Pensamento

"Onde quer que o homem vá , verá somente a beleza que levar dentro do seu coração" . Ralph W Emerson

domingo, 12 de maio de 2013

Mãe - Para Lembrar com Saudades




Mãe a gente tem para sempre, ela ao te dar a vida, a ser tua fonte de vida, ele cria um laço eterno contigo, indissolúvel. Pode ser que a vida te carregue dele, ou faça ela te abandonar, pode ser que nunca mais se reencontrem, seja pela morte, pela fatalidade ou por circunstâncias tais, que não podes afirmar com sinceridade e verdade, os motivos e muito menos o que levou uma mãe a tal ato.

Mas você saiu de dentro dela, e ali dentro daquele berço começa a existir uma longa história. Muitas e muitas mães deixam de ser mães, interrompem uma gravidez, não dão uma nova oportunidade a você para crescer e se desenvolver. Outras no entanto têm seu destino cruzado por um homem, desconhecido até, um sequestrador, um estuprador, um pai abusador, um pedófilo, uma alma perturbada que poderá germinar um útero e te trazer à vida. se saber o nome de quem colaborou com tua fertilização, mas ali existirá para sempre os genes daquele que patrocinou sua experiência de vida. Vez por outra vais perguntar de onde vieste, qual tua origem. Muitas histórias tristes, muito desamor, maldade, injustiça, a maior de todas talvez seja a ignorância, o não valor de uma vida da qual cada um daqueles que se unem num simples ato sexual, seriam responsáveis por cuidar, proteger e encaminhar essa alminha para seguir adiante na vida.


Mas somos muito egoístas, seja por termos recebido amor mas não termos apreendido o que é o amor, seja por nossas limitações pessoais, sempre tão offline das conexões mais importantes, para os deveres com nosso próximo. Para uns parece que ao se nascer sozinho, empurrado pelas contrações uterinas, a  gente sai pela vida quase em estado de autismo, criamos um mundo só nosso e vamos batendo cabeça , aprendendo na porrada.  Talvez seja em parte verdade, muitos de nós precisaremos em algum momento da vida soltar as amarras, desfazer os laços, sermos livres, autônomos para escolher nosso próprio caminho. Mas talvez ainda existam algumas outras chances pela vida. 


Na minha crença em Deus, numa inteligência maior, no poder do "divino", somos uma luz que nasce e tem no universo seu destino a ser cumprido, e junto, um bando de encruzilhadas a serem vencidas e também um monte de encontros e reencontros com pessoas que cruzam nossos caminhos, e nos amamentam, nos cuidam com zelo, protegem, nos criam, nos fazem sentir "filhos de verdade". Podemos ser escolhidos como filhos, algumas vezes o acaso nos colocar aos pés de mãos caridosas que nos recolhem, nos alimentam. Vamos ter mães-amigas, aqueles que socialmente nos chegam e podemos nos desabafar, muitas vezes com maior afinidade do que com nossa própria mãe de sangue. algumas mãos serão as que nos ajudarão a levantar, seja numa psicoterapia, num consultório médico, numa formação profissional. Quantas vezes um professor faz o papel de mãe, se preocupa, percebe o sofrimento de uma criança, a violência doméstica, o abandono. Muitas vezes eles poderão ser alguém a admirar e a seguir como exemplo.


O ciclo da vida mesmo que longo, um dia nos leva a mãe, leva parte de um todo e fica um buraco, um vazio muito mais pela ausência do calor do peito, das mãos a nos acariciar com bolinhos de chuva no lanche, uma sopinha reforçada quando ficamos adoentados. É esse calor humano, esse carinho que vai embora do nosso cotidiano. A gente vê se definhando a vida de alguém que amamos profundamente, apesar de todas as divergências pela vida afora, ali houve algo muito importante, aquela mulher em algum décimo de segundo optou por nos dar a chance de viver e isso não tem preço. E quando ela se despede, some da nossa vista, a gente se agarra ao cheiro nas roupas, aos pequenos objetos dela que guardamos como uma relíquia, mas o tempo vai limpando essas materializações e quase tudo se torna "inanimado" sem vida, sem cheiro, sem cor.


Sobram então o de mais rico, de mais profundo, o amor, seja por aquela mulher que nos acalentou dentro do ventre, seja por aqueles que nos acolheram em seus lares, nos deram uma família, seja por aquelas pessoas que na ausência e carência de amor e segurança, nos puderam ensinar a sobreviver nessa vida e podermos ser felizes, mesmo diante de qualquer dificuldade que possamos ter vivido. As saudades são como um álbum de fotografias que vai se abrindo em muitas ocasiões especiais que partilhamos com as nossas mães. Logo aparece um sorriso em nossa face, algumas lágrimas rolam de alegria pelas recordações. Tudo muito intenso, muito sentido, uma mistura de tristeza e alegria juntas.


Hoje é um dia de saudades para mim, lembrar de minha mãe me emociona, foi alguém que ficou marcante na vida de muita gente que a conheceu. Fiquei aqui agora pensando da primeira lembrança que tenho hoje da minha infância e me lembrei de minha primeira viagem a São Lourenço, só nós duas, e ela me fez andar na charretinha com um bode empurrando pela pracinha na frente do Parque das Águas. quantas e quantas vezes voltamos lá por quase toda a minha vida, São Lourenço me viu crescer, foi lá também a segunda Lua de Mel de minha mãe quando casou com meu padrasto. Foram alguns festejos de seu aniversário nos Réveions. Me recordo dela aprendendo a dirigir, saindo toda arrumada, era muito mais vaidosa que eu, indo visitar as amigas. 


Se de um lado eu me tornei sua filha protetora devido à sua fragilidade emocional, ela era uma coluna de mármore à qual eu me agarrava, tal qual uma âncora. Sabia que ela não falharia comigo, mesmo que por vezes não tenha sabido me poupar emocionalmente, ela viveu por muitos anos tendo a mim como a razão dela se manter viva. Ah... ela era apaixonada como sou, de uma alegria borbulhante para espantar a tristeza que habitara parte da infância dela. Ela soube dar várias voltas por cima, vencer limites enormes, viveu  sempre querendo aprender mais. Nós duas disputávamos as palavras cruzadas, escrevíamos bilhetes apaixonados nos aniversários, uns ainda guardo até hoje. ela como seu pai, meu avô paterno, escrevia trovas, adorava contar piadas, gargalhava sozinha na cama ouvindo o "Show do Antonio Carlos" às 05:00 horas e o rádio acompanhava ela por todos os cômodos da casa.


Houveram momentos de tristeza dela e meus, nossos desentendimentos, os castigos que recebi, embora conviver com minha mãe tenha sido um caminho de altos e baixos, eu quis muito ser como ela. Aquela fortaleza forjada pelo amor, aquela mulher que se sacrificou por mim, que sofreu em silêncio para não me assustar, me poupar. Como não ter saudades de tudo o que admirei nela, de tudo o que me ensinou, do orgulho que tenho de ser parecida com ela em algumas coisas de temperamento, alguns traços físicos. Foi um prazer tê-la em minha vida por 32 anos, ela me deixou pronta para a vida, me ensinou a me virar. Um dia tempos depois, descobri que precisava não ser mais a filha da D. Neuza e sim apenas eu mesma a Sandra Helena Gonçalves.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Caminho do Meio é a Compreensão Sobre o que Precisamos Aprender

Existe uma estrada a percorrer na vida, é a própria vida. Vivemos essa história sem saber onde vamos parar, somos encaminhados por aqueles que nos protegem, guiados pelos nossos instintos e somente mais tarde pelo nosso intelecto e contemplação do todo, então sim, podemos alcançar a compreensão dessa trajetória.

Muitos vão caminhar às cegas, desorientados em busca de algo em que se apoiar, vão tropeçar nas pedras, fazer destas marcas que vão sangrar pela vida afora, outros poderão ter medo do abismo, das encruzilhadas, vão devagar, se agarrando à encosta, com muita dificuldade em tomar decisões sobre o que lhes pode ser melhor. Com certeza a maioria vai tropeçando em si mesma, vivendo o cotidiano sem muita preocupação com o que será. O que será, será?


Eu me questiono quanto a um destino traçado onde somos apenas marionetes, onde nossa mente apenas funciona como uma máquina a agir e reagir ao entorno, sem que haja realmente um propósito maior dessas minhas células em algum momento germinarem num óvulo fecundado e criarem a minha existência. Até as baratas têm um propósito, aliás, o mundo não existiria sem elas! Quando penso na minha existência, me vem sempre a necessidade de sobreviver sim, mas algo mais, o estar me integrando ao que me rodeia,  poder de alguma forma conduzir minha vida de forma a ter um eixo que me traga maior equilíbrio, e aí sim, mais realização e satisfação com essa maravilhosa sensação de estar viva.


Claro que agora na casa dos cinquenta, o prazer é outro, talvez bem maior do que aquele da minha adolescência, onde eu começava a descobrir quem eu poderia ser, sem me importar muito com o resultado disso. Eu era um punhado de hormônios em ebulição, carregando meus traumas, carências no bolso, sem nem me dar conta de quanto eles precisavam de lustre. Eu era apenas resultado da minha criação e educação, era um monte de desejos e receios a pulular para todos os lados sem direção. O ego se encarregava de reafirmar ser dono de minha vontade, entre gritos de independência, lágrimas de frustração e uma memória curta para  não ficar muito tempo elucubrando sobre a morte da bezerra. A gente acredita que tudo pode ou desacredita firmemente ser capaz, mas não temos consciência ainda de que cada uma das nossas escolhas terá fundamental importância no nosso aprendizado, para então ser fundamental na forma como vamos escolher vivermos essa trajetória.


Não somos "donos" da nossa vida, mesmo que eu acredite seja tudo estarmos conscientes do que fazemos e em coerência com o que sentimos, coisa quase sempre deixada de lado. Falta uma cultura de validação dos sentimentos, somos o que temos de identidade, quando somos filhos de alguém, quando temos um diploma, um emprego, dinheiro para pagar o que precisamos e desejamos ter. Encaixotamos nossas emoções, minimizamos  todo o sentimento que fica abafado entre toda essa função de procurar ser alguém na vida. Pisamos no que sentimentos, levamos as dores na mochila como parte da vida, como resultado e experiência, quase nunca perguntamos a nós mesmos se esse sofrer é preciso. Seguimos em frente pouco nos importante com o que vai em nossa alma.


É a vida,  a sede é maior, a disputa faz a gente passar por cima, se defender, criar todas as barreiras possíveis para que  sejamos "fortes" nessa luta pela sobrevivência sócio-econômica. O resto que se exploda! Pior que em algum momento do caminho explode mesmo, é a tristeza danada que aperta o peito, é a sensação de mágoa profunda, a dor da invalidação, a frustração por não conseguir conquistar nossos ideais. tudo fica ali, guardado num cofre forte, corroendo por dentro nossas cascas de aço impenetráveis. O tempo é um sinônimo da realidade, dessa cruel realidade que nos põe de frente com a consequência daquilo que deixamos de lado, negamos, fugimos até.


 A vida é sábia nesse sentido, o "meio" existe, é a coerência entre o que sentimos, pensamos e fazemos, quando não respeitamos isso, nos tornamos frágeis, pois nossos conflitos internos nos derrubam em algum momento. claro que muita gente vive pela vida afora assim, infeliz sem nem se dar conta disso, acreditando que existe uma guerra e ficar vivo é o que interessa. Matam por qualquer valor, dinheiro, poder, inveja, honra, mas nada de lutar na guerra real, que é tirar o verdadeiro proveito da vida, que é o estado de contemplação em equilíbrio, ou seja, andando pelo caminho do meio, ponderando sobre o que nos causou dor, mágoa, nos frustrou, percebendo que existia uma necessidade maior de vivenciarmos toda essa história, sem precisarmos colocar o  karma na questão, somente refletirmos sobre o que vivenciamos e como isso mais tarde se torna claro e transparente para aquele que busca compreensão e correlação sobre quem somos, o que acreditamos e a real necessidade de nos reconstruirmos frente a uma busca de maior qualidade de vida e maior abrangência de observação dessa nossa vida dentro do universo que nos cerca.


Não vamos aqui imaginar o meio como aquele muro onde nos penduramos sem saber para que lado ir, a incerteza do que deseja, a total falta de atitude pessoal. Muitas e muitas vezes vamos fazer escolhas equivocadas, precipitadas, impulsivas, sem qualquer ponderação quanto ao resultado e menos ainda quanto ao que realmente desejamos e levando em consideração do que podemos e necessitamos. É caminhando pela vida que descobrimos que, diante das encruzilhadas vamos percebendo que podemos fazer diferente, que falhamos e ainda assim podemos aprender. somos lentos, o caos da vida nos engole e somente após um tempo é que conseguimos observar a nós mesmos e nos questionar quanto a ser exatamente este o papel que desejamos para nós.

O bom da história é o respeito que podemos exercer por nós mesmos, levarmos mais em consideração nossos sentimentos, o do próximo, não nos ocultarmos nas relações, poder usufruir de verdade todas essas experiências e assim compreendermos que nada é em vão. Lembro bem de que a ausência de meu pai na minha infância em função da separação dele com minha mãe foi complexa pois de alguma forma haviam mensagens subliminares que o invalidavam. De alguma forma minha opção foi ser forte como as mulheres da minha família o eram, eu precisava proteger minha mãe que se fazia de forte para me proteger. De alguma forma menosprezei a figura pouco conhecida que vislumbrei de meu pai. Procurei ser o oposto e me opor aos homens de alguma forma para não ser "abandonada" por um. Depois de muito tempo compreendi através da psicoterapia, que precisava ser a menina que queria ser protegida, amada e que sentir-me segura dependia mais de mim do que do outro. Passados muitos anos reencontrei meu pai, basicamente o tempo não tinha alterado nada para ele, a não ser os cabelos grisalhos e uma tristeza pelo casamento frustrado e uma pacata vida sem grandes lutas, apenas uma triste acomodação. Isso me fez lembrar quando li um texto ontem no "TERAPIAS INTEGRADAS" que comentava da dificuldade de certas pessoas em acreditarem que podem ser felizes, apesar de tanto tempo numa vida difícil. Lembrei de meu pai, daquele simples operário que creio que nunca quis muito da vida e em algum momento eu me encontrei muito próximo desse homem simples que me deu a vida. Ele era um outro lado meu que eu não queria admitir ter, o pedaço de mim que era desapegado, frágil, simples, sem grandes ambições. E como me serviu de conforto encontrar algo nosso que me fez tão bem, sua humildade e simplicidade me fizeram enxergar o mundo com os pés no chão. O não ter nada dá uma sensação tão boa de não precisar usar proteções, estar sempre pronto para o que virá, o que tiver que ser, apenas ser mais uma etapa sem que eu precise ser forte e vencer todas as adversidades.
Aquilo que de alguma forma me invalidou por muito tempo, me deu uma outra dimensão da vida que me salvou de querer exigir de mim ser quem não era. Afinal não podia negar minha genética, mas precisava ponderar minha história na sua dualidade.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Que Fazer Diante do Que a Vida Nos Apresenta?

Tentando ser coerente numa linha reta, é preciso equilíbrio para lidar com a gravidade, para escapar da morte, prevenir a queda e controlar para chegar do outro lado. A gente nasce cru, um baú-bebê em crescimento, recebendo milhões de informações. Você olha e copia, apreende pela repetitividade e sistemática, depois você começa a compreender o porque de algumas coisas serem assim ou assado. Na maioria nem questionamos, admitimos aquilo como verdade absoluta. Há uma inércia questionadora, principalmente devido a precisar desmontar a arca da verdade dos pais. Como questionar nossos heróis? Como admitir que aqueles a quem confiamos nossos medos e inseguranças podem não deterem toda a verdade do que nos ensinaram? Mesmo diante de atitudes cruéis, diante da violência, do assédio, do abandono, a gente ainda não quer acreditar que os mitos são de barro e desmoronam na nossa frente. Negamos por quase toda a vida os defeitos e desvios de conduta dos que amamos, até que abrimos os olhos diante da cortina de fumaça e detectamos a face deteriorada por trás da máscara e nos damos conta da realidade.

Começamos a descobrir que nosso mundo pode ruir e as mudanças ocorrem sem pedir licença e quase sempre nem papo e psicoterapia consegue modificar a dor que começamos a sentir dentro de nós quando o mundo ao nosso redor se move e nos tira do eixo central. estar no meio nem sempre é uma posição confortável, muitos odeiam ser o centro das atenções ou ter o poder das decisões na palma da mão. Vivemos  em busca de sermos parte de algo, seja no meio profissional, seja no familiar ou comunitário, mas a priore somos a nossa pequena consciência de nós mesmos. Somos tão grandes, gordos, que não sobra espaço para os outros, nosso mundo criado por nós, nos rodeia com uma mínima distância entre nós e o resto, e nós sempre ganha. Somos o máximo até quando nos sentimos o mínimo, daí somos capazes de bombardear todos aqueles que se tornem maiores do que nós, em prol de uma condição de privilégio  de sermos "iguais".

Diante da verdade absoluta de cada um fazemos o que para que esta verdade seja verdade até que o outro prove o contrário, questione e ambas as partes tenham oportunidade de maiores esclarecimentos sobre o mesmo tema e fato, ou não? Para que exista paz é necessário que ninguém se posicione contra o outro ou então se abstenha de ser contra o outro? Interessante seria se a vida vive nos fazendo viver experiências, e a elas reagirmos e transformarmos valores e atitudes, como seria viver em paz? Um estado catatônico? Não sei onde vou ter que engolir uma montanha de preconceitos, a aniquilação de iguais, a violência das pseudo-autoridades sobre os ignorantes. Como posso aceitar que um amigo agrida pessoas, mate outras e eu continuando a apertar sua mão e chamando-o de amigo? Que relação é essa que faz eu ser obrigada a conviver com pessoas que têm valores díspares dos meus?

Muitas e muitas vezes meus ouvidos serão de mercador, deixando filtrar somente o burburinho do grande mercado popular, onde pequenos desconhecidos dizem pequenas barbaridades e esse caos não faz parte diretamente da minha vida, é um mundo aparte que não me toca, pode me agredir à distância quando a quantidade é imensa e me sinto tão só nessa posição desse lado de cá. Mas tantas são as justificativas que me fazem me manter desse lado, tão resguardada me sinto, tão inteira e coerente com meus valores e princípios, mas tudo isso não me aprisiona nem me impede de estar sempre questionando meus pontos de vista diante de meus preconceitos e preferências. Não sou hipócrita quando meto o dedo no nariz fedido daqueles  quem condeno, claro que condeno sem necessariamente precisar desqualificar, invalidar, bater, matar, mas tenho o direito a ter minha visão e valores, mas meu dever de saber ter respeito para aqueles que têm os mesmos direitos e deveres que eu e que me incomodam.

Além de me posicionar, acho importante que posso além disso tentar defender o que acredito, sem precisar impor minhas ideias, mas ter o desejo de fazer com  que outras pessoas conheçam o que estudei e aprendi, ser fonte de conhecimento, fazer o bem pelo outros através das minhas ações que podem modificar nessas pessoas suas formas de pensamento e comportamento. Ou será que buscar equilíbrio é aceitar o outro como a si mesmo e não mudar ninguém nem nada? Qualquer criação no universo precisa de um primeiro impulso natural do espermatozoide que se lança com fúria para derrubar as barreiras do óvulo e ali fecundá-lo e criar um ser humano. O ato sexual mesmo inconsequente e desajeitado entre dois estranhos cria um filho e essa criança vai gerar inúmeras necessárias opções, alguns pais e mães fugirão da responsabilidade, justificando o direito à escolha, e escolhendo um aborto, estarão mais uma vez criando mudanças, seja uma curetagem ou aspiração de um simples óvulo implantado na parede do útero.  A questão não é religiosa, não é social,  a questão existe, não importa por que ângulo se olhe, la está ali, como estamos nós diante da vida. E a preservamos ou destruímos, não?
Somos um monte de passageiros de um trem que nos faz optar por descer em cada estação e escolher parceiros, estilos de vida, muitos fingem ser o que não são, alguns precisam mostrar quem são, mas todos nós somos ocasionalmente pessoas em movimento constante, seja em busca de dinheiro, reconhecimento, seja diante de uma doença, uma crise emocional. Porque acreditamos ser alguém tão especial que tem o poder de rejeitar outros, pela simples posição de poder absoluto,  aquele que não admite, nem precisa admitir o porque de sua atitude, que lança mão do poder de ser sua opinião e isso bastar, mesmo que jamais se coloque à disposição para  discutir a questão. Existem aqueles montes de gente que "passa e repassa", parece coisa do Programa Silvio Santos", é fácil copiar e colar, nisso você é apenas o lado direito de um rato que clica e cola, nada mais. eles são uns "nada" segurando o mouse, apenas "repassando", com total imunidade, sem qualquer responsabilidade já que cada um é responsável pelo que expressa, mesmo que de maneira quase acidental. Mas bem mais cômodo do que escrever com seus dedinhos nas teclas, o formato da frase ser de sua autoria, os erros de português, o tom da interpretação que cada um fará. ao repassar, eles somente são caminhõezinhos carregando letrinhas  escritas por alguém bem ou mal intencionado, mas que tampouco vai refletir sobre a consequência sobre sua mensagem. Tudo é muito fluido, o vento leva e daí é facílimo ofender, denegrir, acusar. Pior que a maioria do outro lado, que recebe esse bando de "repasses" nada faz, apenas olhinhos preguiçosos a passar rapidamente pelas páginas e e-mails a preencher o tempo ou gastá-lo de forma a não sobrar tempo útil ou tempo para fazer algo maior.

Não estamos sozinhos, não somos sozinhos, não sou alguém que não possa compartilhar o que tenho dentro de mim, sou só apenas no dever de sobreviver, de lutar comigo mesma para me modificar para ser mais feliz. sou capaz de mudar a vida de uma pessoa ao dar apenas um pouco de atenção a ela, de aceitá-la como ela é, mesmo que não seja minha escolha ser igual a ela. Sou capaz de fazer uma outra pessoa descobrir outros caminhos se posso passar minha experiência dos caminhos que conheci e descobri. Sou capaz de fazer alguém feliz com meu sorriso, com minhas palhaçadas, com meu amor, minhas comidinhas gostosas, com meu apoio numa hora em que gostaria de fugir. sou capaz de mudar a partir de um outro alguém me mostrar que pode ser diferente, de querer mudar para seguir aquele alguém que admiro.

Só ainda não aprendi a ser indiferente, não reagir às coisas que se apresentam e me sufocam, me agridem. Sou intolerante a pessoas autoritárias que se acham, a pessoas que agridem as outras gratuitamente na sociedade. Não sei ser indolente nessas horas, minha compaixão é para aqueles que assumem suas limitações, aos que desconhecem e não têm discernimento para perceber a vida de forma mais ampla e diversificada. Me incomoda deveras aqueles que nada falam, emudecem, se ocultam para não dizer o que pensam, ou porque realmente não lhes interessa o porque do outro. fico pasma com as contradições, cristãos cheios de preconceitos, "amar ao próximo como a si mesmos" já diz como eles se amam, a falsidade de apontar  e criticar os poderosos e este do baixo escalão do povo a cometer pequenos crimes, a jogar o caixa 2 para baixo do tapete, fazem regime no Leão e se acham "espertos' e a dignidade vai onde? E a consciência ? Quantas vezes se prostituiu diante de seus princípios mas fala mal das prostitutas, dos políticos, dos homossexuais. 

 E o que fazemos com os crimes que a humanidade comete a cada segundo?
Nada?
Façamos a diferença, sem no entanto levantarmos a poeira do poder. 
Pequenos gestos se somam formando grandes mudanças.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Lutando e Vivendo Perdas e Ganhos

Eu sou fã de carteirinha do esporte, não pratico nada, meu máximo esforço é caminhar e por obrigação, mas faço o maior sacrifício de virar madrugada, acordar cedo para ver os jogos de vôlei, futebol, handboll, adoro as lutas de judô e curto ver a natação. No fundo eu adOOOroooo ver o atleta tentar vencer, admiro aqueles que passam a vida dedicados ao ideal de vencer e no esporte de alto rendimento, o que menos entra em questão é a simples vaidade da vitória. O caminho é longo, sofrido, com muita dor, abdicação e uma determinação ferrenha de continuar sempre. A maioria deles começam ainda crianças na prática de algum esporte e ganham muito além de técnicas , normas e educação desportiva, ganham a autoconfiança.


Sou apaixonada pela capacidade que todo ser humano tem de se superar, mesmo que existam rixas entre países que ficam evidentes na prática desportiva, a maioria precisa vencer a si mesmo,  o desafio de superar seus próprios limites, precisa continuar para aprimorar. É como na vida da gente, nada muda, somente o palco e o podium, mas nós estamos a todo tempo abrindo novos caminhos, começando de novo a cada fim, é preciso começar de novo e para tal acreditar que poder ser mais e melhor e assim vencer a si mesmo e ser melhor que seu adversário.


Vai Thiagoooooooo!! A torcida da mãe desde cedo a seu lado, incentivando o filho, permitindo que ele faça parte de um grupo, chegando a um grupo de elite. É o exemplo de muitos atletas vencedores que vira incentivo para muitas crianças, que cultiva o ideal do atleta, a competição e vitória. Quanta gente ajuda, desde um técnico que enxerga futuro, nos patrocinadores, na família e amigos que além de torcedores precisam conviver com uma pessoa que tem uma vida diferente da maioria, uma rotina que interfere e até afasta o indivíduo de uma sociabilidade normal. 
Há pode-se dizer quase uma  obsessão nas pessoas que buscam a excelência. No simbolismo astrológico Netuno representa a magnitude do  ricos, a grandiosidade das grandes obras, da popularidade no contexto da visão do todo, da soma e abrangência. esse sem limite me passa também o processo da obsessão no lado positivo dela, quando bem utilizado, uma relação de usar a insistência sem fim como um meio de ir além de si mesmo. Podemos observar os treinamentos cotidianos por horas a fio, uma busca pela superação nas derrotas, penso que como todos nós, há na alma do atleta um ideal maior que leva-o a acreditar sempre, claro que o desafio da vitória, do aplauso, do sucesso pessoal e a pressão técnica  concorrem muito para o atleta não desistir nunca, mas nós também podemos perceber o quanto conseguimos modificar nosso futuro desde de um cotidiano onde somamos passo-a-passo pequenos resultados que criam muitas transformações mais para frente. 
Por vezes temos uma crise que cria uma circunstância que rompe a inércia do medo, da estagnação, outras é a mão de um amigo que de forma mais suave nos guia para um novo caminho de construção de um novo futuro. Muitas vezes tiramos coelhos da cartola, caminhamos na contra-mão de todo um entorno que pode nos matar, e sobrevivemos, buscamos fazer diferente, não nos contaminar e cruzar a fronteiro do quase impossível que visualizamos, sonhamos e acreditamos ser possível realizar. Garra é fundamental, a perseverança de não desistir diante das adversidades, é preciso  usar as dificuldades como forma de administrar as faltas, os erros cometidos, a própria limitação a ser reconstruída do zero. O fim, a perda com certeza nada mais é que um recomeço, um desejo de refazer ou fazer de outro jeito. Todos nós passamos por altos e baixos na vida, perdemos e ganhamos e aquele que administra a perda aprende, " ... que no caminho do buscadoras quedas são apenas o processo de aprendizagem e que é preciso voltar e começar de novo, mas  a cada volta o caminho é menor."


Vendo os jogos, daqui de fora da para compreender o nível de adrenalina que corre nas veias de cada atleta, seja pelo medo de perder, pelo desejo de ganhar dos opositores. Ali talvez tenha mais instinto animal do que qualquer razão, mesmo que a estratégia num jogo seja fundamental, estudar o oponente, ser observador das limitações do outro e também respeitar o que o adversário tem de melhor. É a união do grupo, o saber somar, aprender como ser parte de um todo. A competição interna é por demais desfavorável a um resultado positivo. Aquele que tentar ser mais, se individualizar, termina por tirar o equilíbrio do grupo. A "estrela" pode ser somente um ponto de luz deslumbrada consigo mesmo, sem perceber que sozinha pouco fará por muito tempo. É preciso humildade daquele que mais sabe, o poder e talento que lhe foi concedido tem um preço, saber administrar fama, dinheiro, sucesso profissional, sem deixar de compreender o caminho da conquista e aprender a trilhar o caminho da manutenção do auge enquanto tiver valor para tal.


É preciso lutar, vencer nem sempre é um pódio, pode ser escapar de sentir-se morrendo na praia. Fundamental o espírito de luta honesto, verdadeiro, enxergar seus erros, limites e saber que é preciso esforço, dedicação e muito trabalho para transformar. Nada vem de graça, até mesmo aquilo que se ganha sem muito esforço, a "sorte" existe, podemos dizer que para um evento se materializar no universo existe uma centena de pequenos eventos que se somam no passado e presente e que se convertem num mesmo momento.
Vale sempre ser espectadora, adoro torcer, me emociono com a vitória das pessoas, reflito muito sobre o trabalho feito para se alcançar um ganho. sou de sustentar os desejos e sonhos das pessoas, de incentivar a que mudem, façam diferente, sempre há opções, só não concordo com que se permitam aceitar avida como um destino certo e fatal. 
A tua própria história te ensina que você é sempre capaz de mudar o roteiro.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Vida e Morte Real e Transitória

O caminho é sereno, mesmo que a solidão seja sempre tida como um abandono, hoje sou dona de mim. A busca por mais um evento é mais um teste, mesmo tão medrosa sou instintivamente uma mulher que gosta de encarar novas fronteiras. Se de um lado procrastino a tomar uma atitude, ser mais adulta e encarar a realidade, em algum lugar da ponte entre um ponto e outro, eu simplesmente me desnudo instintivamento de qualquer medo e me disponho a conhecer e experimentar o novo, o que a vida me oferece. O medo me paraliza, me faz entrar na concha, mas quando olho para o horizonte de peito aberto, nóooooossaaa, é uma alegria interior poder ir em frente, não há nenhum resquício de medo, é quase como se eu fosse guiada por uma intuição de total certeza, onde o prazer maior é poder aceitar o que me vêm às mãos.
De repente minha luz é minha guia, o desconhecido é a próxima escala, e eu voo  baixo, querendo encostrar minhas mãos nas copas das árvores. Sou uma criança grande, peralta, altiva, como se ainda naquela fase que sente-se o próprio herói. Tudo é tão fácil mesmo sendo a primeira vez. De vez em quando olho para trás na minha memória, e nem acredito que venci mais um degrauzinho besta por onde estacionei durante anos, temendo subir nele e "olhar por cima do balcão" - criança menor que o balcão da farmácia. Muitas vezes eu era meu próprio monstro a me seduzir com histórias de terror.
Passo eu diante porta do Cemitério e a paisagem me atrai, pela primeira vez vejo beleza na morte. Cemitério sempre foi um lugar funesto, poucas vezes o visitava, somente por obrigação. ali à minha frente eu tinha obras arquitetônicas que me sabiam bem aos olhos admirá-las, era como uma granda casa antiga cheia de memórias, lembranças de seus ocupantes, seus senhores, e ali guardadas como referência atodo o de valor que cada um deixou em vida.  Por mais que a morte seja o limiar entre o que você é e o que você deixará para os seus herdeiros, ali jaz uma ruptura de valores de todos. Os do lado de lá tentando compreender o fim na dor e desespero de quem nunca levou muito a sério que passaria por isso. Do lado cá o moribundo se apalpando tentando entender o que faz lá em cima se vendo lá embaixo. somos poupados de lidar com a morte desde crianças, como se esta fosse algo incomum, um mau. Outro dia ouvi de um indivíduo neurótico reclamando na fila do Banco, que câncer era castigo e rogando praga aos funcionários do Banco. Não aguentei e disse-lhe  que ele que deveria deixar de ser correntista, reclamar na fila era em vão, a raiva saía em tiros , ago bem do tipo agressivo-ressentido, vontade mesmo foi de dizer que quem iria ter câncer era ele, mas estaria reafirmando seu comentário vil e cruel.
Na época em que me formava enfermeira na Escola de Enfermagem Anna Néry-UFRJ, o câncer ainda era verbalizado pela letra "CA", tal o medo que a doença atrelava à morte. Era tida como uma condenação, virou um mito, da mesma forma que vários mitos, o poder de destruição não dava chances de recuperação e cura, uma fatalidade. Mito mata também, a auto-sugestao mata e leva ao suicídio e auto-destruiçao, o poder da mente acredita no pior e cria oportunamente condiçoes para tal. Minha mãe morreu com câncer, sem chances pois a descoberta foi feita numa fase terminal. Uma dor imensa para eu administrar junto a uma posição profissional. Não dava para deixar de ser filha nem de ser enfermeira. A angústia era conviver com a espera pela Morte, graças a Deus minha mãe não teve espisódios de dor, o sofrimento era conviver com a ideia da morte, pois não existe como, em cima de uma cama, num não bem-estar físico se achar com saúde.
O tempo foi para mim um caminho difícil a percorrer, com certeza que fiz milagres em conseguir ter controle de tudo e ficar com minha mãe quase 24 horas por dia. Complicado era voltar para o Hospital e não saber se a encontraria viva, um alívio quando a via sentada na poltrona do quarto me esperando. Aqueles olhos verdes alerta como se esperasse o Papa! Era um transbordar de amor imenso que eu tive por ela naqueles dias, não sabia que a amava tanto, nem o quanto de compaixão meu coração tinha ali diante dele, minha mãe-paciente. Era algo especial, uma tristeza da qual eu não podia fugir, mas também uma grande satisfação de poder estar ali e ajudá-la, confortá-la, dar todo o meu carinho a quem eu devia minha vida. Se findava uma vida terrena, ali se fechava um ciclo da nossa simbiose mãe-filha-cúmplices e, por mais que difícil, era um momento muito importante pra mim ao receber de minha mãe seu legado e poder, herança  maior no valor da importância em saber desempenhar esse papel de herdeira. Essa herança era bem mais que colunas de mármore sustentando minha segurança no futuro, eram valores familiares, era o desejo de seguir no mesmo caminho e poder ser igual a ela e à minha avó. De certa forma, meu Sol idealista começava a enxergar a luz no fim do túnel no horizonte de meu ASC em Leão desde minha casa 8. Nada sabia eu que viveria essa morte por muitas vezes(crises para assimilar a perda) até poder literalmente encarar a minha morte de filha e crescer, poder me despir da herança e me fazer por mim mesma.
Em algum momento o transe do umbral passa para todos nós, a fantasia pode ser maior do que a realidade, criamos nossos próprios fantasmas, nossas muralhas crescem para ocultar nossos medos com o desconhecido. Não ousamos penetrar no proibido, no oculto, rondamos curiosos ou fugimos amedrontados, jamais acreditamos que a morte, o câncer, a aids, a homossexualidade baterá à nossa porta. É quase um descaso com as mudanças necessárias,com a Roda da Fortuna traçando nossos destinos, as quais precisamos encarar. Negamos demais, somos o próprio rito de passagem a cada dia em que despertamos vivos, a cada etapa vencidade, cada degrau que consumimos a superficie por anos e anos de subidas e descidas. Nos apegamos ao nosso entorno, natural criarmos nosso universo e acreditarmos nele como real, fixamos parâmetros, vivemos catalogando e tentando prever acontecimentos. Nunca preparados para o que a vida nos reserva, o que a natureza nos mostra como resultado de anos a fio de comodismos, alienaçao e inconsciência sobre nossa responsabilidade diante da vida, diante do nosso próximo. Ir para a luz não é só tarefa das experiências de quase-morte, é essa coragem de encarar a realidade dura e crua, de dizer adeus ao que se vai, e olhar para a frente porque você está vivo, porque ainda sua linha do tempo não acabou, e enquanto houver luz, há esperança, há um desejo de se misturar  no mundo, ser parte desse universo multidimenssional que nos faz poder viajar dentro e fora de nós, compreendendo assim a transitoriedade da vida, a multiplicidade do homem, a plasticidade da vida corpórea, da morte e fim de ciclo, da cura e regeneração, da auto-transformação pelo que passa o ser humano diante da experiência de estar vivo.








quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sobrevivendo ao Caos


Olhando a minha escalada montanha acima, atravessando o fim de século, inúmeras previsões de fim de mundo, apocalipse, Calendário Maia, salvaram-se todos até hoje, inclusive eu! Mas vou dizer que está cada vez mais difícil resistir aos caos. Parece que novos ventos sopram removendo as antigas estruturas, valores se apagam, o caos se instala à minha volta e a violência física, da qual sempre fomos alvo, parece algo comum, como se estivéssemos num estado de guerra.Ver desabar a Europa, os amigos e povos a sair às ruas lutando por sobreviver à queda da economia, muito desemprego. Daqui do meu pedestal de 54 anos consigo enxergar as obras faraônicas idealizadas por marajás capitalistas a sonegar impostos em conluio com o estado, e eu aqui tentando me salvar, remando meu barquinho limpinho, honesto, em dia com o Leão, sem caixa 2, 3 e 4, sem segundas nem terceiras intenções com clientes. e me sinto tão solitária, tão catalogada no Serasa, nas listas de Telemarketing, nos Clubes de Relacionamentos das operadoras como uma qualquer.Virgem santa! Uma indignada mulher que abomina ser confundida a precisar suportar grosseria de tudo que é canto e nem poder perder a boa educação, porque me rebaixaria ao mesmo nível de meus interlocutores. só de ficar negativo na conta do Banco 1 dia eu já me incomodo, se esqueço de pagar alguma conta fico estressada, posso dizer até que envergonhada diante da empresa. eu sei, não sou normalzinha, sou controladora e tive uma educação rígida, além de tudo dependo da minha racionalização para que minha vida caminhe a contento.
Hoje sou um "soldado de videogame", apenas um robot que fala e ninguém ouve e muito menos leva em consideração o que penso. Percebo absurdos nas relações sociais, ouço frases desagradáveis de homens conhecidos, e vamos dizer que posso chamá-los de "maduros" com mais de 50 anos. fico vexada com a franqueza ácida da aproximação libidinosa, é quase como se somente o pênis à frente da testa, fosse o leme e comandasse a aproximação. Eu, apenas uma espécime a ser manuseada. Outro dia entrando num programa de relacionamentos, colocando especificamente minha intenção em "conhecer pessoas", fiquei chocada com a prole de chamadas sem qualquer traço de algum conteúdo. Ou há um mundo de carentes sem tato ou eu que não aceito mais esse tec pac top tac pop, uma mesmice , fora aqueles que vivem de esquetes falsos copiando frases feitas, enviando PPS românticos, que coisa mais sem nexo!! sexo então, com esses nem pensar! sou daquelas que converso na cama, que saio para conversar sem necessariamente ir "trepar" como prêmio àquele que me escutou por horas. Minha identidade, o que penso, o que faço não é fundamental, para alguns minha trilha esotérica ainda os faz rir, como se fosse eu "uma tolinha".Prefiro o abominável homem das neves! Gente, eu ainda acredito no amor, conheço homens capazes de serem educados, gentis, competentes. Dizem que quem admira não ama, eu discordo, meu amor precisa de admiração, respeito e confiança por aquele com quem deitarei em algum momento futuro. 
Hoje me basta mais minha posição diante do que me é ofertado, escolher hoje é questão de optar pelo que me faça bem. E quando não gosto, não tenho nenhuma dificuldade em me colocar, até porque, estamos nesse caos em parte porque as pessoas perderam o interesse, ou seja, não conseguem dar conta de tudo o que precisam fazer para se defender das ameçadas e dos roubos que a cada minuto as empresas sacam de nossas contas, são mudanças de planos, promoções de minutos, anúncios onde não se informa a marca do eletrodoméstico. fora os que adoram ver a sua desgraça. Já pegou um desses? Por vezes até amigo adora te ver numa situação de perda. Tem gente que quando você diz que foi lesado, ela aí conta que você não devia ter feito tal compra online naquele site. Ninguém mais chega pra você e te ajuda, ensina , se preocupa em te avisar sobre algo para que você se previna. Tempo gasto com o outro, aquele cara ali, a mais na fila dos amigos virtuais, tudo igual. a frase dita no emblema compartilhado serve para todos, curtir já é apenas um "passei por aqui". É, você tem que ser seu próprio Herói, não tem mais nem em desenho animado, foram todos revitalizados em humanos nas telas dos cinemas, mas nem mesmo assim o povo acredita mais. Sobrou Eu, que me enrosco e desenrosco indignada e vou lá ter de falar com o do balcão que ontem foi grosso comigo, atender telefone de cobrança do cartão(QUE ESQUECI DE PAGAR POR NÃO TER SIDO EFETIVAMENTE ACEITO O DÉBITO AUTOMÁTICO PELO BANCO) como se eu fosse uma ladra. Gente, dentro de mim mora um trator do exército , comandado por um General ***** que gostaria de fuzilar, sem matar, cada uma dessas pessoas que já nem sabem mais o que significa ser comerciante e comerciário, mas que mereciam um xadrez por umas horas, mereciam. Faltam castigos, multas, punições que tragam limites numa convivência social. Precisamos ser heróis para os outros, como habitualmente existem pessoas salvando a vida de outras, médicos sem fronteiras, irmãs de caridade, beneméritos ocultos que sustentam instituições.
 E parece que hoje isso se ignora literalmente. o valor está na sua própria insatisfação, frustração e raiva em precisar se dispor a ser o que não deseja. somos almas peregrinas em busca de amor para alimentar o espírito. O sacrifício, a dor, o esforço são caminhos para a transcendência de valores, que de alguma forma norteiam a nós, criatura, trazendo-nos reflexão. não nascemos para sofrer, nem para nos submetermos por carência a carregar fardos de amor negativo que sustenta o vazio da rejeição. desde o cume de minha montanha, enxergo o vale lá longe, como se fosse a abertura de meu coração receptiva a dar e receber a vida através do pulsar do sangue carreando oxigênio, como o sol o faz diante da seiva verde, da mesma forma que a chuva penetra na terra e a torna úmida, como nossa alma vibra a cada emoção que ela experimenta.. Eu sou a montanha, a rocha a ser lapidada pelo vento e chuva, sou imóvel e tosca em meu aclive orgulhoso, dificultando a compartilhar meus caminhos. sou doce quando me cubro de relva verde e dou de comer e beber de minhas fontes aos seres que chegam mansamente em busca de abrigo. sou testemunha do tempo, de quem fui e quem sou, quando me olho de alto a baixo, de trás para frente, sou o primeiro grão de areia que se dispôs a a se unir aos seus iguais.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Correntes do Mal

Há um silêncio consensual entre os submissos, inseguros e subalternos  e a todos os tipos de autoridade, ou seja abusadores da autoridade, aqueles que sentem-se donos de um poder pessoa, amparados por um título, ofício, ascendência ou total impunidade. O grito adormece na gargante, arranha, fere, abre passagem para uma enorme porta aberta da imunidade. Podemos todos nós ser vítimas dessa enorme corrente do mal, elos que envolvem, apertam, limitam movimentos, sufocam os gritos de terror, formam halos invisíveis de pânico mental, alimentam o medo da criança interior, servem de chicote da perversão psicológica, das admoestações, da manipulação afetiva.
A princípio prometem união, fortunas, são ouro de tolo, alianças, anéis de noivado, laços dourados, presentes, elos protetores, correntes de segurança. Mas  faz parte do aprender com a vida, enxergar muito mais a representação e menos quem ocupa o posto. O homem é um ser capaz de caminhar pela vida e ser bom e cruel, quase sempre desconhece o que é capaz de ser e fazer, seja no seu maior potencial de talento, seja na sua pior opção de machucar, torturar ou matar um homem ser humano como ele. a ignorância faz do indivíduo um ser tosco, quase um primata, que vive por causa de seu instinto, sua parte animal que reage às ameaças e se protege.
Não me coloco à margem do contexto, somente querendo dissertar sobre o que já vivi, me submeto, me sobreponho aos outros e principalmente de como me dói ser presente a certas circunstâncias que são vividas por amigos e amigas minhas, clientes e pessoas com quem convivo de vez em quando. Como pode um ser humano ser capaz de certas atitudes manipuladoras sem ter qualquer resquício de constrangimento, dúvida ou mesmo intimidação pré decisão.
Fico passada com a cara de pau, a pessoa passa a vida acreditando ser alguma "rainha do latão dourado" e ela quer que todos sejam súditos dela. Ela morre de medo de ser largada no meio do caminho, por alguém sem muita paciência como eu, para esse tipo de conduta. Mas vai lá que da última vez eu adotei uma atitude tipo "não vale a pena me confrontar, me aborrecer e criar um clima". Foi mais fácil do que antes, ando realmente ficando velha = ponderada e sábia (risos), já antecipadamente fui pronta para colaborar e não  bater de frente. Mas quando me percebi convivendo com aquela Chapeuzinho escondendo uma Loba Má, fiquei pasma como ela simplesmente ignora a todos, quase uma autista numa bolha dourada e sem muitos sonhos, somente um monte de escombros de anos construindo falsas torres do castelo.  Por horas eu conversei sozinha com ela, era somente uma pessoa presente que jamais se colocava de forma verdadeira. Para que dizer suas verdades? a ela mais importa ter seus escravos enjaulados no seu castelo, onde ela - a megera, mesmo diante de uma história de vida com doenças, ela sobrevive sendo ainda a malvada. Até onde uma pessoa realmente se perde dentro de seu mundo obscuro e para ganhar algo, ela saqueia o direito daqueles familiares, filhos e marido, que tão "domados" são literalmente servo, os quais ela tem uma dó imensa por sofrerem tanto, chorarem por sua estupidez em não fazerem como ela fez a vida inteira. Conheço bem uma das filhas da rainha e sei de histórias absurdas e quando na posição de aconselhamento, tento mostrar a necessidade de não se deixar envolver de uma maneira onde eu percebo uma total aniquilação. Minha amiga e cliente  sobrevive a uma prisão domiciliar-familiar que lhe poda qualquer possibilidade de reação.
As ovelhas , coitadas, sem nome, identidade, CPF e sem rumo, são guiadas por discursos inflados, palpitantes, promessas e mais promessas de fartura, ganhos extras, certificados de AMOR e felicidade eterna. Quem não casa? Quem nada tem,  a miséria da fome , a falta de afeto. Existe família que nasce sem sonho, projeto, sem nem o "unidos venceremos". Há uma apatia, penso eu se salva-se o tesão na cama para energizar as paredes de palafita e o chão de tábuas a vibrar, pois a emoção nas faces pálidas é daqueles que vêem a vida passar, sem TV, sem PC, só mesmo uma paisagem, outras vezes uma escalada pedra a pedra para o céu. Já andei por esses atalhos em pesquisa de Saúde Pública como enfermeira sanitarista, e lá de cima era quase o "céu".Me lembra a história de uma amiga, muito jovem, cheia de garra, trabalhava e estudava a noite e ainda voltava carregando pai alcoolizado para casa. Muitas vezes sobra nada, a não a esperança, ou mesmo o desejo enorme de um encontro, um lugar, para onde ir e para onde voltar.Esses seres que de alguma forma são visto como aparições, milagres, devaneios amorosos, são a própria essência da ambrosia para os deuses do Olimpo. O indivíduo torna-se um deus, mitifica seu semelhante e o segue cegamente. A ingenuidade pode fazer dessa fantasia de sonho impossível num delírio possível, onde muitas vezes  acaba em violência física, em abuso sexual,  traições, humilhações diante dos filhos e parentes. É uma cara lavada, parecem heróis e os fãs babando de boca aberta. No início tudo é permitido e muito a criatura nem enxerga, mesmo que ali na frente dela. A carência é tão grande que ela nega qualquer possibilidade da dissolução do sonho. A ilusão passa a ser a salvação, mesmo que salvar-se seja continuar sendo apenas figuração. 
Mas como enxergar alguma saída diferente? Se mover em uma direção contrária é doloroso demais, por vezes abandonar o barco é perder os laços que lhe acorrentam, que tolhem sua liberdade, sua felicidade. Mas como é ser livre e feliz? O medo de ficar sem nada é apavorante, mais fácil sofrer do que tentar ser feliz sozinho. A mudança é abrir a porta e deixar o inimigo conhecido acreditando que lá fora o caos - o desconhecido é o inimigo oculto.Alguns heróis sucumbem com o tempo, o mito de barro deixa de fazer milagres em algum momento e sobram os esqueletos no armário, enquanto lá fora toca a banda  anunciando um novo ano e cotovelos na janela são rua de lágrimas de uma romaria acasalada de sorriso de Monalisa.
O bom é que a vida é sábia, esse redemoinho, cataventos  se move ao sabor de nossas opções, e o tempo sopra verdades ao vento, que vira furacão e gira a gente contra a parede e a gente se vira! Claro, alguns irão permanecer estáticos, testemunhas da mutabilidade da vida, outros renascerão como consequência de sua própria inação e medo. A vida  te tira e te dá sempre mais uma oportunidade e cabe a você escolher qual caminho seguir. 
O mal existe, é real, todos nós podemos e causamos dor ao próximo, talvez muitos de nós tendemos a ser réplicas dos maus-tratos psico-emocionais que sofremos, por vezes nossa própria consciência e psique distorcida é cauda de certas barbáries. É preciso saber-se onde se está, partilhando a intimidade, permitindo afeto, perceber-se da dor que lhe causam, da fuga dessa realidade sem fugir realmente, somente uma negação do fato dos abusos, da admoestação, da invalidação. Tanta forma pequena de causas estragos enormes para a vida toda num ser humano...






























quinta-feira, 22 de março de 2012

Apego e Desapego (Vênus X Urano-Netuno)

É tão difícil voar, ir de encontro ao nada-tudo, ser livre de uma forma solitária, pois você não depende mais de ninguém. Para os exilados, aprisionados é uma libertação, os quase afogados de amor, dependente de prazeres viciosos é um renascimento, uma ruptura bem clássica de Urano, seja num trânsito, seja por um aspecto natal potencializado por outro planeta, mas a coisa fica estranha a princípio. Quase sempre a vida nos dá um rasta pé, e a gente cai de graça e arrasta uma enorme onda de necessárias mudanças na marra. São acidentes, catástrofes, doenças, uma crise financeira, mesmo a morte, o desaparecimento de alguém, que num instante vira a vida da gente de cabeça para baixo. tento sempre apreciar os momentos de crise, principalmente quando estou do lado de fora deles, para tentar conversar sobre o porque do tranco, da quebra. Nada desmorona do nada, sempre existe uma causa, como somos bem inconscientes, e fugimos de enxergar certas verdades, tendemos a admitir que a vida é assim, mesmo que assim seja algo nada adequado às suas emoções e valores. Poder ser quem se é, é um caminho a ser conquistado, trabalhoso porque requer definições sobre o que desejo, posso e me determinarei a ser. Para tal a gente começa precisando saber dividir o que querem que sejamos, queremos ser para sermos aceitos e o que realmente precisamos ser por nós mesmos.
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Na minha concepção, o apego ocorre por insegurança, baixa auto-estima, faltas que criaram carência. Palavrinha essa que temos enorme dificuldade em admitir fazer parte de nosso rol de emoções. carente lembra pedinte, mendigo. É quase isso mesmo que podemos nos tornar, pessoas que fazer de um tudo para serem amadas. Algumas podem seduzir com sua Vênus em Escorpião, para elas o controle é no laço apertado da ameaça, sabendo que morrem de pavor de ficarem sozinhas, de serem atraiçoadas, estão sempre em aflição pela perda. De certa forma  Vênus escorpianas se atraem pelo impossível, o rejeitador e já rejeitam antes de serem rejeitadas, o veneno escorpiano pode realmente envenenar a alma, mas nem sempre desfazer o nó. Muitas vezes o ressentimento leva ao celibato opcional, a morte do prazer, a negação da sexualidade ao parceiro é por vezes um grande golpe de vingança. Vênus em Peixes vive desde sempre o sonho do príncipe encantado e da gata borralheira, o apego pisciano é um deixar ir, vai ficando com aquele que lhe acolheu em algum momento, gratidão para com uma referência de apoio nessa mar de emoções, que mais faz a pessoa flutuar numa inundação, se adequando ao que vem de encontro. Algumas vezes os redemoinhos os levam longe, se perdem de si mesmos, se agregam facilmente, se dispõe demasiadamente e quando se percebem, estão num ciclo vicioso onde amar é se esquecer. tudo é muito lento até o desenlace do nó de um afeto perdido, de um abandono sentido. A solidão por vezes é remédio, é se unir a si mesmo, se integrar e poder assim buscar o desapego, o distanciamento necessário. A Vênus canceriana talvez a mais saltitante das no elemento água, se acho um laço de fita de cetim, pronta a enfeitar a caixa de presente de alguém. Se em Peixes Vênus faz por caridade, empatia de Irmã Dulce,  em Câncer Vênus quer cultivar afeto e colher os frutos, e nutre os em volta dela, cria laços de pura dependência psico-emocional. ela pode ser criativa, chantagista, apela quando começam a ganhar independência, ela realmente não suporta ficar vazia de amor, reage mal à rejeição.
A solidão é comum a todas as Vênus, em algum momento vivemos sem afeto, ganhamos amor de forma distorcida, sobrevivemos de qualquer forma. Uns mais que outros, uma Vênus em Capricórnio  sabe o que deseja, objetiva o "amor", assim aprendeu, como uma troca. Afeto se compra quando se faz o que os outros querem ou quando se impõe condições àqueles que o amam. Seria isso amor? Nada mais sensual que Vênus em signos de Terra (Touro - Virgem - Capricórnio), o corpo é sua materialização de energia, tudo sentem, percebem, aspiram , seja no toque e charme taurino, seja pela eficácia nos detalhes e dedicação virginianos ou numa quase posse amorosa do corpo do outro na intensidade de prazer controlado de Capricórnio. são todos mais pés no chão, mais duros, práticos, o afeto pode ser um caminho de conquista, de trabalho e de responsabilidade, aqui rola pouca fantasia, mas pinta o medo e a cobrança em ser bom, não falhar, acreditar que sexo pode ser um cerne da questão amorosa. Por isso a secura pode vir como sustento para a produtividade da pessoa, o prazer venusiano pode ser substituído ou mesmo amenizado pelo resultado do esforço diário, o reconhecimento do talento,  o financeiro e a segurança obtida . O caminho é árido por vezes, as quadraturas com Urano podem ser um corte no laço, o elo se abre e a pessoa vive meio que sozinha diante daqueles que deveriam lhe proteger, quem sabe Vênus possa chegar a ser extremamente dedicada aos familiares como sua função real, se abastecer por si só para ajudar aos demais. Uma coisa me parece interessante, há por vezes um enorme distanciamento nos relacionamentos depois de algum tempo, talvez a inconvencionalidade uraniana se faça presente, e se instale um "dar de ombros" ao parceiro(a), um descaso e diante de um Netuno quadrando Vênus, ela pode realmente se bandiar para um lado muito egoísta e ressentido; Vai lá que Netuno acena com uma bandeirinha da indiferença ou ao contrário a da simbiose, aqui como é Vênus tem mais associação com a relação materna. Podemos dizer de uma mãe vítima, abandonada ou que abandona devido aos seus problemas pessoais, em algum momento houve uma falha de comunicação e algo se perdeu entre elas, ou então rola uma mistureba emocional entre filho(a) e mãe ou pãe que inviabiliza muito a coisa de fazer para o outro, pelo outro, se não tiver a quem agradar....o mundo fica sem colorido e junto vem a coisa de não soltar as amarras do barquinho, um medão de soltar-se, de comprometer-se, por vezes essa despedida custa mesmo depois da morte. 
O Ar é dos elementos o mais livre, leve e solto, mas impossível solitário. Também é algo impalpável, entra por qualquer buraquinho, bate de frente, derruba montanhas, muda paisagem, destrói o que vê pela frente quando se "enfurece". fala pelos cotovelos quando pinta a ansiedade, algo bem de Vênus em Gêmeos, penso que esse troca-troca de ar para dentro e para fora deixa qualquer um num ritmo alucinado quando aumenta  o fluxo, daí os balões gaseificados dentro das calcinhas e cuecas apertadas, engole ar mas não engole sapo. O lado light jovial é o de ganhar atenção no papo, olho no olho e principalmente naquele jeitão faceiro de "pode contar comigo" companheirão. É mais amigo que amante, não rola essa fofoca de pular a cerca, dualidade não significa literalmente necessidade de mais de um foco afetivo, pode haver sim uma curiosidade enorme sobre o que passa do outro lado da cerca, mas daí a cultivar, é opcional. Gêmeos pode ser descomprometido e por isso fica bem mais fácil cultivar sua liberdade pessoal. convenhamos que Vênus em Libra deveria ser dos mais sérios em questão de amor, mas vale manter as aparências (estética) librianas e poder por trás das cortinas esquentar os tamborins, sempre tudo bem planejado e nada de entregar o ouro para o bandido, fica rendido , sofre sozinho, tal qual seu outro amigo Vênus  em Capricórnio, dois vaidosos que por mais que queiram disfarçar, dão o troco na hora certa. Dois signos onde o amor pode virar uma guerra de poder e estratégia e o orgulho exige resposta. com Vênus aquariano o afeto é bem mais complexo, travado por vezes, é um jogo de força, dar ou não dar, a liberdade acena e o boicote da entrega fica na boca do pênalti, a inconvencionalidade o atrai e a solidão cria um espaço que ele precisa demais, muito complicado lidar com sua desconexão natural, a necessidade de entrar para dentro de si mesmo, é um gostar de perto e de longe, sem muito chega junto, o interessante é a irreverência de provar do que lhe ofertam a qualquer hora, ou seja na sua hora.
O fogo da paixão dos Vênus em Fogo pode ser efêmero até que a morte nos separe ou pode apagar rapidinho por apenas um assoprar mal dito. A coisa cai rapidinho, o clima fica underground  e haja O2 para fazer o motor pegar de novo. é muito fogo ariano para pouco tempo e a coisa pode acabar que nem foguete, explodindo nas mãos. O afeto ariano é por admiração, se não rola clima, Vênus em Áries não sabe muito encenar afeto, até porque mais importante é o seu amor, o estar amando, o outro que se vire. Vênus sagitariano é o rei da cocada  preta das conquistas, adoooora poder testar seu poder de sedução, a diversidade é um jogo que pode levá-lo a um duplo comportamento, dentro de casa e na sociedade e aquele que se esgueira pela noite, baladas, bares, quase um libertino, dom Juan que nem sempre termina acompanhado, a farra do boi é a festa que lhe interessa, o êxtase do prazer, muitas vezes  dos companheiros de copo, de boteco junto do futebol. Ele ama mais o conjunto do que alguém em particular, sendo este(a) o foco de sua atenção amorosa. Leão é um afeto salutar, ama todo mundo, pratica a bondade amorosa, honra seus valores morais e exige tudo, tudo mesmo do parceiro, amarra um bode se fica de lado, então quando esquecido, a juba cresce e sobe um vento quente que queima tudo pela frente. um bravo conquistador amoroso e dedicado, claro que fundamental auto-estima porque se nçao...ninguém aguenta a rabugice da frustração dos rejeitados de plantão.
Fundamental aprendermos a ganhar, a escolher o que realmente nos importa, nos é necessário, algo que realmente nos preencha com satisfação. Aceitar o fim, se adequar às mudanças, limitações é o passo-a-passo que pode trazer sabedoria com nossa afetividade. somos sempre capazes de abrir nosso coração e também deixa ir aquele(a) que já não mais partilha de nosso afeto. O apego pode ser satisfatório até que você viva a perda, a dor imensa limpará os restos de dor e deixará em carne viva seu coração. Antes de precisar do amor do outro, descubra que você é que realmente se permite amar e ser amado, consequentemente o universo reagirá à sua amorosidade.
Cada folha de uma árvore que cai ao seu fim de ciclo de vida, se depositará no solo, junto às raízes da árvore, e lhe servirá de adubo. Cada amor que você vive tem um tempo determinado para passar pela sua vida, cuide de suas feridas e entreabra a porta de seu coração para novos amores, novas formas de amar.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Por Onde Andam Educação-Gentileza-Delicadeza?

Anda ficando difícil lidar com uma gama de pessoas que ficam à margem de qualquer conceito sobre inter-relações sociais. A educação foi para "a tonga da mironga do cabuletê"!, para que educação se somos apedrejados com tanta violência, ameaças, roubos, charlatanismo. O total desinteresse que sinto em muita gente em ser "educado", saber lidar com as pessoas, compreender as diferenças de idade, valores, do tempo e conhecimento de cada um. Hoje a coisa passa literalmente pelo "copiar e colar" virtual, que se estende para a vida real, na nova forma de comunicação, num novo jeito de trocar afetividade. 
Quando a era digital emplaca faz você encontrar aquele cara que sai de casa de fone de ouvido, entra e sai do metrô e passa como um ser abissal pela aquela quantidade de gente, de olhos que o vêem, bocas que não  podem dizer sem ouvidos para escutar. e ai de você que queira alguma informação, papo, paquera, ele atende sem deixar o fone, um triângulo desarmonioso de comunicação, e não importa nada se a resposta não se adequada à pergunta.
Fora a coisa mais comum que é a impessoalidade, não é preciso mais dar sua opinião, dissertar sobre sua posição, seja contra ou a favor. A mídia virtual  agora solta selinhos para todos os possíveis pensamentos, críticas, recriminações, admoestações. Basta você dar um clic no "compartilhar" e todos os amigos levam pela tela do seu computador aquele "MIMO" e ainda se tem que aturar as campanhas sacanas, safadas, manipuladoras que chovem que nem papel picado e o povo cata e cola.
Conviver não é nada fácil, é verdade, no cotidiano a vida faz a  gente perder contato de tanto emaranhado que o entorno nos deixa. a gente se salva desde que coma, pague aluguel, se vista o mais adequadamente possível na moda, compre uns supérfluos para satisfazer pequenos desejos e substituir algumas carências. Tudo tem um preço mas a coisa anda estranha na minha forma de observar e viver isso. Nunca fui de muitos amigos, mas já vivi fases de oferecer muito como forma de receber amor em troca, eram festas, comida farta, a porta sempre aberta, o telefone na cabeceira a qualquer hora da noite para ouvir um desabafo. Até que fazendo Eneagrama, um trabalho de autoconhecimento, me descobri um Ego 2 - Orgulho, e por trás disso uma menina carente e sedutora para preencher o vazio com suposto amor dos outros. Um dia em terapia ouvi de minha psicoterapeuta que eu "era carente", cacetada! Foi um soco no estômago, seja pelo orgulho do meu ASC em Leão, fosse pela minha Lua em Capricórnio que jamais poderia ser frágil e invalidade. A partir desse episódio, fui assimilando pouco a pouco que eu sofria disso, CARÊNCIA. Depois do choque, a gente aprende que admitir é ponto de partida para a aceitação e a nutrição emocional dessa nossa criança interior que, quando faminta de amor, ela faz qualquer coisas para matar essa "fome". daí vale um colinho, um abraço apertado e novos caminhos a frente. 
Mas tem eu meu lado aquariano-eremita, ai, um desejo dessa minha individualidade respeitada, um desejo enorme em ficar em minha companhia, onde existe sim, uma certa fuga daqueles que querem mais do que dou, curiosos pela minha intimidade, os sedentos por uns experimentos apetitosos. A esses eu digo NÃO de forma reta e direta, compreendo a sede de alguns  por pequenos furtos, sou a favor da liberdade e decido o que e com quem a qualquer hora, mas desde que exista sintonia, empatia, tesão, intuição, percepção, seja para com alguém ou para com uma decisão ou evento. O que cruza meu caminho tenha certa relevância na minha vida, não foi pura coincidência, portanto eu valorizo amigos e inimigos, os que se foram, os que permanecem, mas questiono demais a prática dessas relações. Claro que é apenas meu ponto de vista, mas do jeito que anda, tem amigo que anda ali do lado na janelinha online da tela, mas ali fica. Tem amigo que chega, me enfia na lista de amigo, mas seleciona só mostrar o que lhe interessa para eu e outros. Para que convivência social virtual ? Eu penso que se você participa de um clube é para você ser parte integrante desse grupo, caso não seja assim, seria ideal não me usar como número. Taí a tal da delicadeza, da gentileza entre pessoas, a vontade de se dispor ao outro, compartilhar, um mínimo de troca, o reagir à presença do outro, mesmo que seja para contestar e discordar.
 É sadio um saber da real opinião do outro sobre si mesmo, sobre suas ideias e ideais, é poder saber notícias, saber não de com quem dormir, para onde foi nas férias, mas sim de como anda o coração daquela pessoa. Somos um todo, gente tudo igual, cada qual com seus problemas, sua sina, seus projetos. Somos um mar de corações, uma montanha de sonhos e frustrações, tão próximos e tão longe, como se existisse um medo de dividir a dor, de se mostrar infeliz, tudo na "sombra", escamoteando  dessa verdade, fingindo para o resto do mundo que nada acontece. Não que lá no fundo essa infelicidade fica recolhida e algumas vezes, a falta de auto-estima faz de algumas pessoas um mar de raiva e frustração, que termina por vir à margem no comportamento. São aquelas pessoas que já chegam se apresentando e prejulgando o outro, ha uma tendência em enxergar o pior, um prazer em focar o que pode ser mais negativo no outro. De vez em quando eu esbarro nesse tipo de atendente no comércio, total ódio ao oponente, e esse oponente é que vai dar comissão a ele. Tenho dó de quem deve na praça, outro dia fui vítima de uma ""ratazana cobradora" do meu cartão de crédito. Mudei de Banco e o cartão saiu do débito automático, esqueci de pagar no vencimento (caiu no Carnaval), depois fui tentar pagar pelo meu atual Banco, mas precisei de 2 dias para aumentar limite, fora um monte de informações erradas e 8 telefonemas, quando me deparo com a reles cobradora que, juro, queria ter mandado prender numa cela de delegacia, A mulher quase que me escalpelou, tal total falta de tudo. Caraca, confesso, que dentro de mim existe um detonador de gente ruim e sem qualquer ética e justiça, jogava todos na fogueira sem dó nem piedade. Eu sei, me igualaria a eles, mas como mudar isso? O negócio é meditar, é emanar uma energia equilibrada e contaminar o universo com mais amor, porque os porcos-espinhos espirituais precisam é de compaixão.
                                                             Mandala de Delicadeza.