Pensamento

"Onde quer que o homem vá , verá somente a beleza que levar dentro do seu coração" . Ralph W Emerson

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Procurando o Espírito de Natal

Ando naquelas fases onde não dá mais para disfarçar, nem muito preocupada com o que vão pensar. Aliás, o povo já pensa mal, curte a desgraça alheia como se fosse vampiro esperando pelo sangue. eu acho isso degradante no ser humano, lógico que continuo sendo humano e vivenciando meu lado sombra, mas CARACA, tem gente que esqueceu ou nunca aprendeu o que é SER HUMANO, espírito humanitário necas, fraternidade? vixe! Amorosidade? 
Eu tento todo dia sobreviver às minhas neuroses, meus medos, convivo com minha vulnerabilidade e descubro o quanto eu fingi ser forte e o quanto continuo me esforçando quando me descubro e tento me modificar. Mas muitos que eu olho pelas ruas, aqueles que estão nas manchetes dos jornais me espantam. Não sei onde o homem tanto se buscou que se perdeu de si mesmo, foi compreender sua capacidade mental e quase virou um robõ destruidor, acabou nos divãs dos psicólogos, chorou, chorou e saiu amargo e desconfiado  com o amor. Tantos séculos, milênios e me deparo com um homem da época da Pedra.
Tentamos viver uma ficção do antigo Far-West,  mocinhos e bandidos a trocar balas, hoje até a 'inteligência" do bandido está em alta, ele paga ! Muita estratégia política, alguém sempre vai ganhar por baixos dos túneis, salvo o povo que pode respirar um pouco de liberdade, tudo é ficção, a realidade é uma ficção onde se precisa montar roteiros, fazer firula para mostrar serviço. É triste  ver a montanha de maconha, cocaína e crack, não pela quantidade de droga , mas pela quantidade de usuários que compram essas drogas. É muita gente 'mamada' , muita mamata de graúdo que inexiste dentro do roteiro. Fico imaginando quantos pais nem se dão conta que os filhos usam drogas, se alienam porque vivem numa família alienada, salvo exceções, a maioria de nós é culpada do estado em que nos encontramos.
Do outro lado da evolução intelectual vem a barbárie do preconceito,  da ignorância, da selvageria que anda virando lugar comum. Antes ainda os terroristas matavam por liberdade, ideologias, os religiosos matavam em nome de Deus, os fanáticos viravam  homens-bomba, agora qualquer um mísero infeliz agride e mata, seja por uma briga no trânsito, por uma imbecil intolerância  ao um outro ser humano, seja o outro homossexual, prostituta, pela cor da pele, pela camisa do clube de futebol, por ser criança abandonada, por ser pobre e "sem direitos". Hoje nem precisa mais ser bandido, ter arma e poder nas mãos paara destruir uma vida do nada.  A que ponto chegamos, por onde andam os pais desses delinquentes  que saem pelas ruas matando quem os desagrada. Quem eles acreditam ser? Talvez sejam tantas bolinhas de extase, tanta maconha, cocaína, tanta falta de exemplo dentro de casa., são todos uns MERDA!
Os FRACOS se apoiam nas suas próprias debilidades e se tornam perfeitos selvagens, se auto-afirmam ao abusar de menores, a violentar pessoas, a humilhar , massacrar seres humanos, xingar, menosprezar. Muitos são mais desprezíveis porque são cultos, se dizem até cristãos, não conheço cristandade sem fratermidade e aceitação, mas somos todos humanos e falhos. mas o que me dói é a ausência de arrependimento, é a convivência com o que tem de podre dentro de sua própria família e nada se faz,  vive-se ao lado de quem se despreza,  cala-se por não ter qualquer desejo de somar e modificar, não se luta por se salvar desse lodo que se senvolve e  tira o impulso de se erguer e começar.
 É tempo de parar para pensar em fazer algo dentro de si mesmo,  de se perdoar e ter compaixão, mas além disso, fazer algo para modificar esse buraco negro onde estamos nos atolando. Vergonhoso sermos pessoas, a maioria, a contemplar esse fim de mundo. Que neste Natal possamos nos comprometer mais com o que acreditamos,que sejamos participantes, executores de ações que nos orgulhem como seres humanos. que sejamos pais mais conscientes, educadores, exemplo aos filhos que criamos para serem pessoas de bem no mundo, que possamos nos orgulhar do que honramos com nossa palavra. Que a palavra AMIGO seja maior em valor, seja vínculo de sinceridade, meio de apoio e incentivo, ponte da soma das verdades e diferenças de cada um. Que juntos, amigos, amantes, namorados, casais possam partilhar de projetos de felicidade a dois, que se unam pelo amor, que sejam responsáveis pelo que semeam na intimidade e que sobrevivam na sua individualidade.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Como Uma Onda

 Venho tal qual um náufrago diante de uma tsunami emocional, talvez meu Urano em leão de casa 12 tenha acionado seu propulssores  e a "bunda inconsciente" da minha casa 12 tenha sido sacudida pelas minhas aritmias cardíacas e fiquei lá, em algum lugar do meu inconsciente, paradinha, creio que minha Lua capricorniana jamais admitiria o medo, mas caiu de joelhos frente à sua própria fragilidade.
Toda vez que nos pomos numa atitude de muita rigidez, nos cobrando jamais nos deixar aquenrantar, construímos pontes fixas, tão arrojadas, muros altíssimos  que nos tiram a visão da realidade do pé no chão.  carregamos todo o peso dos nossos medos, e ainda de quebra a mula que vive empacandocom dor lombar, dor ciática, dor nos quartos e até nos quintos dos infernos. O negócio é não esmorecer diante dos "ataques", sejam das balas perdidas, daqueles que torcem pela manchete dos nossos fracassos, seja pelo simples fato de tantos nos exigirmos e enfim vamos falhar. a fantasia de uma Lua regendo casa 12 pode ser uma IMENSA descomunal FRAGILIDADE,  no meu caso Capricórnio deseja sobreviver a todas as inteméries como uma heroína mitológica. Eu vou me guardando na casa 12, vou me escondendo tanto quanto me sinto umfolha ao sabor do vento, fujo literalmente de poder ser magoada. eu lá da casa 5, onde minha Lua se deita, "mato a cobra e mostro o pau", me violento e venço quase todas as "batalhas", quase todas começam dentro de mim, me testanto, negociando  e me desafiando para o novo.
Eu sou daquelas que diante de da oposição mais forte eu fico. Nada mais medíocre do que aquele que derruba o adversário porque é covarde e incompetente  para lutar de igual para igual. Hoje já posso dizer que sou de outro século, prisioneira das antas que atendem os telefones nos atendimentos aos clientes, aquilo é de matar. eu, pentelha, vou até o fim, tem vezes que são eles a se assustar com minha educação e sociabilidade ,raro porque na maioria eu desisto, eles entendem menos que eu, ficam ali na frente da tela repetindo  sem noção. então, eu to sempre subindo a rampa, vai ter sempre o povo que manda bala, pedra, puxa tapete, mas de uns eu desvio, outros mais espertosme superam e rolo montanha abaixo. Mas levanto cheia de ira ariana, limpo as mãos, mertiolate nos arranhões e começar de novo. depois de muitos trancos o coração balançou e ficou ouriçado, agora tem taquicardia e hipertensão. Please sem dramas, medicada, controlada, mas hora de ficar mais meiga com a luta da vida.
Dentro de mim mora um anjo, não tem asas, faz sexo, adora umas travessuras, brinca de roda, acredita no que gente fala e escreve hahahaha, é uma criança séria, não de tristeza, mas porque foi educada a "ser de confiança". ela é carente, mas por medo de se meter em encrencas, ora que já enfiou o pé na jaca algumas vezes, mas sempre sai quase ilesa, ela tira de letra as diversidades, roda e gira e descobre o quanto ela ganha a mais podendo ter um tanto de cada coisa. Como toda criança é egoísta, mas rejeita qualquer tipo de "truques". Ela já andou por meio mundo, seus pés pisaram várias construções e ele percorre rotas por onde muitos caminharam. ela sente o calor daqueles pés descalços, das calosidades nas botas de couro, das feridas dos viajantes, no ritmo saltitante dos equilibristas, palhaços, a umidade das lágrimas a criar marcas no pó da terra. ela vive dentro de mim, se isola e conecta com almas que alienadas vagam pela estrada, uma solidão interior daqueles que não se escutam, se embriagam de emoções, de drogam que matam a dor, mas não curam o coração ferido. ela talvez, com certeza, seja uma idealista, mas sendo assim ela tem a fortuna da compaixão  que passa a compreender diante de sua própria dor. Daqui de fora não existe tragédia nessa história, somente uma longe e opulenta atividade, talvez só assim, nessa roda-viva, ela possa sobreviver e materializar suas emoções numa busca constante por ofertar aos demais o que ela aprendeu diante de suas descobertas. Nada é defeito, é sim circunstancial ao que cada um precisa.
Muito do que eu ganhei pela vida eu tento partilhar, claro que telas de aço aos vampiros e flores ao amigos. Verdade acima de tudo, jogar comigo é jogar fora, a solidão é esse pátio imenso de flores, frutos, água da fonte, pássaros no céu, meu universo interior é rico, por isso eu me deito ao sol nas folhas de outono e me aqueço o coração de Leão.
Bate bate coração...
San de volta...

domingo, 15 de agosto de 2010

Os Descrentes e Desacreditados

Meus últimos assuntos andam quase lacrimogênicos e vitimados, bem no clima de Netuno-Peixes,tenho Vênus em Peixes na casa 7 em trígono com Netuno em Escorpião na casa 2/N.L.Norte/Júpiter em Libra e esses 3 fazem sextil com Plutão no ASC em Virgem, oposto à Vênus. Meu Plutão no ASC já foi um escudo de aço a me ocultar da multidão, hoje faço dele um poço de águas profundas onde observo o outro à distância, através das visões simbólicas que estudo e pesquiso.
Minha Vênus pisciana anda num íntimo sextil com Plutão,em exatos 3 graus, me sinto um farol solitário lá na ponta da enseada da vida, observando o ir e vir de navios na forma de eventos que se sucedem e no qual sou apenas espectadora. Por vezes me sinto aquela única alma residente do farol, munida de um barquinho,uma luneta e do tempo entre o Sol se por e a Lua chegar. É nesse "entardecer da vida" que me dou ao direito de contemplar o movimento das ondas do mar, a forte rebentaçãoque se atritacom as rochas, parecem duas forças a se enfrentar, no auge o gozo e a espuma deita sobre a superfície de seda da pedra e a envolve carinhosamente, se derretendo em borbulhas de prazer.
A cada dia percebo que a tecnologia nos cobra sermos máquinas, ou aprendemos a digitar, a nos comunicar nessa nova esfera de programas de relacionamentos, redes de e-mails, seremos "ilhas" na escuridão.Acho muito estranho compreender que nos colocaram atrás de máquinas, somos endereços eletrônicos, um montão de nicks e senhas para os trocentos sites em que penetramos virtualmente. Nos rendemos ao veículo virtual para nos aproximarmos dos outros, voltamos para as cavernas do tempo da pedra, agora basta comprar no mercado virtual, comida, pet-shop, dvds dos últimos lançamentos,dá pra paquerar, fazer sexo, ir no sexy-shopping, fazer faculdade, reunião de trabalho, só ainda não inventaram a fertilização "in vácuo".
Há uma anulação do indivíduo carne e ossos, como se fosse um mero corpo inerte na maca, vivo ou morto, não faz muita diferença. Outro dia vendo um filme já visualizava lojas com vendedores robôs, fábricas já operam com operários máquinas. As corridas de automóvel cada vez menos dependem da habilidade do homem, o valor maior não é do piloto ganhar, mas sim da empresa obter mais pontos, o piloto é mero chofer conduzido pela máquina do dinheiro. Antes pelo menos as guerras eram entre soldados com seus escudos e sua força bruta, a guerra fria ficou sem graça com tanto poder de fogo, que se estourasse a III Guerra Mundial, ía tudo pelos ares, não sobraria lucro para ninguém. Globalizaram tudo e assim se um cai, caem todos, ninguém sai ileso de uma união mais desagregadora do que participativa, só dividimos as perdas! A Era dos Insanos se foi, não mais aconteceram grandes estadistas, loucos e dementes a governar nações, reprimí-las e destruí-las. Alguns pequenos sultões ainda sobrevivem, mas deveríamos ser mais felizes como humanidade,livres de tanta maldade. Mas a crueldade vive pelas ruas dos vilarejos pobres, da falta de comida nas panelas, das prisões culturais atrás das vestes,das caras pretas de carvão do trabalho escravo, no meio das perninhas de graveto das meninas que servem aos homens seu corpo.
 Somos escravos sem algemas,sem feitor, cada vez mais dependentes das tecnologias. Quase me enfureço quando a conexão amortece,meus clientes me esperando, os e-mails que não chegam, ficar sem telefone, celular para uns é a impotência, um dia vão fazer um celular fálico, aproveita para outros fins. (risos). Somos atendidos nas concessionárias por verdadeiras "máquinas", não tem gerente nem chefe pra gente poder gritar e xingar pra eles, as Ouvidorias não nos respondem, se você fala mais grosso, a linha cai, a nossa raiva nem lugar tem para ser deferida. Somos "trouxas" exatamente, eles fazem o que querem conosco, e não tem ninguém para nos defender. Somos aqueles pobres coitados, antes você ainda era considerado um consumidor e usuário, hoje você tem que gritar, andar atrás, colocar na justiça e receber uma gorjeta de abono pela apurrinhação de meses. Tem certeza que você existe de verdade? Foi-se o tempo que o nome valia de alguma coisa, hoje teu nome vai para o Serasa por pura incompetência das empresas com uma administração podre, não sei o que se anda ensinando em escola e faculdade...Você paga o advogado e ele ainda quer tirar lasca de você. O outro se passa por guru-palhaço, faz uns discursos e alguns rituais e vende pacote de cura, de amor, de sucesso profissional, e o povo compra!
A gente ta mais pra casebre abandonado do que castelo da rainha. Existem certas situações que sou um personagem, oras a própria "tolerância zero" encarnada, ora um caracol "ouvido de mercador", pois se eu responder,dá merda e ainda acabo perdendo mais.Hoje somos milhões de pessoas nos "guetos" dos que sobram na competição da esperteza em se dar bem, em lesar o outro, em tirar vantagem, em enganar e enrredar o outro, abusando da sua ignorância, de sua condição de cidadão, o qual o Estado deveria proteger, já que cobra para esse cidadão poder viver nessa pátria.
Mas quem manda são os eleitos pelo povo, parece brincadeira escrever isso, os mais conhecidos da mídia, mesmo os mais mau falados, por isso que eles obrigam a votar, se não ninguém iria, é uma verdade. Votar em quem? Torcer por quem? Quem torce pela gente?Em quem podemos confiar? Quem mantém a palavra dada?
Estamos no fim de uma era onde o ser humano tinha seu valor moral, social, cultural, evoluímos tanto, derrubamos muros, preconceitos, paradigmas, desmontamos guerras, mas os abusos continuam, hoje sem mais a vergonha na cara, sem precisar se ocultar. A própria máquina criada pelo homem passou a ser usada contra ele, porque o problema ´o HOMEM,o ser humano que pensando em sobreviver, acredita que o maior ganha do menor, que ser grande é ser esperto, que poder é ter para derrubar quem tem por direito. A guerra é mesquinha, do tamanho da cabeça de cada homem que se acha um competidor marombeiro e drogado, sonhando que a arma na sua mão lhe faz um vencedor, é somente um pequeno ser que precisa se uma arma para sentir-se alguém por alguns minutos.





segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Bêbado e o Equilibrista

Pior que existem aos montes essas amebas ambulantes a vociferar bosta em cada esquina, tal qual a menina "não me toques" de antigamente, dando seus gritinhos histéricos para afastar as possíveis mãos suadas, suja dos passantes. Tem gente que nasce por acaso, devem ser desde o coito interrompido, mal desejados.Desde cedo os espermatozóides devem ter sofrido na batalha pela passagem do portal mágico do óvulo. Hahahahah, chegando lá era o castelo da bruxa, uma decepção traumática comer um óvulo bruxenco!!! O cara brocha pra sempre, manca e nunca mais é o mesmo, um pinto a meio-pau em protest,o. O XY dele fica gay e nasce um ser "amorfo", nada na cabeça, neurônios espalhados pelo terraço da beira-mar tomando sol, sem uma cerveja gelada na mão e uma guimba de cigarro atrás da orelha. Galho de arruda é pra quem acredita em alguma coisa, o que não é o caso desse povo.
A Carta do Enforcado no Tarot identifica uma faceta desse Zé Mané ou Pururuca do Brejo que por descuido cai na vida e por milagre continua vivo.  Não sei quando eles passam a ser o "Elo Perdido" e vivem num descompasso do resto da humanidade. Eles tem um jeitão desconexo quanto a buscarem interagir dentro do contexto do entorno deles. Por outro lado eles são perseverantes na idéia de continuarem vivos, sobrevivem a todos os engôdos em que se metem, eles gostcham! Não porque cargas d'água eles preferem esse caminho de linha de trem, é quase um livre arbítrio de mendigo, aqueles que dizem NÃO a busca da identidade e realização.
Banana Men é o cara! Achei demais essa fantasia de anti-herói, penso que deva ter a ver com o bobo da corte,o fulano que tem uma certa dificuldade de se olhar no espelho e se maquilar com a cara do herói que ele gosta. Esse talvez não tenha herói ou se ache incapaz de se ver na pele do herói. É muito do perfil do sonhador idealista que em face de uma enorme dificuldade em empilhar os tijolos para construir a escada e subir os degraus, ele prefere aprender logo a voar. Ele se joga numa viagem transcendente, onde os sonhos são sempre fora do contexto da própria realidade, é quase como se precisasse não ser possível alcançar, isso de certa forma justificaria a provável vitimação e inércia diante do impossível.
Geniosos,facilmente irritáveis, pavios fálicos curtíssimos, sempre mostrando os dentes cariados, alguns pivôs mais amarelados. A garra é a língua ferina, numa crítica provinciana, medíocre. Eles entoam um coro dos desajustados, desagregados, é um monte de "arroz papa"  gritando: "Unidos venceremos!"
No fundo eu os olho e vejo uma tremenda enganação, são pobres criaturas, nascidas da guerra da rejeição, quem sabe um pentelho encravado no óvulo, uma união estável de tapas e raros beijos, alguns muchochos embaixo do lençol e o ronca-ronca da cama a gemer com o desgaste do sexo diário pra salvar a lavoura dos incompetentes, não servem nem pra se cansar de trabalho. Tudo tão desagregado do poder do sonho de realizar, eles ficam a mercê da boa vontade da vida, que mais os acolhe na variante, no subemprego, e eles nada fazem para modificar o entorno, eles ficam de espectadores à espera que migalhas cadentes caiam a seus pés descalços. No fundo sinto uma raiva contra si mesmo, nada da raiva edificante que é a voz do amor próprio, do orgulho ferido, que clama por justiça e vira alavanca para se erguer do chão a cada rasteira.
Muito triste essa de ver a vida passar da janela do seu pequeno mundo de sol quente e nenhuma produtividade nessa mente marasmática. Tudo ali dentro daqueles corpos, verdadeiras máquinas munidos por um espírito desejoso de evolução, e nada.  Por um tempo  eu tento , eu grito, toco, mexo,e nada...é como se mais fácil ser a vítima,mais cômodo se submeter, mas poder sonhar os sonhos mais loucos, os pés nas estrelas, a seca da pobreza, da falta de produtividade. O duro que eles conscientemente escolhem esse caminho de bêbado e equilibrista. Eles dizem muito"NÃO", eles escolhem demais, eles negam as reais possibilidades, eles preferem não se corromper e passar fome, se fazer de um machão para não passar vergonha, negam o esforço produtivo, escolhem a minimalidade da vida. O estilo "pobre" de ser, com certeza nada a ver com preguiça.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

De Ilusão Se Vive e Se Morre

Diante do firmamento, a gente procura sempre um fim, seja do caminho, do sufoco, da ansiedade, insegurança. A gente está sempre em busca de algo, de alguma conquista, de algum sonho, de  um desejo ardente, algo que nos dê reconhecimento, segurança, dinheiro, fama, algum elixir eficaz que nos faça eternos jovens, imaculados de qualquer doença terminal, isentas de celulite, de espinhas. O homem é um ser em processo de crescimento mesmo, só a eterna ansiedade em sobreviver mostra claramente que viver é meio de poder ser melhor. A auto-destruição é apenas uma negação da capacitação para a luta,é preciso coragem para dizer não à vida.
Despertar todo dia  e seguir para frente a gente faz no condicional, talvez para que esse horizonte se estenda para lá longe, é preciso sonhar, é preciso se projetar mais adiante, visualizar. Então surgem  nossas fantasias possíveis e impossíveis, é nesse mar de Netuno que podemos criar um outro mundo, diferente dessa realidade, nem sempre de braços abertos, receptiva às nossas necessidades. Sobreviemos à custa de nossos sonhos, se não podemos ser heróis, corremos atrás deles, de nossos ídolos, de nossos santos, de nossos deuses. Precisamos acreditar em milagres, no poder oculto que possa nos salvar dos pecados, somos flagelados nesse mundo, precisamos de correntes que nos unam, de elos invisíveis que nos protejam, de energias que nos guiem para o bem.
Assim continuamos com a dita esperança de superar as perdas, a angústia das carências, os que menos tem lucram muito mais como sonho, são amantes fervorosos, se movem pelo sonho tal qual criança, tudo fica mais bonito, o mundo cresce de tamanho e ele é mais um a torcer  pela vitória do herói. Ali, naquele momento, ele é parte de uma nação de fanáticos,ele esquece da realidade, se joga no sonho e é feliz,mesmo que por alguns minutos, ele enche sua taça de amor e se embriaga de felicidade.
Às vezes deliramos de paixão, ela nos cega, ou será nós, que para nos permitirmos ser mais, ousar sonhar, distorcemos as reais possibilidades e buscamos os impossíveis. A falta de percepção da nossa real capacidade, nossa baixa auto-estima tira de nós algo fundamental, nossa auto-confiança, sem ela tudo se parece enorme, monstruoso, e mergulhamos fundo nesses pesadelos, seja para nos narcotizar e diluir de vez esse filão masoquista de sofredor , seja pela busca do ápice da loucura, quem sabe assim nos transformemos em "anjos" e larguemos nossos penosos fardos. de lutar e vencer os obstáculos
O tombo é enorme lá desde o desfiladeiro, quanto maior for a altura que você sobe no sonho, menos oxigênio terá para discernir sonho de realidade. O impossível já é um trato que se faz com a negação, dizemos não a nós mesmos, somos cúmplices numa auto-sabotagem, jogamos para perder, é um desafio suicida, daqueles que não acreditam em si mesmos. O herói, o ídolo nada mais é do que projeções de nós mesmos a fazer os milagres que não somos capazes, mas no caminho há inúmeras oportunidades de viver o sonho sonhado, basta acreditar e buscar.Uns sonhos vão desaguar na praia, lágrimas lavarão os restos mortais da ilusão e,novamente o sol brilhará no horizonte, dourado, firme e seremos capazes de começar de novo.
Morrer é preciso para nascer de novo. Talvez Netuno seja exatamente esse caminho de ser mais além da matéria, sair do corpo, perceber esse potencial de auto-transformação. A ilusão é meio de transpor o limiar, então dependerá somente de cada um acreditar em si, na sua capacidade criativa,na sua centelha divina a lhe inspirar e ser canal receptivo do divino dentro de si.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Segredos Guardados N'Alma

Eu sou até quem desconheço que irá se transformar dentro de mim.
Sou pequena, miúda diante do espaço, tenho medo de me jogar e não saber donde que vou parar. Gosto mais de ir "tateando" percebendo meu caminho. Rastejo pelos esconderijos de quando fui herói, o controle do corpo, o silêncio era ouro.Nessas vindas, vivi pouco, aproveitei menos ainda as oportunidades.  Restaram as lembranças esporádicas, o conhecimento e uma grande certeza aqui dentro de mim: Sou ainda mais do que acredito, quanto mais me olho, mais me encontro. Essa gama de experiências por vezes viaja em de'jà vu, um som, perfume, uma paisagem, estou eu de volta, conectando emoções, sensações, nada complexo, só um fio que me une à eternidade.
Eu sou muitas, menina, mulher, homem, velha, cabocla, sou dona de mim, rainha desse palco que é a vida, os vários personagens, as mais loucas histórias saem de dentro de mim. É um baú de memórias vívidas, um poço sem fundo, um túnel do tempo que me faz tão pequena e poderosa ao mesmo tempo. Eu transito nesses céus tal qual uma estrela viajante, sem horizonte, só nascente, o poente é transitório, um mágico piscar de olhos, e lá vou eu!
Eu sou essa terra quente, ardente, o fogo que lambe a mata, que come o que tem pela frente, como se a fome fosse eterna ansiedade, um medo enorme do fim, da inércia, as brasas se fazendo carvão denso e frio. Tanto tenho eu aqui para fazer, tantos desejos que correm pelas minhas veias, que aceleram meus coração, dão palpitação, tanto para dar, criar, trocar, como m o r r e r ? Quero ser eterna conscientemente, nasci para virar estátua, resistir aos ventos e tempestades, que venham os dinossauros, sobreviverei, mesmo que só, mas podendo me visitar.
Eu sou um eterno lago no meio de uma enorme floresta, rodeado de cheiros de mato, de flores, pássaros. Fico morgando no sol, olhando as montanhas lá longe. Sou vale fértil, são reflexo do meu interior, translúcida ao Sol e lamacenta ao entardecer. Gosto dessa minha casa onde me abrigo, me protejo dos curiosos invasores, daqueles que indignados, tentam me quebrar. Riscam minha superfície espelhada, quebram seus próprios rostos, resta a vergonha que desfigura aquelas mentes maldosas e frustradas, com faces distorcidas tais quais seu desamor. Minhas águas viram mágoas, criam círculos diante das pedras que me jogam, mas minha profundidade é maior e minha dor se desfaz no fim, me cubro imóvel de folhas do outono, engano a todos com meu capuz de bruxa, só meus olhos os vêm.
Sou devastação, vazio perfeito diante desse todo enevoado que me envolve, me traga para dentro de mim. Mais perto de mim me descubro, sou plena consciência, mais viva diante dessa minha imensidão. Me alimento do espaço que cavo fundo e me conecto à minha alma perdida, a resgato a cada noite, a cada olhar perdido, a cada insight, sonho, percepção aguda dessa que sou eu no íntimo. Alguém que quer mais da vida, quer se libertar dos próprios limites, que me protegem e me impedem de crescer, de ser tantas ao mesmo tempo, sem precisar  se esconder mais.

sábado, 29 de maio de 2010

Seja Um "Alguém" na Multidão

A gente passa e não olha, convive e faz performance de amigo, diz umas palavrinhas dentro das convenções, sente por 5 minutos e vira as costas. Hoje estamos vivendo num mundo "virtual" além da tela do computador, tudo muito passível de uma passividade comodista, covarde e nada comprometida com qualquer emoção. Até o futebol já virou treino de combate homem a homem das torcidas pelas ruas, já não mais deliramos pelos ídolos, eles agora são de plástico, cheio de emblemas pelo uniforme a sustentar o poder de outros maiores glutões do mercado. Basta que decidam, transformar o garoto bom de bola num espetáculo que carrega nas costas o pesado valor do sucesso e das cobranças resultantes desse comércio, o craque se perde e sobra pouco no que acreditar como torcedor sobre seu ídolo de plástico vendido nas bancas de jornais. A uma semana da Copa do Mundo, quase nada se mexe, nem uma bandeira reclama, proclama sua pátria, quem der mai, leva, é a Lei, o homem por dentro do uniforme é um mero boneco. Fico triste de ver como a cada dia nos distanciamos mais do ser humano que tem necessidades psico-emocionais, nos transformando em aniquiladas pessoas que vivem impotentes diante de tanta digladiação de nossos valores e princípios. parecemos bandeiras a meio-mastro em sinal de condolências e respeito à nossa própria derrocada.
Nem sempre percebemos o quanto nos aprisionamos a conceitos, padrões e nos asfixiamos de prepotência como se donos da verdade, verdade só nossa ou passada para nós como a única em quem confiar, seguir.Talvez seja um caminho mais fácil o da limitação pelo já experimentado, pelo magoado, pela razão em controle do que será no amanhã, cegos a um real e contínuo nascer e morrer a cada dia e a tensa realidade de precisar dizer adeus, deixar partir oque nos era caro e acreditávamos, para sempre. Ah... ainda bem que o simbólico, o lírico dos poemos, da música, da arte, de tudo o que está além do material e seguro, é expressão da percepção e sensibilidade humanas. Talvez sejam canais de expressão de nossos medos, nossos mundos ocultos,fantasias,segredos, de nossa magia em transcender nossos corpos e beber de outras fontes no cosmos.
Pena que a maioria se perde em si mesmo e se infiltra na vida alheia, curiosa das mazelas por trás do buraco da fechadura, loucos por encontrar do veneno com que alimentam as mentes insanas, ocas, não produtivas, de garras em pé para arrancar a pele de "santa" honesta e virgem das criaturas. Há um desejo satânico de apontar o mau no outro, de dar rasteira, difamar, criticar, de querer justificar a cômoda cara de paisagem em seguir os corruptos, em se apoiar nos ladrões de carteirinha, na impunidade dos governos, acreditando que servem eles de referência. Há que chafurde na lama dos porcos feliz por ser mais um na multidão. Com certeza a opção da individuação requer consciência de si mesmo, de quem é e o que deseja ser, ser pelo menos alguém, não um zé ninguém, um zé mané , um nick virtual, falso como seus dados, tão fantasioso quanto o que você acredita ser, um inútil, talvez lhe falte um dicionário, lápis e papel para enumerar suas qualidades, definir seus valores, realmente é de um listar sem fim de conteúdo relacionado que se vai adquirindo conhecimento e reflexão sobre o conjunto de ideias. No fim dá até para filosofar, mostrar a sua forma e significado, colocar limites, se proteger dos desvairados aproveitadores do nada,a tirar de quem tem, criando vazios materiais e cultivando amor de desapego. 
 A vida passa ao largo daqueles que são observadores, jamais esticam suas mãos, não brincam de Circo, não se arriscam a aprender, temem viver sem muros, se escondem dentro de sóbrios tailleures, grandes guarda-chuvas, galochas de plástico amarelo, cinturas grossas de uma espessa camada de carboidratos de açúcares e achocolatados. E  dá-le endorfina para ficar Zen(Sem) amor, sexo,ar, família, dinheiro, Deus...
 Essa solidão é quase uma sólida coluna de uma precisa estratégia de negar o sentir. Há quem me diga que "não se envolve, se apaixona",como se fosse um ser com tamanha grandeza estratosférica de razão, que ela ocupa toda a sua expressão mental negando qualquer espaço para o tal do cérebro que reage aos cinco sentidos, ao espírito que de certa forma interage e cria a graça divina da vida, que é o Amor. Ainda bem que o Amor vence sempre e independente do homem desejar criar o mundo,ele cria somente um mundo dentro dele, e quanto menos ele se encaixam o macro-cosmos, menos ele conhece de si mesmo, além do que ele acreditar saber.Cada um outro que contigo partilhar as cores do arco-íris, verás que o teu será mais colorido diante dos tons que te apresentaram. A cada olhar receptivo que esticares até o horizonte,encontrarás uma infinita curvatura que te fará imaginar os mais possíveis caminhos , e mais poderás sonhar em cruzar esquinas, estradas, fronteiras, mares, oceanos, serás então dono de ti mesmo, cidadão do mundo, um elo da corrente do bem, que se une,se enlaça, abraça, recebe e dá durante sua jornada pela vida.

domingo, 16 de maio de 2010

Os Que Cruzam Nosso Caminho

A gente anda, anda, anda e nem sempre se dá conta de todos aqueles elos que se uniram à nossa corrente durante a vida, muitas vezes só o fazemos quando estamos lá no túnel do tempo-espaço da partida para uma outra dimensão. Olhamos para trás e, como um filme, vemos nossa jornada e os que dela participaram. Eu, como sou uma pessoa que tem como valor o passado, o que já fui para me validar em como sou,gosto de olhar para trás e mesmo, observar a mim mesma no caminho da vida. Tenho tanto a agradecer aos que passaram por mim, atravessaram meu caminho, me guiaram. Uns lembro que foram junto, minha mãe, que devo à vida e a sobrevivência, tudo que me ensinou para que eu pudesse ser sua continuação, meu pai, que mesmo ausente, me deu seus genes que hoje me sustentam frente às mudanças, sem eles eu teria padecido de orgulho. Nessa travessia eu tive uma infância solitária, muita revista em quadrinho, romances de jornaleiro,colegas de escola, alguns professores que ficaram para sempre como exemplo de quem eu seria hoje. Os amigos a maioria temporários, raros os fiéis,mas cada um a seu tempo me deu oportunidade de conhecer um novo mundo descrito por eles. Houveram os do acaso, os médicos, terapeutas, profissionais que partilharam de seu saber, me curaram, apoiaram, me sacudiram e me fizeram despertar para uma nova pessoa.
 Muitas vezes me vi diante de encruzilhadas, para mim fases difíceis, momentos de escolha sempre foram solitários e com muito medo de errar. Nem sempre acertei no alvo,mas sempre fui de tirar o melhor da moral da história. Se foi dor, aprendi com ela, se realização, cumpri com minha missão. Acredito muito na sincronicidade da vida, na integração do micro ao macro, o homem em busca de si mesmo como um aprendiz a lapidar seu perfil de acordo com as experiências vividas através de suas próprias escolhas. Então, tudo que se põe no nosso caminho, tem um função, como também aquele que encontramos em cada esquina, que de certa forma, em dado momento, nós os acolhemos como personagens reais em nossa caminhada, fizemos deles presentes na nossa vida.A gente anos e anos não enxergando aquilo que não faz parte do mundinho que construímos, daí podemos concluir que quanto maior for nossa amplitude e disposição para o novo e desconhecido, maior será nossa adequação e integração a esse mutante universo. É preciso andar para frente, é preciso se colocar na vida de verdade, muitos andam na aba dos outros, nem aproveitadores são, são sim acomodados, "covardes" diante do esforço de crescer,amadurecer,se validar para se comprometer. Metemos os pés pelas mãos várias vezes na tentativa vã de ir pelo caminho mais fácil, de negar os limites, de desviar das bifurcações em prol de não tomar decisões. 
Rodamos em círculos, fugimos da reta final, muitas vezes preferimos perder a ter que competir, morremos de MEDO do castigo divino, da palmatória do mundo, da língua ferina dos maledicentes. Temos pavor da rejeição,da não-aceitação, nosso super-ego é nosso melhor árbitro, preconceituoso, rígido, punitivo. Aqueles que encontramos pela estrada, aos quais nos unimos por "n" carências, que invariavelmente tendem anos usar e abusar. Enquanto nos posicionamos sem definir limites próprios de nossa identidade, somos passíveis de invasões, abusos, admoestações, injúrias, até mesmo nos deixarmos destruir por esse tipo de energia sugadora e molestadora, sempre pronta a se aproveitar de nossas ranhuras emocionais. Muitas vezes a imaginação é fértil e os fantasmas se divertem nesse nosso mundão imaginário, cheio de dragões, megeras, lacraias, serpentes venenosas, invariavelmente o medo existe exatamente como delimitador do limite de cada um. Fazemos do medo o tamanho que desejamos, sofremos por antecipação,morremos antes de câncer, do coração, da anestesia. Estamos sempre à mercê de todas as possibilidades que nossa mente constrói, principalmente as negativas. Nos deixamos levar pelo manto da negatividade, da dita magia negra, do poder que corrompe, submete, mata, aquele que sobrevive à custa do medo e da ambição do homem. Ele existe, indiscutível, mas ele não é a única opção, somos mais do que o que acreditamos ser.
Somos a magia do amor, este estado de plenitude do êxtase do "estar vivo", somos abençoados pela divina oportunidade de ser feliz,sentir tantas emoções, sermos co-participantes desse universo, de conviver com a natureza,de crescer, criar, procriar, ser alguém em constante transformação.Somos LIVRES para ser quem quisermos, a escolha é nossa, independente de nossa origem,nosso ambiente, nossa história. Várias histórias contam o que foi exceção de uns poucos, pode ser nossa determinação em fazer diferente. Muitos dos que  cruzam nossa estrada são mensageiros de esperança, são mãos que nos dão colo, que nos colhem num abraço, são vozes a nos ditar canções de amor, que nos ensinam a tolerância, são companheiros, perfeitos "anjos-da-guarda" a nos salvar dos infortúnios,a nos fazer acreditar mais uma vez. através de sua conduta
Nada mais agradável do que podermos seguir em frente em paz,no nosso ritmo, procurando nadar contra a maré alta, desviar das pedras no caminho,mas continuar  faça chuva, faça sol, perseguir nossos sonhos e acreditar: "Somos o que fazemos de Nós". Não se esqueçam, estamos em eterna construção, somos falhos até para podermos compreender muitas coisas, mas sempre temos oportunidade de reavaliar e resignificar o que não mais nos é útil e nos faz sofrer, deixar ir pela correnteza e reconstruir um novo caminho,quem sabe saltar de uma cachoeira? risos ....


domingo, 2 de maio de 2010

Autoconhecimento - Preenchendo os Vazios de Si Mesmo

Nascemos ego, alguém com nome e sobrenome desconhecidos, somos aquilo que nos dão, o que nos fazem acreditar ser verdade e mentira, certo e errado. Por um longo tempo vivemos submetidos às nossas necessidades em sobreviver, crentes naquilo que observamos e deduzimos de uma forma reta, sem qualquer tipo de reflexão, somente a partir das nossas impressões e reações emocionais. Enquanto crescemos, somos uma ilha cercada por um mundo que nos ameaça e ao qual precisamos nos jogar. Somos sozinhos por natureza, nesse caminho de busca  de quem somos, enquanto protegidos, ousamos ir adiante, crescer, conhecer o que nos cerca, mas em algum momento da vida 
 nos percebemos tão pequenos, e muitas das vezes passamos por situações em que nos sentimos tão vulneráveis, inoperantes frente a todos os tipos de medos que nos assolam a alma. De repente somos obrigados a crescer rapidamente, na maioria das vezes é a dor de uma perda, a repetição de violência e admoestações que nos fazem conscientes de nossa falta de sustentabilidade, seja emocional, seja de base de valores e princípios que tenham formado nosso caráter e auto-estima, e assim sermos mais "densos", mais integrados ao nosso Self. Podemos nos sentir "pobres", ocos, é uma solidão interior causada pelo vazio existência, desconhecemos nossas potencialidades. Quem nos elogia? Quem investe em nos tornar livres e independentes?
Somos um mar de contradições, um amontoado de emoções, uma enorme quantidade de informações distorcidas, muita coisa oculta nessa "paisagem" aparentemente serena, bem educada, ou mesmo uma enorme tristeza e sensibilidade dentro de uma atitude ostensiva e violenta.Muita tempestades de areia que transformam tudo de uma hora para outra, e rodamos num círculo vicioso, com medo até de descobrimos quem somos realmente. Conjunto a todo esse processo de medo do desconhecido, existe um comodismo nato do ser humano, ou para os que são espiritualistas, do próprio espírito em admitir sua necessidade de enfrentar suas limitações, dizimar seus medos fantasiosos, se esforçar pelo aprimoramento pessoal, e este denota muita determinação e persistência, muito trabalho pessoal, luta interior em se auto-transformar, em buscar quem é e quem deseja ser daqui para diante e para sempre. As mudanças são constantes, é preciso lavar a alma de dor, limpar todo o negrume da 
 lama que jogam e seguir adiante. Cada experiência é uma oportunidade, a maioria de nós anda fugindo de sentir, pois foge da dor, da possível mágoa. Mas como aprender a amar, aprender a se relacionar, a aceitar o próximo como a si mesmo, sem ter a prática do exercício do amor? Por trás de uma tela de computador, por trás de uma tela de TV e um sofá confortável, detrás de uma janela, o homem é somente um mero espectador da vida, é preciso sair pra vida, atravessar as portas com o medo. O medo te guia até os limites que você suporta e te preserva a vida. A dor te traz próxima de teu coração, teus sentimentos verdadeiros, te faz íntima de você mesma. Em meio a essa vida no paralelo, o universo te faz se confrontar com certas encruzilhadas, estas sim são paradas obrigatórias onde você não terá escapatória.
Diante de si mesmo, você obrigatoriamente optará pela vida, na maioria das vezes, terá acima de tudo um caminho de busca interior, onde, ao final do caminho, você poderá encontrar consigo mesmo. É a possibilidade real de se bastar, se nutrir, se preencher com todo o arcabouço que existe em seu inconsciente e consciente, podendo assim caminhar na luz, ampliando em milhões de vezes o seu foco nesse enorme universo do qual é parte integrante , ao qual necessariamente precisa navegar e interagir.
Que a vida lhe reserve sempre a esperança, a perseverança de seguir em frente, apesar dos desafios impostos. Muitas vezes serão batalhas perdidas por sua ingenuidade, outras serão pequenas vitórias que precisam ser valorizadas.O processo é cumulativo e cada um opta no seu determinado momento em ser dono de si mesmo, mas sempre você estará seguindo em frente, compreenda seus limites, aceite os dos outros e se fortaleça através de suas fragilidades, elas te farão não se violentar, querendo parecer o que não é. Você é o que tem dentro de si.


domingo, 11 de abril de 2010

Festa Interior


Bem, sou uma eterna romântica,nunca quis um príncipe, quis sempre viver histórias de amor, por isso muitas vezes amei sozinha e me enchi de plenitude andando nas nuvens , sonhando... bati em vários postes e caí de cara no chão. Vai lá que doeu, me levantei e sacudi a poeira, continuei a acreditar no amor, pois eu o tinha dentro de mim, mesmo que por vezes amor negativo, dolorido, ele foi meu caminho de reconstrução diante de cada perda e transformação.
Hoje, renascendo na minha Revolução Solar, tenho meu coração em festa, uma sensação tão boa de ver tanto carinho dos amigos, de meus clientes, que se tornam amigos, até dos desconhecidos que partilham muito de si nas minhas comunidades. Hoje eu renasço colhendo doces frutos de todo um caminhar em buscar de distribuir parte do que aprendi de bom pela vida. É tempo de agradecer a todos aqueles que me deram tanto, até àqueles que me disseram não, aos que me guiaram e os que de alguma forma deixaram algo de bom deles comigo. O que sou hoje é resultado de tudo o que ganhei e perdi, mas sobraram o de melhor nessa segunda metade da vida, essa festa interior, que nem precisa de velas para assoprar, de alarde, basta esse pequeno discurso de felicitações que me enche a alma como a de uma menina num parque de diversões.
Suspiro fundo nessa noite fresca, ainda "molhada" da chuva de dor que me rodeia. Minha alma canta  uma alegria cheia de lamento, chama a natureza e pede calmaria, compaixão. A gente sabe que é preciso limpar os olhos cegos pela escuridão da ignorância, muitas vezes são nossas lágrimas a lavar a lama da dor. Mas existirão sempre mãos a catar o barro e construir de novo sob uma nova terra e, juntas carregarão órfãos no colo e serão elos de uma grande corrente de fé no ser humano.
Meu coração bate forte, cheio de amor,  feliz por mais um ano de vida, pela força e disposição que tive para enfrentar mais uma reviravolta, casa nova, e muitos planos pela frente. Meu horizonte me chama, meu Sol se ergue lentamente, numa preguiça de outono, resvalando pelas folhas frescas de orvalho da manhã, enquanto uma brisa forte traz as ondas até as rochas, espalhando gotas  de água salgada a salpicar minha pele, deixando um rastro de sal da terra.
Deixo minha chama interior acesa pela eternidade, a guiar meus passos ainda inseguros diante da minha inconsciência, a iluminar meus pés enquanto caminho em busca de  aprendizado sobre quem sou e o que ainda preciso aprender.
Precisamos ser "luz" em essência, luz que guia, que inspira, que dá a luz, que espera e tem esperança. Desistir nunca, mesmo que eu pare e atordoada não saiba por onde ir, o que fazer, sempre poderei mudar e refazer a partir da consciência. Meu espírito quer vida, seja dura, cruel, é meu caminho, mais uma oportunidade de poder ser "vida", estar viva, sentir, pensar, sonhar, desejar, conquistar, serei sempre pela vida!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Íntimo e Pessoal

 Tanta liberdade e tão pouca intimidade. Tudo é permitido, a impessoalidade é meio de ser mais um cara-de-pau e o sujeito vira personagem. O mais interessante é que quanto mais as pessoas passaram a ter medo de se mostrar, de se expor à violência urbana, mais dentro das casas, das escolas, da sociedade, existe uma nova violência, o bullying, uma forma de massacre sociopata sobre aqueles que não "colaboram", seja por se excluírem, seja por se diferenciarem na forma da baixa auto-estima.A violência doméstica, consequência das frustrações e da falta de limite que um dos parceiros precisa colocar O assédio sexual por séculos criminoso e latente, se ocultando por trás mesas dos chefes, das paredes das casas e principalmente pela nojenta cumplicidade familiar em negar que são os próprios parentes próximos a cometer esse crime. A pedofilia outra que não mostrava a cara, escondida entre os porões das igrejas, colégios, em becos de tarados pornográficos que exploram a inocência e falta de discernimento de uma criança ou adolescente.Ter personalidade para desenvolver individuação para pela capacidade de se saber quem é, se sentir, se tocar, ser íntimo de si mesmo, saber se aproximar, se definir colado ao outro. Nada mais desestimulante numa apresentação olho no olho e aquela "mão mole-meleca" que tem medo de encostar na gente, indecisa, parece algo inanimado, sem comando, sem desejo, vontade, um horror.
Ainda hoje a escravidão existe, seja a submissão a certo tipo de modismo, seja pelo ofício escolhido onde o processo é de de nunca mais sair  depois que entra. É interessante percebermos que a impessoalidade é necessária, esta  traz um distanciamento e total isenção de comprometimento afetivo-emocional. Podemos exemplificar as amantes dos sultões e reis, a povoar os Harens, os jardins do palácio, as escravas brancas, as gueixas, prostitutas, políticos, traficantes, ladrões de casaca, etc. Todos viem numa linha imaginária onde se posicionam para sobreviver às intempéries da justiça, e nada mais factual que uma máscara sem o íntimo. Eles não partilham de si mesmo, não doam de si, são mercenários a fim de usufruir do contexto em que se "enfiaram" e manter-se ilesos, vivos até quando podem, raros aqueles que se desgarram da manada e se reconstroem.
Você se constrói a partir do referencial arquetípico que tem dentro de casa, sejam os pais, avós, um grande mestre. A criança segue e imita os heróis da vida dela, venera os que ama,  ama por que é amada e também por ter dependência total para sobreviver, aprende a amar, a receber e dar carinho. Umas são abusadas, psíquica, emocional ou fisicamente por aqueles que detém o poder. Quando começam a lutar pela auto-afirmação, é fundamental que haja o miolo firme, esse miolo é a coluna de sustetação do ser humano pela vida afora, o amor que ela recebe, o afeto que cultiva a partir de como é cuidada, confortada e estimulada a sentir-se amada e feliz.
O amor germina tal qual orvalho a umidecer  as delicadas pétalas de uma flor, como a carícia de um beijo,como a despertar essa pele com o calor do outro, a percepção da natureza da expressão de afeto. Essa gostosura do contato íntimo, a sensação de frescor de um banho, do roçar de corpos, do bico do seio molhado de leite, se oferecendo para ser sugado com prazer. Tudo é erótico para a criança, mas para aquele adulto que o cuida, acaricia, embala, precisa ser AMOR, puro, limpo, cristalino, respeitoso à total inocência. Desse amor nasce a auto-estima desse ser, que sabe-se amado e protegido.
O feminino tanto no homem como na mulher se converte na capacidade que aprendemos a lidarmos com nosso corpo, nossos desejos, nossas fantasias que afloram tal qual os arrepios e frios na espinha, quando todos os sentidos se eriçam em contato com o mundo exterior. A forma como nos conduzimos frente às nossas sensações e desejos corporais, o valor e naturalidade  que aprendemos a identificá-los, muitas vezes castrá-los, reprimi-los e distorcidos, causando limitações quanto ao natural bem-estar, que consequentemente resvala naquilo que definimos como sensualidade, a natural expressão do corpo, a sua condução e convivência,deixando aflorar por entre os panos que o cobrem, uma aura de emanações que o corpo exala e capta olhares de admiração e desejo.

Ser íntimo é que nem a água da correnteza de um riacho que segue seu destino, rumando por onde existe espaço, procurando preencher todo o caminho, lambendo as pedras, provando sabores, experimentando atalhos, se adequando a curvas e sendo receptivo aos que se juntam a ele, somando sensações, que se avolumam e vão se transformar numa gloriosa cachoeira, ruidosa da explosão de sua força do desejo, como um tem descarrilado  numa  frenética, explodindo em gozo num grande lago profundo e plácido.
Ser pessoal,usar o Eu gosto, Eu quero, Eu desejo, expressar suas vontade, aprovar-se pelo que é, pelo reconhecimento que obtém pelo esforço e dedicação ao que faz, a auto-valorização é um ato que começa que o incentivo amoroso dos pais a ensinar, não cobrando perfeição, mas sim a simplicidade de não saber e a disposição em aprender, vai terminar na atitude de vencer seus limites, e ter claro sua capacidade de mudar as coisas, de produzir. Sem amor, paciência ao lado do filho assistindo aos deveres escolares , sem atenção diárias, a criança germina em solo seco e a ausência de afetuosidade é constante, formando um adulto sem essa relação nutridora que o faz fértil, macio, amoroso ao contato com o outro.

terça-feira, 16 de março de 2010

Os Sete Pecados Capitais

A Meme  dos Pecados
O Desafio consiste em você mostrar como você lida cada um de seus Pecados Capitais e, sinceridade ae!!!
*Gula: Comer a toda a hora e/ou além do necessário;
Essa é dos meus pecados mais íntimos, adoro comer bem, comida bem feita, bem temperada e de qualidade e boa aparência. Não sou de ficar petiscando, de vez em quando castanha de caju, amendoim. E comida tem que sobrar, odeio isso de ficar dividindo quantidade para as pessoas.
* Avareza: Cobiça de bens materiais e/ou dinheiro;

Isso é meio difícil, odeio pão-duros, mesquinhez, não sou mão-aberta, mas economizo só por necessidade.

* Inveja: Desejar atributos, status, posses e/ou habilidades de outra pessoa;
Acho que quando era mais jovem, eu ficava azedinha quando minhas amigas casavam, devia ser inveja ou frustração, mas nada do tipo ter raiva e rogar praga e destruir o que o outro tem.
* Ira: É a junção dos sentimentos de raiva, rancor e ódio. Por vezes é incontrolável;

Minha raiva custa para se expressar na forma da ira, nunca bati em ninguém, No máximo tenha raiva de mim quando fico monga e sou passada para trás, de resto só muito da indignação como alavanca de virar o jogo e sair ganhando algo da situação.
* Soberba: Falta de humildade, alguém que se acha auto suficiente;

Auto suficiência é necessário na minha vida,mas não tenho dificuldade em pedir ajuda, em não saber algo, nenhuma vergonha de perguntar, adoro aprender e tentar mudar, são raras as inflexibilidades.
* Luxúria: Apego aos prazeres carnais;

Sem apegos, meu prazer  começa em lidar com meus desejos, a reação corporal, sem nenhuma dependência, vivo bem sem sexo e muito bem com sexo quando ter pra quem dar prazer e receber.
* Preguiça: Aversão a qualquer trabalho ou esforço físico.

 Minha  preguiça só acontece pra fazer exercício físico, preciso de um trator para me puxar pra caminhar, esforço de trabalho, de pagar contas, o resto sempre fazendo alguma coisa e muitos planos pela frente.
Quem quiser, leva o Meme (Di Gratis), basta ser um Pecador confesso, uia!
 


 

sábado, 6 de março de 2010

Um Conto Encantado


Coração Apaixonado Pela Vida

Na quietude da noite fria e cinzenta, ouvindo ao longe os latidos dos cachorros do sítio vizinho, junto ao crepitar da lenha na lareira da sala, o cheiro do chá de capim limão invade minhas narinas e me vem uma paz enorme que me toma o corpo e o peito. Estou só, em meio a montanhas e prados verdes, só a lua se mostra na noite escura rodeada de estrelas espalhadas pelo céu negro e  nublado, ela é minha companheira das horas de insônia, quando me arrasto até a minha poltrona favorita e fico admirando a noite através da porta envidraçada .
 A névoa chegou na serra e caminha oscilante por entre os pinheiros, o frio é suportável e o fogo interno cria uma atmosfera intimista e me sinto abrigada e protegida. Já se faz tarde, altas horas na madrugada e aqui estou eu a divagar entre a leitura do meu livro favorito do momento e minhas lembranças queridas.
 Um sorriso se põe em meus lábios e sorrio de satisfação , vivi muito, hoje sou uma "velha senhora" de 82 anos, a artrite já se faz presente em minhas articulações me deixando mais lenta para caminhar, mas talvez seja uma graça poder ir mais devagar pela vida. Tudo se tornou mais lento, preciso de mais tempo para focalizar em detalhes as imagens, mas quando minha retina capta os tons de uma flor em meio ao capim do pasto, me vejo observando-a com maior deleite, vejo sua graciosidade e elegância perdida entre os tufos do capim alto e tão serena ela , solitária como eu, se faz presente nesse universo.
 O caminhar hoje me dá mais dor ao querer ainda me manter com a coluna ereta, dito dos tempos de mocinha quando minha avó ralhava comigo sobre colocar as costas retas e a barriga pra dentro para manter a elegância, a bengala hoje me ampara e me faz charmosa de outra forma, e termino por valorizar mais cada passo que dou cuidadosamente, escolhendo as pedras por onde piso. Olho mais para o chão e percorro o caminho de forma mais verdadeira, sei das pedrinhas, raízes e declínios do caminho, minhas pegadas estão mais leves e faço paradas obrigatórias nos banquinhos do jardim.
 A respiração ficou mais dificultada, foram anos de nicotina a sacrificar meus pulmões, agora só inspiro perfumes naturais e de vez em quando um Chanel 5 em alguma festa importante. Foram muitos brindes em jantares comemorativos, muitos tin tins entre amigos e agora me inbrio com o cheiro da relva molhada pelo orvalho, pelo odor ocre do excrementos dos animais no pasto, pelo cálido perfume das rosas brancas que crescem embaixo da janela do meu quarto.
 O coração bate mais mansamente, o pulso está mais fino mas não alteraram as minhas emoções, ainda me sinto uma menina quando invento de fazer alguma travessura, ainda consigo arriscar uns passos de dança ao som de um bolero e ainda sou uma ardorosa romântica que passa horas e horas a rabiscar poemas contando o que sei e o que ainda não do amor. Foram alguns amores, uns perdidos pela impaciência, outros cultivados pela inteligência, mas só um guardado para sempre como diamante precioso.
 Ah como eu amei, amei aos poucos, fui amando por impulso, depois esperei pelo amor do outro, crente eu que era só o que bastava, só depois percebi que era um amar sem fim, pois o amor do outro me fez o amar mais profundamente e perdendo minha razão, fui me encontrando na emoção desse amor. Tentei explicar muitas vezes, nunca cheguei a grandes conclusões, sempre faltava algo a concretizar nesse amor e mesmo sem exigir eu o queria de forma mais completa e total. Fui amando o que tinha e descobrindo que podia ter mais quanto mais eu amasse e soubesse esperar.
 Passei amando e esperando e nunca insatisfeita fiquei porque tive mais do que pensei ter, porque jamais imaginei sentir o que senti e vivia a agradecer por poder ter alguém tão maravilhoso, aos meus olhos apaixonados, para amar. Foram tempos e tempos a sentir seu cheiro em  meus lençóis, horas e horas a trocarmos idéias como velhos amigos, quando vezes ficava a acariciar suas roupas com carinho quando ele longe de mim se encontrava, inúmeras expectativas de ouvir sua voz ao pegar o telefone, muitos momentos de nós dois.
 Atiço as brasas da lareira e reavivo as pequenas chamas e me vejo nelas, brasa adormecida de amor, amor que carrego em meu coração, amor que me fez dar mais valor à minha vida e a tudo o que fui, sou e serei nessa vida. Ainda não acabou e torço a cada dia por mais um pouco de tempo para poder usufruir da minha história, hoje como lembranças e saudades que acalanto sem dor.
 Sou feliz, apesar dos limites impostos, ganhei novas dimensões de ser idosa, cresci mais e amadureci inteira, plena de vida, o grande mistério que me trouxe até aqui e agora.
 Com carinho.
San
29 /11/ 2003