Pensamento

"Onde quer que o homem vá , verá somente a beleza que levar dentro do seu coração" . Ralph W Emerson

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Bêbado e o Equilibrista

Pior que existem aos montes essas amebas ambulantes a vociferar bosta em cada esquina, tal qual a menina "não me toques" de antigamente, dando seus gritinhos histéricos para afastar as possíveis mãos suadas, suja dos passantes. Tem gente que nasce por acaso, devem ser desde o coito interrompido, mal desejados.Desde cedo os espermatozóides devem ter sofrido na batalha pela passagem do portal mágico do óvulo. Hahahahah, chegando lá era o castelo da bruxa, uma decepção traumática comer um óvulo bruxenco!!! O cara brocha pra sempre, manca e nunca mais é o mesmo, um pinto a meio-pau em protest,o. O XY dele fica gay e nasce um ser "amorfo", nada na cabeça, neurônios espalhados pelo terraço da beira-mar tomando sol, sem uma cerveja gelada na mão e uma guimba de cigarro atrás da orelha. Galho de arruda é pra quem acredita em alguma coisa, o que não é o caso desse povo.
A Carta do Enforcado no Tarot identifica uma faceta desse Zé Mané ou Pururuca do Brejo que por descuido cai na vida e por milagre continua vivo.  Não sei quando eles passam a ser o "Elo Perdido" e vivem num descompasso do resto da humanidade. Eles tem um jeitão desconexo quanto a buscarem interagir dentro do contexto do entorno deles. Por outro lado eles são perseverantes na idéia de continuarem vivos, sobrevivem a todos os engôdos em que se metem, eles gostcham! Não porque cargas d'água eles preferem esse caminho de linha de trem, é quase um livre arbítrio de mendigo, aqueles que dizem NÃO a busca da identidade e realização.
Banana Men é o cara! Achei demais essa fantasia de anti-herói, penso que deva ter a ver com o bobo da corte,o fulano que tem uma certa dificuldade de se olhar no espelho e se maquilar com a cara do herói que ele gosta. Esse talvez não tenha herói ou se ache incapaz de se ver na pele do herói. É muito do perfil do sonhador idealista que em face de uma enorme dificuldade em empilhar os tijolos para construir a escada e subir os degraus, ele prefere aprender logo a voar. Ele se joga numa viagem transcendente, onde os sonhos são sempre fora do contexto da própria realidade, é quase como se precisasse não ser possível alcançar, isso de certa forma justificaria a provável vitimação e inércia diante do impossível.
Geniosos,facilmente irritáveis, pavios fálicos curtíssimos, sempre mostrando os dentes cariados, alguns pivôs mais amarelados. A garra é a língua ferina, numa crítica provinciana, medíocre. Eles entoam um coro dos desajustados, desagregados, é um monte de "arroz papa"  gritando: "Unidos venceremos!"
No fundo eu os olho e vejo uma tremenda enganação, são pobres criaturas, nascidas da guerra da rejeição, quem sabe um pentelho encravado no óvulo, uma união estável de tapas e raros beijos, alguns muchochos embaixo do lençol e o ronca-ronca da cama a gemer com o desgaste do sexo diário pra salvar a lavoura dos incompetentes, não servem nem pra se cansar de trabalho. Tudo tão desagregado do poder do sonho de realizar, eles ficam a mercê da boa vontade da vida, que mais os acolhe na variante, no subemprego, e eles nada fazem para modificar o entorno, eles ficam de espectadores à espera que migalhas cadentes caiam a seus pés descalços. No fundo sinto uma raiva contra si mesmo, nada da raiva edificante que é a voz do amor próprio, do orgulho ferido, que clama por justiça e vira alavanca para se erguer do chão a cada rasteira.
Muito triste essa de ver a vida passar da janela do seu pequeno mundo de sol quente e nenhuma produtividade nessa mente marasmática. Tudo ali dentro daqueles corpos, verdadeiras máquinas munidos por um espírito desejoso de evolução, e nada.  Por um tempo  eu tento , eu grito, toco, mexo,e nada...é como se mais fácil ser a vítima,mais cômodo se submeter, mas poder sonhar os sonhos mais loucos, os pés nas estrelas, a seca da pobreza, da falta de produtividade. O duro que eles conscientemente escolhem esse caminho de bêbado e equilibrista. Eles dizem muito"NÃO", eles escolhem demais, eles negam as reais possibilidades, eles preferem não se corromper e passar fome, se fazer de um machão para não passar vergonha, negam o esforço produtivo, escolhem a minimalidade da vida. O estilo "pobre" de ser, com certeza nada a ver com preguiça.

3 comentários:

  1. Socorro, San !!!!
    que eroi sem H;
    que erro que roi
    sem h de homem
    um banana men

    ResponderExcluir
  2. San,
    esse é o meu desabafo.
    Muito obrigado.

    ResponderExcluir
  3. Retrato perfeito...de uns "pobres diabos" convencidos que descobriram o mundo..Abunda esta espécie e corre-se o risco de uma pandemia...
    Adorei!
    Beijocas amigas
    Graça

    ResponderExcluir