Pensamento

"Onde quer que o homem vá , verá somente a beleza que levar dentro do seu coração" . Ralph W Emerson

terça-feira, 26 de julho de 2011

Náufragos no Mar Profundo de Netuno

Tem dias que a gente se sente, como quem partiu ou morreu... Roda Viva falava desse roda-moinho que nos engolfa, como uma gigante onda, e a viagem não é exatamente no Túnel do Tempo sobre uma prancha de surf, e nós ali, equilibrando todas as emoções na correnteza. A gente bebe até ficar alegrinho e audaz, até perder a maldita timidez pra cantar aquela garota, para se oferecer despudoradamente ao professor gostosão de Matemática para que ele não tenha nem chance de dizer não. O negócio é que foram tirando tantos sonhos da gente, nunca mais as historinhas infantis se transformaram em sonhos realizáveis. Ficamos órfãos de pais, de uma família acolhedora, a mãe virou babá, que virou professora de jardim. Muito papel crepom, cola, lápis de cor, purpurina, resmas e resmas de folhas em branco para a gente gastar o tempo. Ficamos relegados a um bando de estranhos, até "sinistro" virou sinônimo de interessante, legal. As festinhas viraram festanças do Rei Baco, muita bolinha, camisinha furada pra se sentir "felizzzzzzzzzzz."
 Entre o céu e o Inferno de Plutão no centro da terra, existe um outro mundo nas profundezas do mar azul. Netuno avisa aos navegantes, sobreviver à superfície é essencial à preservação da vida, mas é preciso mergulhar fundo para lavar o corpo imundo desses "meninos de rua", dirigindo bêbados, fazendo pega em meio a multidão presente para ver sangue, aplaudir a prova da destruição. contemos um monte de programas diurnos nas tvs abertas que  glorificam esse cotidiano de merda, violência, morte, são os masoquistas.Esses se entopem de poluição, se sentem existindo quando vêm a sua realidade cotidiana ali na tela da TV, e com certa satisfação se vibra pela manchete sanguinolenta. Lavar essa lama toda de podridão do submundo da corrupção, das drogas matadoras em becos, da falsidade ideológica daqueles que chamamos de mantenedores do poder e da ordem. Netuno adora a orgia, a chantagem, coação, a máfia disfarçada de gravatas e sapatos italianos embarcados em primeira classe ida e volta dos réus eleitos pelo povo, líderes daquilo que o povo elege e aceita em total submissão e negação. Há vida no fundo do mar, mas  há abismos que engolem navios, há  cemitérios de tudo que se desequilibra, se rende ao torpor, pois vai fundo demais e se perde na distorção das imagens. O sonho pode virar pesadelos horríveis, e somente a fuga é a solução mais fácil, a ilusão é a libertação que aprisiona.
Eu tenho MEDO, deve ser esse meu Vênus pisciano na mira de Plutão que faz o pobre um pudim treme-treme. Netuno no Mapa Natal é sinal de medo do desconhecido, o imaginário coletivo, da ilusão desmedida, tudo Medo, Medo, Medo... Aprendendo a adar numa piscina de trenamento de saltos, um dia uma doida me empurrou no escorregador e lá fui eu pro fundo. A professora caiu n'água para me puxar, sempre foi difícil controlar a respiração metendo a cara dentro da água, gosto muito de pontes e de meus pés firmes na areia, mergulho fundo certa da volta. Esperamos pela tragédia anunciada, um sofrer  encolhido no peito, um coração lacrimogênio, que tenta desesperadamente uma "boia da salvação". Nem sempre a gente alcança, nada, nada, nada   e morre na praia, falta um feeling que  junte os sentidos, a intuição e faça sentido!
A escolha está lá adiante na curva no horizonte,  algum lugar no passado, ou possível futuro, por vezes um déjà vu , um caminho sem fim, por onde vamos remando no nosso barquinho de papel, embalados  elas marolas sem direção. Sonhamos acordados com o príncipe, e no meio da tempestade terminamos de ressaca na boca do sapo,  e um belo sabor de guarda-chuva mofado.  às vezes caímos das nuvens, de bunda no chão duro, dóiiiii..., as lágrimas são reagentes , cheias de mágoas, saudades, elas se despedem de nossas retinas, lambendo nossos cílios, borrando nossa maquilagem, lavando nossa cara de pastel , desmilinguindo a fantasia de papel, de repente as cortinas se cerram e...nosso show acabou!
 Mais uma viagem se finda e é preciso continuar se descobrindo, experimentando novos mares, alguns sonhos dourados ficarão pelo caminho, outros  nascerão num novo porto. Os ventos guiarão nossas velas enquanto estivermos comandantes  e inspirados, antenados com o de melhor na vida, a transcendência do tempo-espaço e todas as possibilidades de navegar por todos os mundos.





sexta-feira, 8 de julho de 2011

Escolhemos Nossa Solidão - Parte II

Existe uma paz enorme nesse silêncio interior, a sensação é quase de total desapego, por vezes há desejo de fuga de si mesmo. Planetas na casa 12 do mapa natal podem trazer em parte essa necessidade de encontrar dentro de si mesmo as funções desses planetas. Um sol ou Mercúrio de casa 12 pede uma busca por alguma conexão interior, trazendo enorme facilidade da pessoa se isolar, precisar de um tempo só seu enquanto outros planetas no seu mapa vão viver a vida na rua, no escritório, até que a pessoa se exaure  e se recolhe. Os parceiros precisam compreender esses seus companheiros que precisam de um tempo bem grande só deles, algumas vezes eles mesmos não compreendem o porquê de sentirem-se tão inquietos quando muito solicitados e/ou comprometidos em demasia. O estar consigo pode ser um meio de comunicar-se, perceber-se, entrar em contato com seu interior, mas também muitas formas de fuga dessa realidade nem sempre aceita por planetas que vivem mais interiorizados e temem se confrontar com a vida real, o planeta na casa 12  e o regente da casa 12 podem, na posição por signo e casa no mapa natal, fornecerem indícios de como eles vão se "desviar" de vier de forma plena, consciente, e onde as coisas custam mais a acontecer sem que seja com um enorme esforço. Pessoas que se isolam em conventos, praticam meditação, convivem com a essência do ser humano, com sua "salvação", são abnegados em suas missões, muitas vezes se descobrem dentro de profissões onde possam cuidar desse ser, onde a identidade do ego é deixada de lado em benefício de outros. Da mesma forma para aqueles que se dedicam intensamente por um hobby ou mesmo algo criativo que cultivem e lhes preencha a alma, em certas situações são prisioneiros de si mesmos, pois têm grande dificuldade em compartilhar parte de si, tendem a controlar o tempo que ficam mais expostos e comprometidos com outras pessoas. Podem sentir-se fora do contexto, podem viver ela vida afora à sombra de si mesmos ou daqueles que os acolhem e não lhes cobram nada.
Sonhadores fora da realidade, donos de um mundo particular onde vivem às ocultas, são amantes desprendidos , donos de uma imaginação e intuição que lhes trazem visões criativas, conhecimento ulterior que lhes conecta com algo maior  capazes de auto-curar-se ou destruir-se através de psicopatias. São esquizoides, quase nunca partilham seus pensamentos e emoções, traduzem, disfarçam, fantasiam, sonham. Muito discretos que não permitem muita invasão, mesmo que aceitem um bom nível de intimidade por sua necessidade de profunda intimidade com aqueles que convivem, se entregam numa simbiose total, mas também podem servir de hospedeiros daqueles que precisam de um elo.  Quase invisíveis, ou de outra forma, podem se colarem  como "sombras"  sem grande expressão pessoal, aceitando conformados a sua sina, encrustados a seus medos. A dificuldade de libertação de tramas, crenças, questões associadas à espiritualidade, que promovem uma grande distorção e confusão quanto ao que são e desejam ser de verdade. É como se pairasse uma ameaça invisível por muito tempo não decodificada, algo oculto no ar, no passado, no inconsciente, que deixa o sujeito rodando em círculos, num jogo de gato e rato com as situações associadas às casas regidas por planetas da 12.  No extremo existe a ânsia pela liberdade através do estado  minimalista, o excesso está associado a restrição e negação, a não participação efetiva e responsável. Literalmente a inconsequência do suicídio vem como resolução dos conflitos interiores e de alterações causadas por álcool, drogas, dependência medicamentosa e auto-medicação. Podemos observar fases onde vêm a tona lembranças do passado, processos traumáticos trazido em psicoterapia, regressão a vidas passadas onde se podem re-significar crenças e desmistificar valores, isso pode ocorrer numa crise, num surto que leve a uma internação, ao enfrentamento de uma doença crônica, diante das quais a pessoa nesse retro forçado do cotidiano, pode redimensionar seu mundo, pois é de alguma forma, obrigada a sair da "bolha" e se tratar.
Urano e Aquário nas casas cardinais , planetas pessoais em Aquário e planetas na casa 11 com aspectos comflitantes podem favorecer esse espírito livre, maravilhosamente magnético e ao mesmo tempo quase intocável. são pessoas que se unem, se juntam, colaboradores , idealistas, mas parecem pássaros que vêm e vão em ondas sem gaiolas que os façam contê-los. eles precisam de ar, e se os prenderem, eles explodem literalmente, por vezes os ataques histéricos são expressões de rebeldia e contestação. Há uma imensa necessidade de romper com qualquer circunstância que limite as possibilidades de se ir além, de ousar, tentar sobre o novo. Percebe um forte magnetismo que atrai pessoas, cria sintonia e serão sempre rodeados, ois são líderes natos colaboradores, participantes ativos ativistas políticos, sociais. O mais interessante é que existe dentro deles um fogo constante a queimar sem um sentido certo, a princípio a inconsequência, a sensação de estará margem, é um grande problema, pois promove algo de especial e ao mesmo tempo único que faz a pessoa se fechar dentro de sua mente. a vida acontece em enredos e discursos mentais, principalmente se existe alguma oposição com Urano, há um bloqueio com a execução criativa  obsessiva, represam a energia e tornam-se inconstantes , se tornarão  prováveis eremitas, alguns precisam  escapar de relações mais absorventes, ou encontram parceiros que respeitam a necessidade de estar sozinho. São casais que de alguma forma inconvencionais, parceiros de trabalho onde jogam toda sua energia.
Essa solidão é sempre dada como aquela do abandono, da frieza de sentimentos, um espaço árido, vazio, seco, uma boa associação de Urano com Saturno, regente e co-regente de Aquário. O abandono é netuniano, a dureza do suportar a solidão é bem associada a Saturno, a rendição invernal da força. A Urano pode caber esse silêncio   desse espaço que cria eco na percepção sobre essa auto-suficiência como meio de canalizar sua atenção para o cosmos. Incompreendidos, difíceis para conviver mais de perto, mas eternamente sedutores e intensos, cada um a seu jeito, se disporá e abdicará de uma pequena parte de si mesmo, de seu controle e tempo/espaço para quem ama, mas exigirá do outro muita paciência e abnegação, pois em algum momento eles serão donos deles. Invioláveis, impalpáveis, misteriosos, desconectados quando embarcam nas suas viagens interiores. Vemos muitos com dificuldades de relacionamento, principalmente quando estes planetas  estão envolvidos com o eixo das casas 1-7 ou seus regentes, dependendo sempre dos aspectos formados no mapa natal e o conjunto de outros sinais que reafirmem o contexto.
"Quando você conhece a si mesmo através dos outros, essa é a sua personalidade, apenas uma camada fina de opiniões. Quando você conhece a si mesmo diretamente, você conhece a sua individualidade. E uma vez que você conhece a sua individualidade, o medo de ser deixado só desaparece. Não existe outra maneira."