas e pode talvez naufragar na sua ignorância. Lutando nas águas geladas  em redemoinhos, o homem se debate furiosamente lutando para sobreviver, mesmo que  segundos antes nem atentava à presença da "morte" a lhe rondar cegando-o sobre sua verdade.

Diante do desafio da vida, a maioria de nós "se salva", seja por instinto marciano, seja pelo poder de criar a o limiar vida-morte, aquele conhecido túnel de passagem, bem conhecido pelos que lá chegaram e retornaram. Há sempre escolhas neste momento, mas aqui neste umbral fictício, você, fora do corpo, desconectado do timão de Plutão, podemos mais levitar pelas brumas  de Netuno, rodando por entre os corpos moribundos. Diante da morte certa, em confronto com a ameaça do fim, nossa alma vaguea de volta ao corpo, carcumido  pela dor, pelas perdas de infinitos momentos desprezados pela ansiedade da corrida competitiva do ter e não ser nada.
Diante daquele corpo jogado aos vermes, a plena consciência de sua essência  sabe-se eterna, talvez ainda não consiga a compreensão do evento. Sabe-se vivo, pleno de sentimentos, sentidos alerta, o murmúrio das ondas a bater nas pedras, o cheiro das tochas em chamas, os pés frios balançam no barco, em direção ao teu destino.

A noite é puro ouro, a pele dourada brilhante de óleos aromáticos, cordas puxam o barco por entre pequenos afluentes, como forças  a lhe direcionar pelo iluminados  corredores que vão se estreitando como braços que te abraçam e te carregam por entre  os porões do castelo. Fugitivos  correm agaichados e a luz é turva, tudo se resume a um monte de feno que acolhe os corpos ardentes e bocas sedentas de um sabor desconhecido. Uma procura lenta e cruel como a se provar a extensão real do tempo, a procura dos olhos e a luz da alma a passar mensagens que inundam o ser tensa satisfação, que vibra, a eternidade do ser por inteiro.
O tempo inexiste quando almas renascem, quando mentes despertam, quando o amor acontece, uma flor nasce em sinal de .... começar de novo, sem que exista fim, só começo.


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Saturno Quanto Maior Resistência, Mais o Medo é Ameaça


O sábio talvez seja aquele que se aliou ao tempo no meio da vida e juntando passado e futuro, ele somente é um atento passageiro do presente. Sábios, mestres, são poucos. A filosofia Sufi "estar no mundo sem ser do mundo" fala muito dessa contemplação do espírito enquanto a matéria transita pela terra construindo um caminho de peregrino solitário. Falam que Júpiter seria a idade do homem onde ele aprende a usufruir com maior liberdade e leveza dos prazeres da vida, vivência o significado dos valores com maior maturidade e ponderação, as coisas tem mais brilho, pois ele escolhe o de melhor, já cansado da fartura e libertinagem, da euforia e gula, ele vive do que aprendeu.
Saturno é um construtor de ossos, seja desde nosso esqueleto até nossa estrutura ancestral. De onde viemos, nosso papel nessa encarnação como co-participante da reconstrução e evolução do Universo. Ele é o Rei e todos, seus súditos, pois ele detém o poder e determina a construção de seu Castelo. Ele cresce acreditando que conquistará seus objetivos, nem que para isso, abdique de muitas coisas pelo caminho. Suas perdas e fracassos cravam sua carne de marcas profundas, ele as esconde com vestes simples como esconde o ouro retirado das minas. Orgulhoso, esconde suas fraquezas, alimenta uma falsa fortaleza através de um forte controle durante quase toda uma vida. Seu maior medo é cometer erros, ser condenado. Ele tem os pés grossos ao caminha pela terra, consciente de em quem pisa e fere numa revanche, ele precisa dar o troco. Mas ele sabe até onde ir, mesmo que sonhe com mais, seu filho Sol nasce com seus limites traçados e, depende dele próprio o esforço e a luta. Muitas vezes ele lutará a vida inteira e será vaidoso do seu Reino, mesmo que  o Sol ainda se revolte e não compreenda o significado do tempo.
O tempo é como um manto negro que cai sobre suas costas e lhe pesará como um fardo sempre onde houver culpa ou vergonha.

A resistência em admitir seus erros, seus próprios limites, o  incomodo diante da proeza do outro, as dificuldades em admitir a necessidade de mudança, do se adequar, lhe faz se afastar de tudo o que lhe ameace o poder. Suas crenças se enfraquecem diante de um espírito empobrecido pelo medo. Por trás daqueles muros altos, existia um enorme medo em se submeter, tantos joelhos endurecidos na velhice, falam do pisar duro, da ostentação da autoridade,  como meio de afastar aqueles que pudessem lhe derrubar num sopro, bastasse tocar-lhe o coração empedrado a resistir a toda dor auto-imposta, muitas vezes o flagelo era uma auto-afirmação.
O tempo passou e hoje seu corpo murchou, encasquilhado nas juntas, e deformado na forma de lhe mostrar sua necessidade em aprender com a humildade, curvando-se, passando a mirar os pés e a bengala a lhe equilibrar os pequenos passos titubeantes que se arrastam , como parado, estivesse o tempo. Toda emoção resguardada, todo ressentimento é como uma mina que vaza lentamente pelos ossos e os tornam porosos, frágeis, quebradiços, viajando no processo degenerativo, o pó. O medo ainda assombra, seja o da solidão, do abandono, da limitação, pois o medo estanca o corpo, o orgulho não pede ajuda, o cérebro vai se obstruindo e parece que o mundo volta ao do tamanho de uma criança, brigando pela independência e auto-suficiência.

"Sábio é aquele que sabe que nada sabe e, pronto está a aprender ao fim de cada ciclo, podendo então contemplar a vida como um vale fértil diante das quatro estações."

sábado, 19 de setembro de 2009

O Silêncio da Montanha


Cá estou eu enroscada  ao meu chale de lã, lembrança de minha avó materna, de quem herdei as habilidades artesanais, ela gostava de tecer em crochet, e quando chega o cair da tarde nessa montanha, bate a friagem da ausência do sol, que já vai desaparecendo lá no horizonte. A brisa fria nessa mar de vale descampado levanta meus cabelos  a me puxar em direção ao alto, vou subindo a montanha pelo caminho das ovelhas bem devagar, assim meu coração se une a uma respiração profunda desse cheiro de terra, minha terra, que me impregna os pulmõese me sustenta a alma de prazer.

Raras são as árvores por aqui, lá embaixo vejo um punhado de pinheiros numa das fazendas, mas minhas mãos ainda estão impregnadas da colheita das azeitonas verdes, que agora eu trazia na cesta de vime,  cheiravam ainda nas minhas narinas e essa mistura me deixava com saudades, saudades de tempos que não vivi, de caminhos que não percorri, mas de um imenso mar de emoções que carrego aqui, dentro do meu peito, à espera de que, em algum momento, eu ouça de novo a sua voz, no meu ouvido direito, sinta suas mãos a me abraçar pela cintura, colando teu corpo às minhas costas, eu me encaixando tão igual, como se tivesse sido feita para ocupar esse espaço.

Por dias e dias eu venho ao encontro desse silêncio impregnado de história, do cheiro da tua terra mãe, me deixo rolar na grama alta do  como se pudesse esperar que as folhas secas do outono me cobrissem como um manto vermelho-dourado da morte Eu ali quieta me manteria aquecida e sonhando acordada. Ouço latidos a distância,  meus 2 amores brincando , saltitantes, latem quando alguém passa na estrada. Um dia será você a chegar no portão, me olhar com aquele jeito de uma boca tímida e olhos a me dizer o quanto me deseja, eu sorrio e te recebo num abraço por inteiro.

Outro dia me lembrava  de sonhos que tive contigo, da vila, do portão de ferro com aquele vaso enorme de gerânios na entrada, ali você vivia e quando eu passava, te reconhecia. Sempre foi algo entre nós não declarado, uma doce intimidade, uma cumplicidade  e uma distância enorme a te fazer quase impalpável, salvo eu ter te rosto e voz em minha companhia. O destino por vezes é um deserto e é preciso tirar água de pedra, acreditar no impossível, perceber o improvável e saber passar por todas as tempestades de areia e eu assim mesmo, sobreviva à tua espera, espera eterna, talvez nunca seja acalentada com teu corpo junto ao meu, mas as lembranças são vivas, como já vividas.

O sol se deita e no meu despertar sinto falta de você, dessa individualidade orgulhosa, que te faz negar ajuda, que impõe barreiras de um silêncio eterno. Benditas saudades, bendito passado que trago comigo e me farta  em parte da tua ausência. Não sei como te fiz ou o que te fiz, onde minha percepção da tua verdade te expôs demais frágil diante de meus olhos. Até quando me terás como inimiga, só porque sou tão tua conhecida e tu tão meu . Que tua loucura um dia se abrande e te compadeces de mim. O céu negro salpica de estrelas de esperança o meu ser, volto pra casa mais uma vez em fria com o orvalho da noite, abraçada nessa imensa escuridão que é minha vida sem você.

domingo, 13 de setembro de 2009

Seja Produtivo, Cultive, Crie, Construa !

Existem Leis Universais que são comuns a quaisquer povos, raças, tempo, cultura, religião e uma delas é a de um movimento e desenvolvimento do universo desde onde podemos estudar no passado das Eras até o que, no presente momento, sabemos ter certeza de que pouco sabemos sobre as galáxias, e o como estaremos daqui a alguns séculos. A esse movimento existe vários outros em intercâmbio, criando vida, matando, destruindo e reconstruindo, mudando parâmetros, paradigmas, crenças e, no centro disso tudo existe o homem, até agora o mais racional das espécies vivas, que tem a capacidade de desenvolver seu raciocínio e construir valores, significados, interpretar o que vê e ouve, criar seu próprio mundo de acordo com a física quântica.
Esse ser humano que pensa, ele observa, copia, imita, usa ser Mercúrio da melhor forma possível para investigar o que ocorre ao seu redor e como poderá ele sobreviver. Tarzan só teve o do cinema, e sobreviveu imitando os macacos, e se adequando ao tipo de vida selvagem deles. Muitas vezes ser mais um, ser um igual é reconfortante, mas ao olharmos para o mapa natal, descobrimos quantas funções esse ser humano tem capacidade de aprender e usufruir delas, umas  nascem com ele, outras ele irá criar a partir de sua própria existência, seja um filho, uma idéia, um pensamento. Ele tem uma função maior como ser humano nesse planeta e nesse Cosmos, ele é parte deste todo em movimento. Se correr, o bicho pega, se ficar, o bicho como! Não dá para ficar com o boi na sombra, bem, o que tem de boi na sombra das cúpulas do Planalto...
Mas em se tratando de linguagem simbólica e de autoconhecimento, essa busca por maior amplitude desse mundo nosso de cada dia, por um crescimento pessoal a partir de reflexão, maior compreensão e aceitação de si mesmo, e de  resignificações das crenças e valores que  sustentam nossos princípios e constroem nossa estrutura psico-emocional, podemos afirmar da necessidade que o ser humano tem de ter uma identidade, de buscar reconhecimento, ansiar por amar e ser amado, por procriar, criar, deixar algo de si como prova viva de sua existência física nesse mundo.
Cio da Terra
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão e se fartar de pão
Decepar a cana Recolher a garapa da cana Roubar da cana a doçura do mel, se  lambuzar de mel
                                                         Afagar a terra
                                                         Conhecer os desejos da terra
                             Cio da terra, propícia estação de fecundar o chão.
                            (Milton Nascimento e Chico Buarque de Holanda)
É preciso meter a mão na massa,  descobrir o valor do suor na camisa, da mente cansada da aprendizagem, de poder experimentar a vida na prática, se criando, se transformando, provando de cada sabor para aprender a escolher. Talvez a pobreza do simples seja de grande valia a ele, pois ele nasce sabendo que depende dele plantar para colher e comer, depende dele se adequar a seca ou a inundação, talvez falte a ele a visão de outras possibilidades, principalmente se lhe desse a oportunidade da educação. Mundo pequeno, Mercúrio não enxerga longe como Júpiter, no máximo ele torna-se um artesão, operário da terra na regência de Virgem.
É preciso o desejo do ventre da criação, a mente fértil de idéias e anseios de vê-las materializadas, é o acumular pilas de terra, de semente, de grãos, de dinheiro diante de um Touro satisfeiro, pleno, de barriga cheia e olhos gordos. Essa disposição de lutar, de fazer trocas, de começar do zero, de plantar algo que colherá em dobro. A fome é algo desolador, ela mingua a vitalidade do ser humano, ela não deixa desenvolver a ambição, a única coisa que a fome deseja é ser saciada e, para tal, qualquer coisa que preencha o vazio, a carência , serve para que ele continue vivo.
Vemos uma romaria de mortos-vivos, esfomeados por migalhas, cegos a  todas as possibilidades, às suas próprias potencialidades, surdos  às ofertas. Tudo é impossível, tudo tão difícil, ele próprio cria um mundo pobre e como vítima da pobreza espiritual dele, ele nega aceitar sua realidade, ele empaca que nem um burro chucro, mete os pés pelas mãos, e se recolho num orgulho besta que não aposta mais nele. Resta a ele pedir esmolas, ser tão infeliz que alguém lje dê de graça o que ele deveria ganhar com seu suor. Ele é vítima dele mesmo, de fugir de ser alguém e, chora pela vida lhe negar vida.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Palavras ao Vento - Consciência Gera Mudança



Mercúrio -Hermes é o senhor das idéias, aquele que interliga os 3 mundos, que soma, associa regendo Gêmeos e discrimina, cataloga, sintetiza e]regendo Virgem. Mercúrio é esse pássaro que vôa, contacta e comunica, é ponte e fonte, portanto aquele que promove a nossa capacidade de interagir com o entorno, aprender com a observação, copiar, imitar, se expressar da sua forma, seja mental ou física. A mente humana representada por Mercúrio começa desde a percepção do mundo à sua volta, de como ela aprende a comunicar seus desejos e dores, sua busca por autonomia através da sua enorme curiosidade. Ela cresce aprende a raciocinar, desenvolver a capacidade de apreender os ensinamentos e a desejar espalhar isso em Sagitário, sua oitava superior, aquele que eleva o pensamento a um processo da busca do significado, da representatividade do símbolo ou sinal. Júpiter é o "olho-gordo", aquele que vê mais adiante, que projeta uma amplitdo e expande a ideia primária, desenvolve o conhecimento e reflete sobre como o apreendido pode ser como crescimento social e pessoal ao indivíduo e assim , favorecer uma maior interação  e equilíbrio com o universo. O saber não ocupa espaço, mas ele precisa ser exercitado para que tenha função.



O conhecimento preenche lacunas, é fonte de aprendizado de ofícios, uma viagem no mundo dos outros e uma proposta de viagem interior, a auto-descoberta, a percepção sobre si mesmo, suas emoções, atitudes, crenças e valores, seus desejos e sonhos, necessidades, limitações, potenciais, habilidades. Quando Mercúrio trilha o caminho da pesquisa e  conhece o caminho do apendiz, ele toma consciência do quão rico é o conhecimento  e faz dele um valor prático de treinamento para uma maior eficiência, pode vir a tornar-se m mestre com Júpiter, que agrega a todo esse conhecimento maior valor e significado, interpreta e propaga a ideia num conjunto de proposições que influenciam diretamente o desejo do outro , que atiça a inveja, o desejo de participar, de ser coadjuvante de um movimento à frente.

Quando a idéia já trabalhada, decifrada sai da mente para ser utilizada como uma proposição, ela agrega um movimento de mudança, pois move o indivíduo a refletir sobre um novo contexto. A consciência do aprendizado é o ponto de partida para que ocorram as mudanças em nossas atitudes pessoais e daí, sejamos exemplo e catalisadores de uma melhor aceitação quanto às diferenças a a necessidade de um constante movimento de adequação e manutenção de um desenvolvimento com atenção quanto ao seu equilíbrio, evitando assim todo um processo de auto-destruição em razão dos excessos do progresso.


A mudança ocorre de dentro para fora, o exercício é como de um espiral que ao ser movido ,exala do seu interior a energia que será distribuída no exterior, modificando nossas atitudes naturalmente.Palavras ao vento são discursos inúteis que mais criam um espetáculo de convencimento, mas nem sempre geram a consciência plena da necessidade da mudança de comportamento, de paradigma, de status quo.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O que Você Carrega Dentro e Como Expressa Pra Fora


Lua e Netuno, dois planetas que estão intimamente associados ao arquétipo feminino. A nossa força gerada da nossa capacidade de nos preparar a cada mes para gerar um ser e logo após chora pela primeira vez é a estréia o adeus a sangrarr vermelho pelas entranhas pelo adeus a não fertilização. Talvez dessa capacidade da mulher dar vida a um novo ser, venha uma indescritível força de reagir  brutalmente à morte, de usar seu instinto na preservação de sua espécie e na proteção dos que ama e cuida. É essa mulher que caminha  em busca de algo, em busca do homem que a fertilize, que capine e plante para dar pão a suas crias, que chore de tristeza quando um deles parta de inanição.
A Lua de fases, a força interior que a faz transitar pelos 6 estágios desde a plena escuridão ao ápice luminoso de uma lua cheia, simbolicamente associamos à ausência de luz como o vazio do útero ou o vácuo que nos deixa, a mulheres e homens, sem noção do porque nasceram, qual função. Como se este instinto feminino e também o masculino sejam nossa herança dos primatas. Não viemos do nada, nem passaremos pela vida sem de alguma forma trazer algo de dentro de nós, e pela vida rumamos em busca de a quem doar, como se não bastesse criar, conceber uma idéia, um ser, m valor, é preciso trazer ele pro mundo, colocar a nossa criação a povoar e a participar da evolução da espécie.
Uma mulher jamais consegue ter a mesma relação com a vida, depois que passa pela experiência enriquecedora de ser mãe, seja pela enorme transformação bio-psico-emocional por que passa durante a gestação. Mas nada mais mágico que pariu um ser de dentro de suas entranhas, e este ainda lhe pareça com seus sinais. Todo o medo, o esforço, as dores são esquecidos diante da graça de presente que ganha e agora precisará cuidar com todo zêlo. A Casa 12 fala muito dessa grande magia reprodutiva, seja por Netuno representar o amor transcendente, o abandono do ego, o fim e o inconsciente britando na vida pela linha do ASC.

A famosa ilha das minhocas, de onde viemos carregados pela cegonha. Esse mundo onde nos criamos durante 9 meses, onde flutuamos em total conforto físico, de acordo com o que nossa madre nutriz esteja vivendo lá fora. A alta percepção, a sintonia fina que capta através da barreira placentária, nos faz crer sermos uma só Lua, uma só emoção. Ali construímos nosso caleidoscópio  e voltamos pra lá a todo momento que a fantasia do ASC pesa nos ombros do Ego. Já fim de noite, corpo exaurido de sorrisos, e gestos educados e, de repente, jogamos a toalha, deixamos a torrente d'água cair por nossa cabeça a se misturar com as lágrimas, e enfim a bolsa se rompe e desaguamos da pressão, mergulhamos profundamente  em nosso íntimo e nos conectamos com o mundo das fadas e monstros, dos castelos e príncipes, dos sapos e duendes , de onde podemos perceber o quanto somos "maiores" dentro, a partir de toda a nossa história, do que apreendemos, do que trazemos já feuto, dos nossos anseios a serem realizados, feitos de sonhos, insights que, em algum momentos surtam em clarões e conectamos com o cosmos e aspiramos ser além de um corpo deambulando a esmo pela estrada da vida.
 Estamos prontos a doar ao mundo o que trazemos  de contribuição.
Estendam as mãos e recebam!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A Solidão do Nós Dois - Um Caminho Só Seu





Quando me vejo diante de minhas encruzilhadas, são momentos de dolorida solidão, de um enorme esforço em ter que me erguer e seguir em frente. Meu Marte em Aquário simboliza isso divinamente, enfrentar o dragão não é para seres voadores, seres do ar. Isso de anar na linha reta como se estivesse indo para o fuzilamento é uma verdade verdadeira. Todo mundo sabe que por trás de uma grande solidão por fuga, existe o medo, o medo de dicar só, ou seja o medo de "ser só", do sentir-se sem amarras, sem elos. Urano quase sempre é um multiplicador de quebras, de explosões que dilaceram linhas de contato, de conduta, caminhos conhecidos.
O vazio uraniano é uma indefinição de cores que podem  ser  misturadas e pintadas novas aquarelas. Mas a princípio você sente a ausência do qu existira ali, conhecido e seguro por este fato. Primeiro você sente-se no Ar, a representação da Carta da Torre no Tarot fala disso, de você despencando numa noite escura de uma torre atacada por raios, de repente você está nua, na rua, sem nada a lhe proteger. 

Uma pergunta: 
Você fugiu para a torre para se proteger do que ou de quem?
Será que o medo leva a gente a temer descobrir e enfrentar a nós mesmos, a enfrentar o mundo imaginário do medo? Por isso nos escondemos em torres fantasiosas,  a nos esconder de quem nos apavora? Você vive agarrado com o medo, ele tem cara de Netuno ( o medo  imaginário), ele se disfarça nas desculpas mais esfarrapadas, te faz se disfarçar fisicamente, ficar inaceitável, suja, fedida, te faz esquizóide, te aliena.



Nesse caminho muito pessoal, de vencer a si mesmo, é preciso da solidão, por isso que "crise" é terapia, a gente emborca pra dentro e encontro o outro lá de dentro. Quanto mais íntima se torna essa relação do Eu consciente que em algum momento cai no fundo do polo de tanto fugir, com esse Eu Interior mais inconsciente, até que ele surta e a crise acontece.  É essa a solidão de nossos dois Eus, mesmo que venhamos a nos conhecer em circunstâncias nada felizes, é uma oportunidade fértil da gente se enrroscar na gente, ficar lá na crua consciência da dor, do fracasso, da morte e desilusão e, nessa intimidade toda, a gente se junta, e encontra um clamor maior em sobreviver.


 Talvez mergulhando nesse labirinto do medo você descubra um outro mundo , o teu inconsciente rico de imagens, histórias, lendas, e vai poder viajar por esse mundo fértil de fantasias que te façam sonhar de olhos abertos, que te façam trazer à luz toda a tua luz interior, todo o teu passado apreendido em teu interior.  Esse mergulho é um ato de coragem só seu! É ir em frente carregando o medo, não como um fardo ou  amuleto negativo, mas como a outra face das nossas ilusões, nosso negativismo existe, mas como sabemos, tudo é dual, daí podemos ter os dois lados da moeda juntos, buscando usufruir de cada um deles e assim encontrar esse nosso caminho do meio. É um meio-a-meio, você na sua melhor companhia, sua real intimidade, sua inspiração, sua reflexão, seu mndo interior que pode te suprir de quase tudo e é fonte de seu todo a despertar, seja do positivo ao negativo, ali guardado para ser vivido desde que você abra a porta e pise firme.


A opção é só sua, O Ego representado por Marte, o único e Netuno, o fantasma, se você Áries não fizer por você mesmo, buscar sua independência e autonomia, você poderá se jogar no poço fundo de qualquer coisa que te cegue os olhos e te desconecte com teu Eu inteirior, Peixes, tua relação de parte de um todo. Não fuja da vida, não fuja de si mesmo, por mais que seja um ENORME sacrifício, que exija muito esforço, tente, pois bovê ganhará VOCÊ DE VERDADE.



terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sua Fé está Dentro ou Fora de Você?


Desde a antiguidade os deuses foram criados a partir da observação do homem sobre a natureza e tudo aquilo que ele não tinha controle e, que vez por outra se derramava sobre ele, e ele sucumbia a algo mais forte que ele. O homem temia os deuses e os reverenciava como forma de agradecimento, seja pela colheira, pela chuva,  pelas marés. Muitos sacrifícios, rituais, festas foram sendo  formas do homem homenagear o deus-mito e pedir-lhe clemência . Júpiter na Astrologia representa um deus mitológico, Zeus, aquele que tinha o grande poder de se personificar em vários personagens e se misturar com deusas e mortais, povoando o universo e cultivando a miscigenação. Não é por falta de variedade que Júpiter se expande a partir de seus princípios e crenças, ele é um guia para o crescimento e desenvolvimento do ser humano frente a pluralidade universal. É o elo do anel a representar o compromisso de fidelidade, é um símbolo que representa um conceito. como todo ritual tem a função de reviver, de trazer à lembrança nossas crenças, de onde eu associo o re-ligare, a conexão com o poder, com o alto, a forma fazer viva a crença,  por isso a Casa 9 é o caminho da busca, da doutrinação e prática.

O mais interessante é que Júpiter regendo Sagitário nos remete algo importantíssimo, a diversidade no caminho evolutivo, seja entre os povos, raças, culturas ou desenvolvimento espiritual. Júpiter  como Zeus já era um afoito amante a fazer câmbios, e como mestre do conhecimento ele abre fronteiras, ele propõe a verdade de cada um, a aceitação do novo, a possibilidade de expansão do ser humano através de seus valores, não só religiosos, mas aqueles que possam ser fundamento para uma convivência mais equilibrada e justa entre os povo. Para Júpiter tudo é possível ao homem que tenha fé em si mesmo, auto-confiança. A crença no símbolo, a prática de qualquer ritualística, é não se fazer esquecer da chama interior, que aquece o coração do homem e o guia a frente.

Netuno, mesmo sendo o senhor das profundezas, nos diz muito da plasticidade da água, da nossa percepção do entorno, da intuição que nos faz deslocar no tempo-espaço no infinito de nosso Self. A profundidade do oceano nos atrai a mergulhar em busca do passado, do inconsciente coletivo, do que jaz inerte no fundo de nossa inconsciência, tão viva e pronta a ser resgatada sempre que o homem necessitar sentir-se um elo dourado, parte de um todo. Nessa infinitude não existem limites, todos somos apenas partículas que se unem, se misturam , se copiam e vão se desenvolvendo de acordo com aua disposição pessoal em tomar sua vida nas mãos por Saturno e sentir-se guiado por uma energia maior, seja o Deus de cada um, seja uma inteligência superior. Assim esse senso de "não estamos sozinhos" nos faz seguir confiantes, tementes ou não, mas sabedores de que existem um objetivo em cada existência humana. Para tal precisamos estar abertos em fé a libertar nossos self para conduzí-lo a um estágio mais elevado, e assim cumprir nossa missão como espíritos. Ao escutar nosso eu interior, ao nos conectar ao  nosso poder maior, criamos  a relação da fé, esta que má precisa de provas, nem de explicações, ela vive e é despertada  a partir de empatia, sintonia e coerência com nossos valores.
Peixes engloba o todo, é a nossa capacidade de ser mais um, a simplicidade do homem comum que se percebe como parte de um todo, é também o medo no confronto do ego, daía as fugas em larga escala ou as fascinações por tudo o que se traduz em poder sobrenatural e abstrato. A fantasia pode camuflar a matéria, formatar gurus, soberamos de suas verdades únicas, mas jamais vencerão a fé e o amor incondicional.  Diante da espiritualidade o ser humano tende a ser um aprendiz, um igual, sempre disposto a somar, a unir, a ponderar sobre as diferenças em busca da unidade. A amorosidade é um caminho de compaixão e perdão diante da dor e da agonia, ao se voltar para si mesmo, o homem se re-encontra e mergulha fundo e se descobre livre, plasma.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

À Espera de que o Universo se Mova

O tempo pode para que a inércia do vento não perceberá, a vida continuará a fluir em torno dele,, mas ele desconectou-se do papel de ator principal. Áries no Ascendente tem essa grande possibilidade, a de ser um caminho de ação, pioneirismo, ou de um lânguido e moroso caminho sem horizonte definido. Como diz a frase popular, "você nasce e morre sozinho", e Áries é a descrição exata da forma de uma pessoa optar por ser um "parasita" ou um vencedor. Na maioria das vezes se encontra referências simbólicas a respeito deste signo como um guerreiro, como a força da ira e a virilidade masculina na ereção do falo em sinal de vitória. Esquecem da primeira chama, da relação com o divino que existe no fogo ariano, do idealismo que permeia a mente infantil e inocente de uma criança. Para Áries tudo é sempre "a primeira vez", pois a cada início ele nada tem de referência com o passado, ele atua no presente e vive do impulso para sobreviver ao caos .
Áries nasce para vencer, pois ele é somente a chama inicial que ilumina o caminho, a idéia primal, audaz, veloz diante do desafio da conquista. Ele quer sempre ser o primeiro, ser o privilegiado, sentir-se "único" e nesse caminho ele irá se defrontar com a sua própria companhia, seu outro lado, que renega a possibilidade da derrota, que não admite o fracasso, pois ele, somente ele é responsável elo que ganha e perde. Tudo é muito seu, sua alegria na vitória, seu tesão no sexo, sua ira diante da falsidade, seu medo da dor, da morte, da perda da vitalidade física. Ele, nessa caminhada, só tem a ele como companhia, e só ele para lutar por se salvar de si mesmo.

A raiva é auto-destrutiva, a ideia do fracasso é pessoal para Áries, no Ascendente ele conta com a excelência de ser um iiciante empolgado, liderando se possível uma nação de adoradores do Deus da Guerra, ele fica bem no front, mas diante das quedas ele se ergue tal qual um foguete estropiado, soltando fogo e fumaça por todos os lados e morrendo na praia. Talvez a chame em vez de gritar em fúria, se apague e a escuridão o tome, lhe tirando o viço, ele nada mais será do que sua prórpia sombra, o fracasso, que aos poucos poderá se auto-destruindo, se corroendo e vagando a esmo sem destino.

Dependendo do regente Marte no mapa e seus aspectos, Áries Ascendente pode demorar a crescer, sair do cercadinho ao qual ele pula toda manhã e volta pra dormir toda noite. Essa falta de "atuação" gera um ser que vive à espera que o céu colabore, que caiam chagas de fogo a iluminar seu caminho , que o desperte para a vida. Mas crescer dói, e Áries odeia dor, odeia sofrimento, ele é um cara do bem, mas sua inocência em muitas vezes é sua maior inimiga, pois ele passa batido pela verdade da vida, de tão rápido que corre em direção ao seu idealismo. Ele então morre de medo da vida, do coração ferido de ser abusado em todos e quaisquer sentidos. Ele arreia sua espada e se apoia sobre seu escudo, acreditando que mais fácil seja ser mais um nessa estrada, ser coadjuvante , um ser pela metade, que vive das migalhas que lhe doam, pois se faz incapaz da conquista. Sua visão agora é tosca, sem ousar buscar a luz lá adiante , no horizonte. Ele permanece ali inerte, apreciando sua ausência no comando de sua própria vida, vive nas sombras do medo, quase um alienado de seu próprio poder, um desertor na guerra da criação, ele nem ousa olhar o passado, o vazio da seiva que nada floresceu além de uma vidinha mansa onde ele oculta suas frustraões nesse total desinteresse pela VIDA.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Banhos de Lua - Limpeza D'Alma

Essa noite eu olho no fundo d'alma desse negro mar, só a Lua por testemunha , Lua em Escorpião, ali no céu a me observar silenciosa, como uma mente investigadora, tentando tirar de mim meus pensamentos. Ela me atinge em cheio com essa luz brilhante, que me cega os olhos e me atrai como um imã enigmático, me fazendo deslizar pelo mar adentro atrás desse rasgo reflexo prateado, que me conduz ao outro lado da minha consciência. Meu eu oculto, que vive numa ilha deserta, sempre à espera da Srta. Lua a lhe ofertar um banho divino, que me desnuda a alma, que me queima o corpo e me lambe a pele por todas as gotículas salgadas e ardidas do mar.

Serão gotas de veneno? Um caminho para os subterrâneos de minhas emoções trancafiadas no quarto escuro, onde recolho toda a mágoa, a dor de todos os adeus que dei, tantas mãos que nunca me acenaram, se foram atraídas pela correnteza da incerteza, dos sonhos e mentiras, que transformaram piranhas em tubarões. E eu ali fiquei fria, dura, tal qual um rochedo enorme, intransponível, a testemunhar o rio da vida tragando os corpos inanimados daqueles que me traíram, me difamaram para a estrelas.
Mal sabem eles que o desejo insano de poder pode arruinar e levar à falência moralmente, talvez a pior das mortes, a que vem de um enorme vazio, um buraco negro, que cheira a enxôfre e as larvas se petrificaram como um túmulo de todas as maldades que carregavam em suas entranhas, ao contornarem as pedras, eram jogados contra as margens e se transformavam em pó , se depositando lentamente lá no fundo do mar da minha memória, restos de minha dor, espalhada em micro-partículas.

Eu nado sem rumo, minha alma em prantos, seguindo o fio prateado que vai me levar pro céu, como uma rabiola de pipa faceira, sigo em direção ao pico mais alto, vazia e limpa, alma branca inviolável, á espera de uma Niva fase para começar a descer baixinho até o horizonte, sedutora e traiçoeira, meras sombras que olhos maldosos e mentes maldizentes imaginam caldeirões de óleos borbulhantes a cozinhar príncipes para se transformarem em sapos, que atrairão as pererecas saltitantes carentes.
Ha hahahahaha ahahahah ahaahha
O riso alto ecoa pelo vale e chega na beira da praia como um sussurro apaixonado de um boto-rosa,... quem sabe migrarão rãs para o banho de sol.

sábado, 8 de agosto de 2009

Por Onde Anda Nossa Inocência?

Essa nossa criança interior anda embotada, a deixamos lá no passado, nas vagas lembranças que temos da infância. Numa viagem de dejà vu, voo pela minha memória emotiva, lembro de alguns fatos, certas cenas e, mesmo que não tenha sido fácil aquele tempo, eu era feliz, uma felicidade diferente desta que hoje tentamos encontrar. Era a felicidade do ser criança, mesmo que tudo seja proibido, "não ande descalça", "não saia sem o casaco", "nada de brincar com os meninos na rua", não fale de boca cheia", eu tinha dentro de mim todo um mundo de fantasia, onde eu podia ser tudo, não existia tempo, eu era o agora quando abrir os portões dos meus sonhos de olhos abertos. A maldade humana me rondava, mas eu sequer captava que ali existia ódio, ressentimento. Eu tinha meus heróis de carne e ossos, os amava apesar dos castigos, das brigas, pois nos intervalos sobravam beijos, afagos, colos pra dormir, passeios na praia, os castelos de areia, minhas bonecas, nem dava pra reclamar demais. Ademais sobravam todos os heróis da tv e ali eles concretizavam todos os meus sonhos. /

Os pais acreditam cegamente que somos burrinhos desde que nascemos e não sabemos nem sugar o peito, eles não nos percebem crescendo por dentro, só por fora, se orgulham do que parecemos fisicamente com eles, do que conquistamos em títulos e diplomas, mas tem medo de saber quem vive dentro de nós e o quanto somos melhores que eles. É verdade, eles amam mas competem, não podem perder seu pátrio-poder, eles acreditam que nos financiando, alimentando e ignorando nossas ideias, eles controlam e manipulam quem seremos, já projetados por eles como ficha de compensação.

Eu cresci, passei a ter hora pra acordar e deitar, para fazer prova na escola, pra tomar banho, virei escrava das obrigações, não eram "deveres", se não fizesse...tinha castigo, palmada, gritos. Nem saber dizer não eu sabia, o amor era maior e a dor menor que a dependência emocional. Cresci mais um pouco e fui ficando auto-suficiente, só pele pra fora, eu já escolhia as roupas, o que queria comer, rejeitava abertamente a autoridade sem propriedade dos meus pais. Aprendi a ver que mentiam, não eram sinceros, não faziam o que falavam, era a maior justificativa para acabar com a moral deles.

Cresci tanto que me perdi do meu passado de criança, perdi a inocência física aos 14 anos, depois perdi a ignorância e aprendi a jogar frescoball, aquele passeio no clube, nada a declarar de verdadeiro, jogos de sedução, para arrumar um namorado e um emprego. Dizer não sempre não é consideravelmente ser adequado, o ideal é lançar mão das estratégias, dos ensaios, de qualquer coisa que nos dê tempo e espaço para ver onde atirar a flecha e laçar o touro.

Nossa criança ficou lá, guardado no armário, junto com as bonecas, os bilhetes dos namorados amarrados em laços de fita, as flores secas e o relógio biológico emocional congelado. Isolamos a criança dentro de nós, viramos falsos super-heróis, vestidos de Griffes, diplomas na parede, unhas vermelhas no lugar das luvas de boxe e uma língua afiada, tal qual uma foice, pronta a decapitar o primeiro que tenta te puxar o tapete... Tem também as crianças-anões, que existem dentro de nós lutando para sobreviver aos altos balcões para ser ouvidas, vistas, talvez elas gritem mais, lutem mais, encontrem meios de viver apesar de "baixinhas", elas continuam acreditando que não morreram, que continuam vivas, apesar do mundo dos Grandes ser tão cruel e incapaz de olhar para dentro de si mesmo, de olhar para baixo, de ajoelhar e conversar de igual para igual com sua criança, respeitar seus desejos. Mesmo que para muitos ser cético, desconfiado, vingativo, medíocre, querer levar vantagem em tudo os faça acreditarem assim sobreviver aos caos das desilusões e mágoas que guardam no peito, aquelas velhas bonecas quebradas, os carrinhos sem roda, tudo o que eles foram perdendo pelo caminho.

Mas, ela resiste, pura, cristalina, dentro de cada um de nós, por vezes ela aparece de madrugada, nas noites insones, nas lágrimas derramadas de pura impotência em ser tão forte e duro, e ela está ali a seu lado, querendo colo, dando o ombro e tentando fazer cada um de nós acreditar que é preciso ser verdadeiro, autêntico e cheio de boas intenções.

O resto que se exploda!
Se mate"
Se corroa !
Se envenene!



segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Desconstrução leva à Solidão

O caos é anunciado pelas trombetas do Arcanjo Gabriel na Carta do Julgamento no Tarot, como se aquele som gritante despertassem os "mortos" das catacumbas (inconsciência) e os conduzissem a caminhar em direção ao cumprimento de suas missões. É um arquétipo que fala do quanto negamos experenciar questões mal apreendidas em outras vidas e que a encarnação nada mais é do que uma nova oportunidade de regeneração, e esta quase sempre é feita de confrontos com circunstâncias, pessoas, sentimentos, que vivemos dando meia-volta.
Astrologicamente falando, vivemos um momento crucial onde céus e mares parecem querer se unir na recepção mútua de Urano em Peixes e Netuno em Aquário. Água e ar são opositores seja na distância, seja na não impatia entre os elementos. Mas como esses 2 tem muitas coisas em comum, são extremamente envolventes, penetram sutilmente ou abruptamente, minam ou quebram as resistências, destroem as ilusões, seja pela lavagem dos olhos da névoa que cai sobre o horizonte, seja pelo estrondo abrupto de uma bomba a destroçar as muralhas encarquilhadas do passado.. Não o que será de nós quando o mar se abrir para receber Poisedon das suas profundezas em Peixes, quem sabe as águas reinarão por sobre a terra, leralmente vamos começar de novo com Urano entrando em Aries.
Não sou aplicada à Astrologia Mundial, meu feitiço é tentar trazer o homem à sua consciência, então observo o mundo como co-participante efetivo, reagente das atitudes humanas, que constroem e destroem e agente maior que se impõe através de uma existêncialidade que desconhecemos. Nós, matéria , seres humanos podemos ser identificados nessa projeção simbólica como o elemento Terra, estamos sendo engolidos nesse furacão. Ventos noroestes desceram as encostas do continente, levanto papéis valiosos que viraram papagaio. As águas esquentando, enquanto as ondas crescem em função das invasões nos subterrâneos dos oceanos. Os apegos de Touros se estremeceram, o caminho não tem mais um fim certo, será construído a cada dia com Saturno transitando por Virgem indo em direção a Libra, talvez o foco seja produzir frutos para prover o povo da fome, seja esta física ou emocional .De Capitan está Plutão desconstruindo as bases, criando valas para que as larvas petrifiquem todos os que contribuíram para a implosão, a revolta da alma do planeta, cuspindo fogo, exterminando com a lama jogada pra dentro dos boeiros, do lixo contaminado nos aterros nada sanitários. A Terra devolve tudo que cultivamos nela. Plutão terá muitos anos para ir desestruturando muralhas aparentemente dignas do poder a elas atribuídas. A devastação já se vê no imenso criatório de técnicas ilusionistas de auto-cura, todo mundo sabe tudo, faz de tudo, um verdadeiro caos de desesperados desesperançosos, solitários, ninguém por eles, abandonados à prórpia conduta de auto-herói ou guro-do-brejo do pantanal. (SALVO OS CIENTISTAS, PESQUISADORES, PROFISSIONAIS COMPETENTES QUE SÃO RESPONSÁVEIS EM BUSCAR ALTERNQTIVAS DE CURA E TERAPÊUTICA).
Somos um bando de desensperados, sem pai, sem mãe, nos agarrando a qualquer alça de caixão, cartão da Senna, bolsa-família, gás, escola, míseros coletores de esmolas públicas que comprem votos de esperança, essa esperança jpa ficou cinza, não brota mais nos cabeça-pensantes, que rodam que nem perus em véspera de festa de fim de ano o lista de demissão. Estamos SOZINHOS diante de tudo que já faz algum tempo que se desmorona a longo da estrada que percorremos tentando cultivar nosso caminho. A desemperança nos açoita e nos faz curvas os ombros melancolicamente, mais parecer]mos ter voltado aos tempos da escravatura, dominados pelas falanges, milícias, engodos e roubos jogados na nossa cara.Acredito que , hoje a crise também globalizada, se despedaçou em pequenos cacos pelo hemisfério e essa transformação se dará de forma plutoniana, de dentro pra fora, aos poucos os poderes emergentes aparecerão boiando no oceano, outros poderão resurgir do anonimato como parte da renovação. Será cada um or si, diante de se achar de novo, reconstruir trilhas alternativas para sobreviver dos desmoronamentos do que até pouco tempo lutávamos para conquistar como poder e sucesso pessoal.