Pensamento

"Onde quer que o homem vá , verá somente a beleza que levar dentro do seu coração" . Ralph W Emerson

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Um Dia de Sol

Mais uma vez ele se levanta, se espreguiça por trás das montanhas, molha o rosto no mar e vem se erguendo numa preguiça mesclada de púrpura e lilás, que reflete nas nuvens que passeiam por ali. Vai preguiça, vai... A gravidade o sustenta redondo, íntegro, brilhante lá em cima, trazendo luz e despertando o povo adormecido. É um outro dia, um novo começo, muita coisa pra fazer, dívidas pra pagar, sentimentos para administrar nesse corre-corre alucinante que faz ele querer se esconder atrás das nuvens, deixar tudo gris, frio e ele confortavelmente fora de contato, desconectado. Cansa isso de todo dia a mesma coisa e você tem que sorrir, jorrar luz pra Terra, animar todo mundo como se nada mais existisse no outro lado do globo terreste. _Num dá! Isso é me violentar, viver ocultando a verdade, o tudo que vejo cada vez que ilumino a vida com a luz da verdade. É um esforço sem fim, ninguém se toca, ninguém se enxerga, se percebe, se sente, e eu aqui tendo que acordar todo dia cedinho e cheio de luz. Por isso vou me esconder, serei um asteróide e entrarei na órbita da terra e irei viver lá no centro da Terra, vai ser um baita susto (risos cínicos) mas eu estou Ego, esse meu Self ta precisando de férias. Quem sabe, esquentando as fornalhas aqui do buraco quente, reverto o inconsciente coletivo e jogo a bosta no ventilador , vai ser abrasador o espetáculo. Eu, Ego esperto, saio de fininho e me escondo atrás da Lua Negra. Só sombras, raios e trovões e muita chuva para lavar esse mundo de tanta neura e medo. Não adianta jogar a poeira pra baixo do tapete, ela vira pedra nos rins, sabe, poeira cósmica, e dóiiiiiiii. Tomem bastante água, e podem dirigir depois, sejam um bolo de sabores, se comam, se provem, tenham gula por vocês, pois eu cansei de tanta mentira, maior esculacho conviver com esse bando de débeis medíocres mentes, que de Sol não têm nada, são sombras ambulantes de um Ego Negro, pobre de espírito.

sábado, 27 de junho de 2009

Tudo Ficou, mas a Alma disse Adeus


Hoje eu to de um jeito "côncavo", uma vontade danada de ir pra dentro de mim. Tem perdas, mortes, fragmentos que fazem parte do caminho, são encruzilhadas da nossa história, outras perdas nos fazem parar e pensar, tentar compreender o valor de alguém que se fez conhecer pelo mundo afora durante algumas décadas de vida.

Michael Jackson, meu contemporâneo, é uma dessas personalidades, que são antes de serem construídos, e quanto mais argamassa e panqueique embalsamam a alma doente, para que siga em frente sua trajetória de dor e glória, mais desconstroem o Self, sufocam o humano que existe por trás do Astro. É como se o universo abraçasse euforicamente o ídolo , zero gravidade.

Esse homem frágil que todos comentam, de um caminhar levitante, uma timidez clássica de seu ASC libriano e a doce e cálida voz, nada a ver com seu stellium em Leão/Virgem de casa 11, da conjunção Sol-Plutão em Virgem, hahahhaha, por trás um Mercúrio em Leão, regente de casa 12 e casa 9, um mundo interior versus o mundo de fora, os 3 em sextil com Júpiter/Netuno/N.L.Norte em Libra, em trígono com sua Lua em Peixes na cúspide da casa 6, as várias formas de expressão corporal, os pés falavam por si mesmos, cantavam, sua marca registrada na Lua regendo o MC . Vênus conjunto Urano em Leão regendo o ASC, quadrando Marte em Touro na casa 8, se opondo a Quíron na casa 5 em Aquário, Marte focal do T-square regendo DESC. Pra construir a máscara, Vênus, dispondo Marte , regendo casa 8 e ASC tem o apoio de Saturno em Sagitário na casa 3, a máscara era preciso, pois o Virginiano oposto a Lua pisciana aprendeu q a se transformar num personagem de Vênus/Urano leoninos cimentado de Terra saturnina que regia casa 4, os irmãos de casa 3 no comando e formatação do menino de ouroda família da casa 4, Satrno faz qincúnce com Marte em Touro na casa 8, regente de 4 e 7, as intimidade em pânico.
A Lua se submetia e Mercúrio se revela em Júpiter regendo a casa 3, aprende a se mostrar e lutar pelo seu espaço, com Netuno ele foi se camuflando regendo casa 6 e Lua. Um Mercúrio retrógrado regente de casa 12, é uma missão de auto-transformação, da busca do poder intrínseco, mas ele não conseguiu mergulhar em si mesmo, foi menos agonizante trocar a casca-máscara, terminou deformado por algo maior que ele.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Chuva e Cheiro de Terra Molhada


Friozinho, o sofá me chama, uma preguiça,
uma arrepio na espinha, chão gelado, as meias ficarm perdidas no enrosco do cobertor. Corro pra por água pra ferver, um chá preto bem forte e fervendo, umas gôtas de limão e basta sorver o sabor , calor e perfume. Me ponho debruçada na janela olhando a rua molhada, céu nublado, luz cinza, foróis acesos, um clima de fim de tarde, a cara de Londres.
Essa umidade me "toca", como se ps fluidos penetrassem na minha alma e me inundassem, me pondo num estado fértil, poroso, trocando ozônio com oxigênio. Creio que minha pouca água no mapa natal vibra quando é rodeada por seu elemento.

O elemento ÁGUA associado ao simbólico das emoções, aos fluidos corporais, às águas da natureza, rios, lagos, poços, oceanos, cachoeiras, chuva, neve, icebergues, nos vários estados, nas várias cartas do Tarot onde exista um movimento, um fluir de sentimentos e sensações. Seja a Grande Sacerdotiza( as emoções ocultas), a Lua(a fantasia alimentando o medo), a Temperança( as diferenças partilhadas), a Morte(lavando a alma), A Imperatriz( o rio que fertiliza a terra) e a Estrela( a fonte de água límpida) . Todos arquétipos femininos, nesse sentido na Astrologia podemos experimentar as vivências da Lua e Netuno, a Grande Mãe que preserva a vida e o Grande Posseidon a misturar a percepção ao instinto, a espiritualidade à divindade da criação.

As diversas simbioses que unem esses dois mundo interiores, o nosso mundinho placentáreo literalmente etéreo, onde nossos gens se reproduzem como uma Grande Sacerdotiza, transpassam pelo canal vaginal da Lua, coroam para o mundo na Morte, se mostram descalças na Estrela e buscam se adequar na Temperança, por fim encontram seu par e recebem em seu ventre mais uma semente de vida na Imperatriz. A energia feminina está associada às emoções, seja pela Lua, seja pela receptividade amorosa que acolhe um ser, o protege, cuida e transita num nível íntimo, corpóreo e psico-espiritual. Assim Lua e Netuno se associam e se fundem sensibilidade - emocionalidade, instinto - espírito, mãe - filho. Essas águas do céu chamam as minhas mulheres de dentro de mim, sou o receptáculo dessas fértes gôtas a despertas meus sentidos , a canalizar meus instintos, a me fazer mais mulher, mais carne e coração.

As águas rolam seja do céu, dos olhos, do ventre, sejam de rios de emoções que nos envolvem, nos umedecem a carne rígida, amolecem os nervos tensos, afrouxam braços que carregam armas, jorram cachoeiras de risos infantis que enchem o mundo de amor puro e se abrem dentro de nós oceanos de compaixão e perdão. Represar o fluxo dessa água-alma é negar ao espírito sua liberdade de expressão, de seguir sua missão, de terminar transbordando as margens da razão, enlouquecendo o povo ribeirinho, espalhando a lama para lavar a terra seca de saudade do verde. A dor gruda na pele da gente, queima com as lágrimas quentes, lambendo a face da fome de amor.

A falta de água deixa a poeira alta, a pele fosca, grossa, mãos calejadas de arar um coração massacrado e magoado, sem rumo de por onde anda a esperança. Ela é aquela sementinha despertará de novo lá na casa 12, transcedental, nadando no oceano do ventre do universo, da Terra do Nunca, à espera de um lapso do tempo que a deixe escapar e mergulhe no universo.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Descobrindo Suas Máscaras


O trabalho com máscaras é um caminho de busca pessoal, reconhecimento de personagens internos, o dialogar com os múltiplos aspectos esquecidos de nossa personalidade e, desde o silêncio interior chegar ao mais profundo e arcaico de nós mesmos. Podemos resgatar nossa história pessoal e coletiva, identificar os esteriótipos exigidos em cada época que ofuscam o caminho para a individuação. É um convite ao encontro do sagrado dentro de nós. Fazemos contato com aquilo que está "invisível", mas quando dadas condições, o Self colabora e o arquétipo e o símbolo podem ser vividos e atualizados na experiência. A partir daí começa a tensão entre aparência-realidade, ego-self, luz-sombra.

Trabalha-se a máscara como atitude e como instrumento transformador no processo da individuação. Pela origem árabe, a máscara (másjara) é uma figura burlesca, cômica, que serve de disfarce. Para o gego antigo a máscara diz respeito a "voz" que o persona, personagem da tragédia ou comédia, emite através do rosto coberto, é prosopo. Nem sempre a chegada desse "outro" em nós em desejada ou possível de ser evitada. A máscara destaca o que no personagem é repetitivo, mas inconsciente. Isso pode estar ligado ao traumático, à dor, ao sofrimento. Como para toda criança o sótão se transforma num mundo mágico, é em nosso sótão psíquico que os personagens e máscaras adquirem vida e voz, um mundo fascinante e assustador.

O trabalho com máscaras implica em construção e desconstrução permanente da identidade na direção da individuação. Elas ocultam mas também revelam personagens que estiveram fora de cena por muito tempo, esquecidos, abandonados, rejeitados.

O estudo é feito através de coleta de traços e construção estatística das Máscaras via e-mail, a partir de então serão desenvolvidas cada uma delas pelo aluno e debatida e trabalhadas em entrevistas semanais pelo MSN ou Skype, com datas e hora programadas. É um trabaçho pessoal, mais informações, deixe seu endereço de e-mail no comentário.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Magia da Percepção

A gente passa literalmente pela vida, caminha como um robô motorizado por necessidades bio-psico-emocionais, mas não nos damos conta do que nos envolve, do que fazemos parte. Talvez esteja aí a origem da solidão humana, esse sentimento de isolamento, de uma individuação nada proveitosa. Muitos são tão centrados em si mesmos, que vivem se defendendo, pois qualquer coisa externa é uma ameaça à sua inconsciente integridade pessoal. É interessante se ver o apego, como as garras crescem ao primeiro sinal de contestação sobre essa identidade, tão frágil, pois projetada sobre idealizações, ela mal se sustenta numa estrutura que a finque no chão da real possibilidade de ser. Daí para crescer é um sufoco, é uma briga interna para deixar como estar, pois ir para o desconhecido é precisar sair de si mesmo, limpar o que jaz no fundo do tacho, que já teve seu tempo e serventia, mas fácil disfarçar, se indignar, soltar alguns rojões e de novo se enfiar no umbigo. Esse mundo é tão precioso, tão complexo e intrigante, que nos faz ser "ninguém" diante do todo. A individuação é a percepção do nosso contorno corporal e da transcendência psico-espiritual. Tudo é atemporal, ilimitado, tudo é nosso, o universo construído com o alcance das nossas "lentes" mentais. É quase um "tudo é possível" diante da grandeza, da multiplicidade, das inúmeras possibilidade frente ao que você crê sobre si mesmo e é capaz de interagir e se adequar ao constante movimento de dentro para fora e de fora para dente, desse micro participante nesse macrocosmo. Nascer é o Só o Princípio de Tudo Crescer é a meta, sobreviver é necessidade, mas evoluir é uma opção! Viver é seguir por um caminho construído por nós, a cada dia, cada pensamento, a cada crise, tudo tem seu tempo e cada um tem sua disposição em se envolver com a vida, desfrutar dela numa dimensão mais ampliada, ou traçar caminhos mais fiéis ao já conhecido. É um exaustivo trabalho sair de si mesmo e ir em busca de novas dimensões, se esticar tal qual um elástico e testar sua resistência, se conduzir a novos desafios. A magia está no ar, basta aspirá-la, tocá-la e criar, ela te enche o peito de um viço, rasga teu coração empoeirado de lembranças. Teus olhos perdem a miopia da poeira do chão e olham para mais adiante, quem sabe a poeira das estrelas, a pequenez importante de cada passo que dás, de cada consciente presença diante da vida. Portando, se desarme para poder voar e perceber esse mágico entorno que pode te levar além. Redimensione seu olhar pra vida e sinto a magia que te rodeia. te envolve e te transforma em alguém Maior.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Rei Sol

Uma célula com um núcleo ao centro é o início de uma longa jornada de desenvolvimento. Entre milhares de mudanças reprodutivas vai surgindo a vida, alimentada pela vida de outro ser, o elo de união e dependência, submissão e humildade. O Reizinho corta a abóbada placentária, se mete a empurrar a vida pro mundo, "coroa" e brilha no universo. O Eu existe e por um bom tempo, o Eu reinará absoluto dentro de seu pequeno mundo, o entorno o rodeia, protege, nutre, acolhe e cuida. Cercado de mimos se percebe o núcleo vivo, quando desamparado e legado a um destino sem elos, seu núcleo é o vácuo, a nulidade. Seja pela fome de aplausos, seja pela carência de reconhecimento, ele engatinhará, se rastejará pelo caminho, comerá terra, escrementos, sal, doce, provará de tudo, descobrirá o gosto, o cheiro, a dor, a alegria. Sentará em posição de lotus e abrirá um sorriso que iluminará o céu e irá cambaleante em frente, se equilibrando nas duas colunas saltitantes a esmo, mas sempre para frente. O Sol Infante ainda se deslumbra com a grandeza do céu, descobre o Tempo, aprende a se impor e se submeter a ele. Ele nasce e morre todo dia, mesmo que as nuvens o encubram, ele existirá no firmamento.Ele se descobre algo bem maior que o que sua "coroa" representa sempre se que vê Self no centro do Universo.