Pensamento

"Onde quer que o homem vá , verá somente a beleza que levar dentro do seu coração" . Ralph W Emerson

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Tao Libriano : Amor e Guerra




Diante da dualidade  que o eixo Áries - Libra representa, o Eu versus o Outro, quase todos exergam o egoísta  e o bonzinho. Há uma associação muito superficial que distorce a realidade entre a infantilidade e egocentrismo ariano, que lhe apregoa uma divina intolerância agressiva muito mais como meio de defesa do que o desejo sincero de ira sobre o outro. Da mesma forma é a versão libriana daquela criança  comportadinha, bem educada e tolida em sua espontaneidade para parecer esteticamente perfeita.
Quando comentamos sobre associações da expressão de Libra, quase sempre esquecemos de pensar  do que se compõe esse signo (elemento AR + ritmo Cardinal + polaridade Masculina + regência de Vênus). Existe um movimento articulador na busca de conquistar um equilíbrio estético, se levarmos em consideração a necessidade em se relacionar, em se posicionar de forma a conquistar os outros para sentir-se pertencendo e Vênus é o catalisador da engenhoca sedutora e intelectual. O que Libra mais teme é a ira impulssiva e irracional de Áries, essa coisa largada no mundo, sem eira nem beira, se virando, começando sem terminar nunca. Ah... Libra arquiteta os pontos, liga os fios e programa as coisas, mas o mais importante é que, da mesma forma que Áries (Cardinal-Masculino), depende dele criar sua obra de arte, traçar seu destino. Com ele nada é por acaso, ele aprende desde cedo que precisa ser perfeito no que faz  para ser amado e reverenciado, só assim seu ego vaidoso poderá dormir em paz, e toda sua exigência  começa com ele próprio e Vênus o irá ajudar no jodo Poquer, inteligência, articulação e muita dissimulação.

Um dia Libra desperta depois de um soco no estômago, cara arranhada, nariz sangrando e descobre que a perfeição era só uma estética, ele engole a ira de sua frustração, se vira e vai embora de nariz em pé, orgulhoso e internamente ressentido. Sempre fez de tudo para ser aceito, ser o intermediador da paz na família e ainda não conseguia ser amado, sentir-se seguro com seu parceiro, no fundo todo o esforço nunca alcançou suas espectativas. Ele, diante da falta de atenção, de validação, tornou-se uma pessoa com sua auto-estima avariada, pois sempre via suas falhas, tinha um olho clínico para elas e começou a conviver com suas duas faces, aquela aparentemente "bela" dentro do contexto aceitável de felicidade a dois, seja ele com o outro ou ele consigo mesmo e, do outro lado a face oculta, a da realidade do fracasso, da dor da incapacidade de ser bom, de ser o melhor.

Planos e mais planos, projetos, horas   analisando tintin por tintin da conversa, da entrevista, dos próximos passos, ensaios mentais, discursos, horas gastas nessa complexa rede de intrigas. O desejo é enorme de ser livre de todas as enquetes montadas, mas ele se aprisiona numa camisa de força punitiva por todos os seus erros . É um esforço supremo manter o sorriso de bonzinho diante de uma caixa de pandora se abrindo em suas entranhas e assim começa sua guerra interna, o quanto custa precisar ser um personagem que é fictício e a dor de conviver com essa necessidade de ocultar seu lado fracassado, sua solidão íntima. Mesmo rodeado de amigos, casamento, filhos, uma casa "Claudia", ele sente uma raiva enorme de si mesmo ter construído isso tudo e sem coragem de desmontar o espetáculo.

Planetas pessoais em Libra, Ascendente e Meio do Céu em Libra são frequentemente atraídos por essa busca ilusória que termina num processo pessoal de um desligamento, um alienamento da realidade frustrada, uma falsa alegria sutilmente disfarçada numa pessoa inteligente, carismática, sedutoramente "perigosa" devido à sua extrema carência. Dona de inúmeros atributos, se levada pela mágoa do abandono, da falta de atenção, ela se tornará apenas uma representação, enquanto por trás dos bastidores ela trairá, violentará seu lado bonzinho e poderá se tornar má, extremamente má, detonando a guerra num único e último click no botão da bomba, destruindo quem a destruiu ou a representação daqueles que a rejeitaram.

Logo somente o silêncio reinará dentro dela, enfim a paz tão desejada, conquistada quando validou a si mesma antes de tentar obter esta validação do outro. O Amor próprio, o jogo do se relacionar criando espaço para a individualidade, o amor pondera e convive com a realidade falha do outro. Quanto mais nos vestimos de fantasia, mais difícil de nos reconhecerem como somos, nus.









Um comentário:

  1. OI Sá, obrigada por suas palavras carinhosas...não importa o perfil com o qual vc me visita...eu sei sempre que é vc..rsrsrs...

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