O Rio da vida carrega a gente através da força de suas correntes, esse mundo que nos mantém vivos, nos alimenta, é um caminho obscuro quando no leme existe alguém sem ideais, crenças, somente a lua a guiar-lhe à frente através das sombras e canais e bancos de areia. O "leme" do homem é não é sua razão, a mão que decide, que comando milhares de seguidores, é sim, sua capacidade perceptiva, que na falta da "luz" da consciência, essa mão se torna cega, radical e obsoleta, sobrando ao homem captar os sinais da natureza a dizer-lhe o caminho até onde deve chegar.
Dias e noites aquele homem segue em frente, enfrenta tempestades, descobre novas terras, mas pouco percebe de si mesmo no comando de sua vida. Nega a possibilidade de novas descobertas, se retrai diante da própria evolução, diante do medo, ele trafega por fortes correntezas e pode talvez naufragar na sua ignorância. Lutando nas águas geladas em redemoinhos, o homem se debate furiosamente lutando para sobreviver, mesmo que segundos antes nem atentava à presença da "morte" a lhe rondar cegando-o sobre sua verdade.
Diante do desafio da vida, a maioria de nós "se salva", seja por instinto marciano, seja pelo poder de criar a o limiar vida-morte, aquele conhecido túnel de passagem, bem conhecido pelos que lá chegaram e retornaram. Há sempre escolhas neste momento, mas aqui neste umbral fictício, você, fora do corpo, desconectado do timão de Plutão, podemos mais levitar pelas brumas de Netuno, rodando por entre os corpos moribundos. Diante da morte certa, em confronto com a ameaça do fim, nossa alma vaguea de volta ao corpo, carcumido pela dor, pelas perdas de infinitos momentos desprezados pela ansiedade da corrida competitiva do ter e não ser nada.
Diante daquele corpo jogado aos vermes, a plena consciência de sua essência sabe-se eterna, talvez ainda não consiga a compreensão do evento. Sabe-se vivo, pleno de sentimentos, sentidos alerta, o murmúrio das ondas a bater nas pedras, o cheiro das tochas em chamas, os pés frios balançam no barco, em direção ao teu destino.
A noite é puro ouro, a pele dourada brilhante de óleos aromáticos, cordas puxam o barco por entre pequenos afluentes, como forças a lhe direcionar pelo iluminados corredores que vão se estreitando como braços que te abraçam e te carregam por entre os porões do castelo. Fugitivos correm agaichados e a luz é turva, tudo se resume a um monte de feno que acolhe os corpos ardentes e bocas sedentas de um sabor desconhecido. Uma procura lenta e cruel como a se provar a extensão real do tempo, a procura dos olhos e a luz da alma a passar mensagens que inundam o ser tensa satisfação, que vibra, a eternidade do ser por inteiro.
O tempo inexiste quando almas renascem, quando mentes despertam, quando o amor acontece, uma flor nasce em sinal de .... começar de novo, sem que exista fim, só começo.
O tempo inexiste quando almas renascem, quando mentes despertam, quando o amor acontece, uma flor nasce em sinal de .... começar de novo, sem que exista fim, só começo.
Olá minha riqueza de sócia *.*
ResponderExcluirLi cada palavra como uma terra árida que vai sugando toda a agua da chuva que começou a cair. Até senti aquele cheiro de terra molhada, como se já denunciasse os aromas das flores que irão nascer desse solo impregnado de todo tipo de semente, e que só as PRONTAS irão germinar. E lá na escuridão da terra estão todas elas, soterradas para poder fincar suas raízes, desabrigadas da luz a espera de que no momento certo a casca se rompa e possa crescer. Mas só quando primeiramente tiver sido abrigada pela escuridão da terra que a alimenta e protege dos predadores.
A verdade que cada semente carrega toda a certeza de uma floresta em seu interior.
Mas só poderá ver as botânicas entranhas despertas, quando se render a escuridão do chão e morrer...
San, tive uma noite em claro, sem dormir, escrevi meio caderno, e estou mais inspirada que tudo =)
A verdade é que quanto mais nessa escuridão rendida me adentro, e deixo-me morrer, mais escuto os estalos das cascas se rompendo...
ENORMEEEEEEE beijo
♥
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Outra coisa, vim com meu modelito de Vennus...
ResponderExcluir=D
Quando tudo parece ruir e a morte ronda... é quando tudo está a começar de novo.
ResponderExcluirLindo texto. Um beijo
Graça
San,
ResponderExcluirdesculpe pela demora em aparecer por aqui. Não precisa me dar bronca, eheheh. Sigo religiosamente teus posts que são um alento às notícias da mídia de massa. Diferentemente do meu blog que é feião, o teu carrega a sensibilidade feminina, o conhecimento de uma filósofa e a beleza de uma flor (é isso que teu interior transmite no blog). Penso que estamos contribuindo para uma melhor estada neste mundo.
Abração-Rui Morel.