Pensamento

"Onde quer que o homem vá , verá somente a beleza que levar dentro do seu coração" . Ralph W Emerson

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Que Fazer Diante do Que a Vida Nos Apresenta?

Tentando ser coerente numa linha reta, é preciso equilíbrio para lidar com a gravidade, para escapar da morte, prevenir a queda e controlar para chegar do outro lado. A gente nasce cru, um baú-bebê em crescimento, recebendo milhões de informações. Você olha e copia, apreende pela repetitividade e sistemática, depois você começa a compreender o porque de algumas coisas serem assim ou assado. Na maioria nem questionamos, admitimos aquilo como verdade absoluta. Há uma inércia questionadora, principalmente devido a precisar desmontar a arca da verdade dos pais. Como questionar nossos heróis? Como admitir que aqueles a quem confiamos nossos medos e inseguranças podem não deterem toda a verdade do que nos ensinaram? Mesmo diante de atitudes cruéis, diante da violência, do assédio, do abandono, a gente ainda não quer acreditar que os mitos são de barro e desmoronam na nossa frente. Negamos por quase toda a vida os defeitos e desvios de conduta dos que amamos, até que abrimos os olhos diante da cortina de fumaça e detectamos a face deteriorada por trás da máscara e nos damos conta da realidade.

Começamos a descobrir que nosso mundo pode ruir e as mudanças ocorrem sem pedir licença e quase sempre nem papo e psicoterapia consegue modificar a dor que começamos a sentir dentro de nós quando o mundo ao nosso redor se move e nos tira do eixo central. estar no meio nem sempre é uma posição confortável, muitos odeiam ser o centro das atenções ou ter o poder das decisões na palma da mão. Vivemos  em busca de sermos parte de algo, seja no meio profissional, seja no familiar ou comunitário, mas a priore somos a nossa pequena consciência de nós mesmos. Somos tão grandes, gordos, que não sobra espaço para os outros, nosso mundo criado por nós, nos rodeia com uma mínima distância entre nós e o resto, e nós sempre ganha. Somos o máximo até quando nos sentimos o mínimo, daí somos capazes de bombardear todos aqueles que se tornem maiores do que nós, em prol de uma condição de privilégio  de sermos "iguais".

Diante da verdade absoluta de cada um fazemos o que para que esta verdade seja verdade até que o outro prove o contrário, questione e ambas as partes tenham oportunidade de maiores esclarecimentos sobre o mesmo tema e fato, ou não? Para que exista paz é necessário que ninguém se posicione contra o outro ou então se abstenha de ser contra o outro? Interessante seria se a vida vive nos fazendo viver experiências, e a elas reagirmos e transformarmos valores e atitudes, como seria viver em paz? Um estado catatônico? Não sei onde vou ter que engolir uma montanha de preconceitos, a aniquilação de iguais, a violência das pseudo-autoridades sobre os ignorantes. Como posso aceitar que um amigo agrida pessoas, mate outras e eu continuando a apertar sua mão e chamando-o de amigo? Que relação é essa que faz eu ser obrigada a conviver com pessoas que têm valores díspares dos meus?

Muitas e muitas vezes meus ouvidos serão de mercador, deixando filtrar somente o burburinho do grande mercado popular, onde pequenos desconhecidos dizem pequenas barbaridades e esse caos não faz parte diretamente da minha vida, é um mundo aparte que não me toca, pode me agredir à distância quando a quantidade é imensa e me sinto tão só nessa posição desse lado de cá. Mas tantas são as justificativas que me fazem me manter desse lado, tão resguardada me sinto, tão inteira e coerente com meus valores e princípios, mas tudo isso não me aprisiona nem me impede de estar sempre questionando meus pontos de vista diante de meus preconceitos e preferências. Não sou hipócrita quando meto o dedo no nariz fedido daqueles  quem condeno, claro que condeno sem necessariamente precisar desqualificar, invalidar, bater, matar, mas tenho o direito a ter minha visão e valores, mas meu dever de saber ter respeito para aqueles que têm os mesmos direitos e deveres que eu e que me incomodam.

Além de me posicionar, acho importante que posso além disso tentar defender o que acredito, sem precisar impor minhas ideias, mas ter o desejo de fazer com  que outras pessoas conheçam o que estudei e aprendi, ser fonte de conhecimento, fazer o bem pelo outros através das minhas ações que podem modificar nessas pessoas suas formas de pensamento e comportamento. Ou será que buscar equilíbrio é aceitar o outro como a si mesmo e não mudar ninguém nem nada? Qualquer criação no universo precisa de um primeiro impulso natural do espermatozoide que se lança com fúria para derrubar as barreiras do óvulo e ali fecundá-lo e criar um ser humano. O ato sexual mesmo inconsequente e desajeitado entre dois estranhos cria um filho e essa criança vai gerar inúmeras necessárias opções, alguns pais e mães fugirão da responsabilidade, justificando o direito à escolha, e escolhendo um aborto, estarão mais uma vez criando mudanças, seja uma curetagem ou aspiração de um simples óvulo implantado na parede do útero.  A questão não é religiosa, não é social,  a questão existe, não importa por que ângulo se olhe, la está ali, como estamos nós diante da vida. E a preservamos ou destruímos, não?
Somos um monte de passageiros de um trem que nos faz optar por descer em cada estação e escolher parceiros, estilos de vida, muitos fingem ser o que não são, alguns precisam mostrar quem são, mas todos nós somos ocasionalmente pessoas em movimento constante, seja em busca de dinheiro, reconhecimento, seja diante de uma doença, uma crise emocional. Porque acreditamos ser alguém tão especial que tem o poder de rejeitar outros, pela simples posição de poder absoluto,  aquele que não admite, nem precisa admitir o porque de sua atitude, que lança mão do poder de ser sua opinião e isso bastar, mesmo que jamais se coloque à disposição para  discutir a questão. Existem aqueles montes de gente que "passa e repassa", parece coisa do Programa Silvio Santos", é fácil copiar e colar, nisso você é apenas o lado direito de um rato que clica e cola, nada mais. eles são uns "nada" segurando o mouse, apenas "repassando", com total imunidade, sem qualquer responsabilidade já que cada um é responsável pelo que expressa, mesmo que de maneira quase acidental. Mas bem mais cômodo do que escrever com seus dedinhos nas teclas, o formato da frase ser de sua autoria, os erros de português, o tom da interpretação que cada um fará. ao repassar, eles somente são caminhõezinhos carregando letrinhas  escritas por alguém bem ou mal intencionado, mas que tampouco vai refletir sobre a consequência sobre sua mensagem. Tudo é muito fluido, o vento leva e daí é facílimo ofender, denegrir, acusar. Pior que a maioria do outro lado, que recebe esse bando de "repasses" nada faz, apenas olhinhos preguiçosos a passar rapidamente pelas páginas e e-mails a preencher o tempo ou gastá-lo de forma a não sobrar tempo útil ou tempo para fazer algo maior.

Não estamos sozinhos, não somos sozinhos, não sou alguém que não possa compartilhar o que tenho dentro de mim, sou só apenas no dever de sobreviver, de lutar comigo mesma para me modificar para ser mais feliz. sou capaz de mudar a vida de uma pessoa ao dar apenas um pouco de atenção a ela, de aceitá-la como ela é, mesmo que não seja minha escolha ser igual a ela. Sou capaz de fazer uma outra pessoa descobrir outros caminhos se posso passar minha experiência dos caminhos que conheci e descobri. Sou capaz de fazer alguém feliz com meu sorriso, com minhas palhaçadas, com meu amor, minhas comidinhas gostosas, com meu apoio numa hora em que gostaria de fugir. sou capaz de mudar a partir de um outro alguém me mostrar que pode ser diferente, de querer mudar para seguir aquele alguém que admiro.

Só ainda não aprendi a ser indiferente, não reagir às coisas que se apresentam e me sufocam, me agridem. Sou intolerante a pessoas autoritárias que se acham, a pessoas que agridem as outras gratuitamente na sociedade. Não sei ser indolente nessas horas, minha compaixão é para aqueles que assumem suas limitações, aos que desconhecem e não têm discernimento para perceber a vida de forma mais ampla e diversificada. Me incomoda deveras aqueles que nada falam, emudecem, se ocultam para não dizer o que pensam, ou porque realmente não lhes interessa o porque do outro. fico pasma com as contradições, cristãos cheios de preconceitos, "amar ao próximo como a si mesmos" já diz como eles se amam, a falsidade de apontar  e criticar os poderosos e este do baixo escalão do povo a cometer pequenos crimes, a jogar o caixa 2 para baixo do tapete, fazem regime no Leão e se acham "espertos' e a dignidade vai onde? E a consciência ? Quantas vezes se prostituiu diante de seus princípios mas fala mal das prostitutas, dos políticos, dos homossexuais. 

 E o que fazemos com os crimes que a humanidade comete a cada segundo?
Nada?
Façamos a diferença, sem no entanto levantarmos a poeira do poder. 
Pequenos gestos se somam formando grandes mudanças.


Um comentário:

  1. Aceitar o Acontecimento, entendê-lo e vivê-lo!
    É esta a lei da serenidade e sabedoria.
    Passo para te desejar um Feliz Natal e um 2013 em GRANDE!
    Mil beijos (não te esqueci...)
    Graça

    ResponderExcluir