Pensamento

"Onde quer que o homem vá , verá somente a beleza que levar dentro do seu coração" . Ralph W Emerson

terça-feira, 26 de abril de 2011

Cada Vez Mais Confusos diante de Novos Papéis

Você já acordou e se olhou no espelho e encontrou outra pessoa? Você não se reconhece mais, aliás, você literalmente esqueceu quem foi, seus planos se diluíram num cotidiano de luta cega. O tempo passou e você vive tendo que se enquadrar em novos protótipos que a sociedade exige, se adequar aos resultados de que você é obrigado a encarar, na maioria das vezes, as coisas não são positivas, ou fingimos que estão . Mas nem tempo temos para refletir sobre o porquê tudo mudou, e o que você contribuiu e onde você resistiu ou quando desistiu.
Vivemos num momento onde "tudo é possível" , nada mais é feio, grotesco, repugnante, imoral. Todos vivemos numa época de transição onde a permissividade é comum a todos, muitos se aproveitam, vestem as máscaras de "caras de pau" e invadem nosso espaço, nos roubam descaradamente, se aproveitam da limitação de certas classes de pessoas, vendem a moda. É um monte de assinante de TV a cabo com 150 canais que assiste a TV Globo , TV Record, invariavelmente, e de trouxa paga um cabo por status, para ver um filme fim de semana, muitos combos e pacotes mais baratos, mas alguém se interessa em se defender da ganância sobre nossa ignorância e comodismo? Da mesma forma chegaram os celulares, um objeto estranho inanimado para dinamizar a comunicação dos executivos sem tempo, e me vira uma peste de mania nacional dos devedores de conta para as inúmeras empresas, vendem a alienação cotidiana dos fones de ouvido, dos mais de um celulares , joguinhos, câmeras, e-mails, até eu Brutus! comprei mais um! parece essencial como oxigênio.
 Trocamos de papéis a todo momento, a vida se segue e a família co-existe, com pais suando a camisa  para sustentar o padrão,  pulando a cerca para evitar o seu fracasso no casamento e mantendo as péssimas aparências. Mulheres  hoje tem voz ativa dentro de casa, quando não sustenta sozinha a família de um pai omisso, ela mostrou que é igual talvez diferente na feminilidade, mas capaz de ir em busca de realização e prazer, apesar de um útero romântico.
Os machos andam se depilando, colocando botox, criando os filhos, não mais senhores feudais, mas sim em busca de encontrarem seu novo papel de homens sensíveis e convivendo com uma população alegre e colorida de GLS, estabelecidos apaixonantes e extremamente vultuosos em suas paixões, que deixam a heterossexualidade à míngua de uma crise sobre como ser feliz com um outro alguém.
O homem ainda se busca , é um mutante, um aprendiz errante, cego, surdo e mudo quanto à sua responsabilidade em crescer, ser capaz, cultivar sua  decadente auto-estima. Não dá mais para sonhar com príncipe encantado em procurar o sapatinho de cristal.  O coração tem sequelas das ilusões perdidas, a solidão vira encontros fortuitos, muita excitação alcoólica  e um mergulho no submundo as drogas. desde cedo estamos em nossas mãos, numa fase do mundo, onde não acreditamos em Papai Noel, podemos morrer a qualquer momento com uma bala perdida, penetramos na tela do computador para nos exilarmos deste mundo real e cruel, onde somos rejeitados, traídos, abusados, invalidados. Existe um silêncio dentro de cada um de nós, ele fala da tristeza,  poço da depressão de quem se esquece na beira do caminho.
Nos agarramos ao poder do dinheiro como bem maior, realmente, nosso exemplo é de que o dinheiro compra a dignidade, lealdade, honradez humana. Acreditamos que ele seja a salvação, mas ele não cura a dor de ninguém, não compra amor, atenção. Ele compra diplomas que você não honra com sua competência, compra drogas que é um bom negócio para quem vende e brinca de bandido e mocinho, compra muita  companhia  da prostituição, compra a escola para passar de ano os filhos, idas ao shopping, cabeleireiros, geladeira cheia de tranqueiras, compra a plástica, mas não tira o medo de não ser amada nem paga qualquer dívida cármica , confiança dos filhos, muito menos qualquer rito pagante divino.
No fim, sobramos nós mesmos, cada um perambulando a encontro de si mesmo, se achando no espelho do elevador, todo maquilado de palhaço e um profundo olhar triste nos olhinhos miúdos.





segunda-feira, 11 de abril de 2011

Envelhecer Com Prazer

Acabei de nascer de novo, ha algumas horas, 53 anos passados, rompi do cerco do colo do útero, bati cabeça tal qual uma ariana, a cavar o buraco negro até encontrar a luz do novo mundo. Eu queria sair logo dali, nada de prisão e serenidade. Nasci num ascendente em Leão, a primeira e única neta de pais e avós babões, fui a atração principal da família. Mal sabia eu que o caminho era longo, demorado para minha ansiedade de Sol/Mercúrio em Áries, mas minha digníssima madre Lua Capricorniana, era a dona do pedaço, era quem ditava as ordens. O lado ariano de meu Sol  de casa 8 , sempre foi da menina tímida, onde o cordão umbilical com minha mãe me alimentava de segurança, a simbiose extra-útero foi inevitável. A infância foi solitária, sempre cuidada, nada me faltava materialmente, mas a alegria não me sorria no espelho. 
Hoje, quando olho meu sol (Eu) lá no horizonte, num longo caminho, não tenho saudades, só daquela leveza da criança e adolescente, sem compromisso, aquela época boa demais onde eu nem me preocupava com  dia seguinte. Lembro bem um novo personagem adentrando na minha vida, virando "padrastro", demorei para me enturmar naquela nova família, até um dia que vomitei todos os sapos em plenas férias em Salvador, apelaram até para o Senhor do Bonfim,risos. Os tambores retumbaram, começava a despontar minha individualidade, um muro emocional se ergueu em protesto. Não adiantavam os "nãos" por castigo, lembro bem de uma frase minha aos 15 anos: _"Podem me tirar televisão, cinema, o que eu penso, você jamais tirarão de mim!"
 O rio da vida foi manso dentro de mim, aprendi a remar pelas correntezas,  vivi prazeres em todos as paradas que fiz. A minha sede era de conhecer mais, sempre íntima das bancas de jornal. Vênus em Peixes na casa 7 me fez viver alguns amores platônicos, Urano regendo casa 7 me fez ser mais amiga e companheira dos meus amantes, ou tive paixões repentinas, intensas, comigo quase sempre o controle. Fui feita de boba muitas vezes, a ausência de malicia me deixou mágoas morais, me choco com a maledicência humana. Eu sempre meio que deixava a dor de lado, e continuava em frente, parei diante um paciente morrendo e mãos atadas, nada mais a fazer. Tive lições de vida com os mais frágeis, com os que já se despediam com um sorriso de sábia aceitação da morte. Um dia subi no palco da sala de aula, descobri o quanto meu ASC leonino sorria para aqueles olhos curiosos e ouvidos que bebiam minhas palavras, achei meu canto! Embora o bolso ficava meio-vazio, o coração era todo cheio de uma satisfação sem tamanho. Um dia o céu escureceu Plutão bateu à minha porta do ASC, a renovação começava, era preciso aprender a perder de verdade. A tormenta levou alguns anos, e eu nadando em círculos de emoções contidas, muito medo negado. Eu não podia falhar com aquela liberdade e independência, e fui começar de novo. Descobrir, quem agora era Eu?
Como a carta da Torre no tarot diz, todos os meus muros ruíram, era sair buscando juntar os cacos e construir alguém que precisava abrir caminhos de luz. Eu resisti  brava a enfrentar minha verdade, eu pisava na minha sensibilidade, negava minha fragilidade. De repente, sob as lágrimas de angústia, mágoas, ressentimento,  descobri minha menina idealista. Foi uma festa e tanto ao sentí-la deslumbrada diante daquele mundo colorido, e voei, voei num balão magico, e acordei faminta de viver. Meu horizonte era infinito, o caminho era uma ponte que eu precisava atravessar, com os pés no chão, sujos de terra, estrume. Era preciso encarar meus desafios, com uma confiança que, diante da crueldade de uns, da queda ante a traição , era resistir e amadurecer,continuar sempre, sem perder o viço, nem a sensibilidade. Acreditar sempre, o ganho é aprender sempre, quando encaro meus desafios e me perdoo pelas minhas falhas.
O prazer em estar viva,  é ter em meu corpo e mente "marcas" de minha história, e pronta para fazer novos  planos.

domingo, 3 de abril de 2011

Realidade Nua e Crua

De repente, a vida desaba sobre nós num segundo, seja sendo arrastado pela devastadora correnteza da natureza irada, soltando a pressão interna, reorganizando seu eixo. Não mais como fugir da desgraça, seja a quilômetros de distância, entra  24 horas por dia por todas as janelas e portas de comunicação, e você sangra junto. A ciência compete com a natureza, cria e destrói, mas não controla as forças da natureza. O processo de vida e morte se dá quase que como resultado da evolução do ser humano como parte desse caleidoscópio que chamamos de universo. Em pouco tempo natureza e ciência travam batalhas e nós somos agregados a essa engenhoca de caos, mais uma vez diante do poder maior. Até quando precisaremos continuar selvagens, máquinas humanas a fabricar armas, drogas, guerras, a construir bombas nucleares e  mísseis ?

 Somos restos, meros mortais diante da nossa impotência,  é um caminho de pedras esse nosso, de contrastes que nos fazem enxergar os extremos jamais imagináveis. Não adianta tanta razão que nos faz acreditar donos do mundo, mesmo que seja esse nosso mundo virtual, construído da nossa percepção e imaginação, tudo tão frágil, levado por tufões, tsunamis, balas perdidas. Somos impotentes diante da vida que se segue, principalmente porque somos alheios ao que nos cerca,  o que nos promove condições de preservarmos nossa vida, água, luz, terra, somos vítimas de nossa ignorância, que nos faz tão arrogantes, nos ferimos uns aos outros e nos degradamos  a insensibilidade e indiferença, acreditamos ser o que temos, e somos realmente donos de alguma coisa? Talvez dons de nossa consciência e iconsciência.
Tão pequenos diante da magia que cria e mantém o Cosmos em constante movimento, algo ainda impossível de ser conhecido, controlado, buscamos no assado , na história do mundo o conhecimento do oculto e imprevisível. Diante desse cotidiano medíocre, onde nos matamos por diferenças de credo, raça, sexualidade, por dinheiro, eliminação de qualquer um que cruze nosso caminho. somos seres que, por vezes, acredito passarem ao largo da vida, sem nunca questionar o porque de sua existência, de suas ânsias bestiais e de uma profunda força de amor e ódio, que se mata ou decide recomeçar. Somos escravos de tantos valores que a cada dia tomam conta de nossa vontade, viajamos nessa correnteza sem resistir muito, seja usando a moda andando com mais de um celular, teclando nas redes sociais, ligados a cabos e satélites os fornecendo um mundo de imagens, adoramos uma "fila" tal qual as formigas.
O ritmo hoje é alucinante, estamos ligados uns aos outros 24 horas por dia, existem computadores que não se desligam, somos dependentes de energia num nível quase absurdo. Somos responsáveis por sobreviver ás catástrofes, e usar a dor como motivador para começar de ovo de forma diferente. O vácuo de milhares de estrelas que se apagaram por entre a montanha de terra movediça, abriu espaço em nossa mente para que possamos compreender nossa necessidade em colaborar com o universo. as perdas são parte de um ciclo, de alguma forma é preciso desconstruir para fazer diferente. Que esta lembrança dolorosa, do fim trágico de muitas e muitas vidas seja presente no fundo de nossas lembranças, como a nos remeter a realidade cruel da vida, e assim , quem sabe, a gente consiga ser mais coração que razão, ser mais digno de ter recebido a graça da vida de presente podendo fazer por si, fazendo pelos outros. 
   O UNIVERSO AINDA CONSPIRA A NOSSO FAVOR.